Mães da UFSC: Renata Fontanella Sander

01/08/2016 08:03

Renata Fontanella Sander

Graduada em Odontologia, mestrado em Odontologia, especialização em Prótese Dentária

Mãe da Maria Clara (1 ano e 2 meses), grávida de 8 meses

O processo de amamentação com a minha primogênita foi uma deliciosa surpresa. Durante a gestação ouvi tantos comentários do estilo “torce para que ela queira mamar”, “espero que você tenha bastante leite”, “tomara que teu leite não seque”! Eu até imaginava que a amamentação era uma questão de sorte, assim ao acaso. Talvez até envolva sorte, mas o que de fato eu percebi foi que esse processo envolve informação, orientação profissional e uma questão de instinto por parte do bebê e de perseverança e doação por parte da mãe.

Minha baixinha fez a pega direitinho, e, como contei com a maravilhosa orientação da minha doula e a experiência da minha irmã, fui mantendo a pega e orientando a pequena. Se eu tive dores? Sim, eu tive, e ainda tenho, porque hoje ela morde!

Depois de cinco meses, a Maria Clara teve diagnóstico de alergia à proteína do leite. Foi desafiador, minha filha não poderia ser privada desse benefício, e isso exigiu que eu aderisse a uma dieta restrita de alimentos sem leite, já que a minha alimentação influencia diretamente o leite que eu produzo. Não foi fácil, mas optei por fazer a dieta de forma criteriosa, assim foi possível manter a amamentação e curar a alergia o mais breve possível.

Mas, com tudo isso, o que mais me surpreendeu foi o vínculo que a amamentação estabelece entre mãe e filho. Não havia choro que o aconchego do seio não acalmasse, também por esse motivo estabelecemos a amamentação em livre demanda.

Hoje minha bebê está com mais de um ano de idade e já é considerada a irmã mais velha! Em breve terá uma irmãzinha! E, contrariando muitos conselhos, mas seguros da nossa decisão e orientados pelo nosso médico, vamos manter a amamentação de ambas até quando for possível, pois só observamos benefícios físicos e emocionais para toda a família.

 

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Mães da UFSC: Andressa Dias Arndt

01/08/2016 08:03

Amamentação 2 - Foto Henrique Almeida-8

Andressa Dias Arndt

Graduada em Musicoterapia, estudante de doutorado no primeiro semestre do Programa de Pós-Graduação em Psicologia

Mãe do Leonardo, 4 meses

 

Assim que meu bebê nasceu, ele foi colocado no meu abraço e mamou como se já fizesse isso há anos. Eu nem sabia como aconchegá-lo, e ele foi me mostrando como era. Sempre acompanhei histórias dolorosas relacionadas à amamentação; então, estava de certa forma esperando alguma dor, desconforto, ou mesmo sofrimento, e, para minha surpresa, isso nunca aconteceu.

Meu bebê tem agora quatro meses, e a experiência da amamentação tem sido uma experiência de (re)criação de nosso vínculo. Com meu filho aprendi que os bebês têm fome de afeto, que o abraço regado de leite materno é muito mais que saciar a fome – é investir na relação de cuidado, de proteção, de carinho.

A meu ver, a amamentação carrega em si uma contradição. Por um lado, sentimo-nos intimidadas pelo fato de que, agora, o bebê necessita de que você esteja com ele todo o tempo, pois você é a possibilidade de alento, de saciedade, de segurança, e isso pode ser bastante assustador no início. Em contrapartida, não há nada na maternidade que me seja tão significativo em relação à construção de laço que a amamentação. É ali que a mulher marca a força que tem, força essa que gesta, gera e sustém a vida. Esse sentimento nos desloca, nos convoca a assumir que nosso corpo agora é outro, que não ocupamos mais o mesmo lugar, e isso é a possibilidade criativa que reside na vida da mulher, que agora se inaugura mãe.

Não tenho me antecipado em relação a planejar como será amamentá-lo após a introdução alimentar ou com o passar do tempo. Tenho vivenciado essa experiência linda, que me é tão cara e me faz mãe, diariamente.

 

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Mães da UFSC: Paloma Maria Santos

01/08/2016 08:03

© Pipo Quint / Agecom / UFSC

Paloma Maria Santos

Pós-Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento

Mãe da Maria Clara, 10 meses

Meu processo de amamentação foi muito tranquilo, eu busquei reunir o máximo de informação possível e me preparar o melhor que eu podia já durante a gravidez. Li muito a respeito, assisti a vídeos, conversei com amigas que já tinham tido essa experiência. Acho que isso foi fundamental para o sucesso no meu processo de amamentação.

Nos primeiros dias eu tive o apoio das enfermeiras na maternidade onde eu estava. Tinha uma enfermeira que dizia: “A bebê tem que fazer a boca de peixinho, e você tem que ouvir o leitinho sendo engolido”. No começo, quando a gente chega em casa, eu confesso que dá um certo apavoro. Tudo é novidade, a gente fica com receio de estar fazendo alguma coisa errada. São tantos detalhes a serem checados que o processo de amamentação acaba por não fluir tão bem quanto poderia. Coisa de mãe de primeira viagem. Elevar a cabeça do bebê, cuidar da pega, segurar com o máximo de cuidado aquela preciosidade que parece ser de vidro e poder “quebrar” a qualquer momento. A gente não sabe se está produzindo leite o suficiente, se o bebê está mamando certinho, se precisa ou não arrotar, se vai ganhar peso direitinho.

A minha primeira semana foi um pouco assim, bem diferente do que é mostrado nos comerciais de margarina. Mas a verdade é que quanto mais você se entrega, mais a coisa engrena, e a gente passa a curtir tudo o que a amamentação nos reserva. É um amor, uma gratidão tão grande de poder segurar o bebê no colo e poder alimentá-lo. Os primeiros meses são muito especiais, é olho no olho, é contemplar o ato de respirar, uma idolatria mútua, é algo realmente inexplicável. Você se sente conectada, a vida parece finalmente fazer sentido. Sei lá, acho que isso é o que traduz a maternidade de uma forma geral.

Mas é claro que nem tudo são flores o tempo todo. Quando a Maria Clara tinha sete meses, ela entrou na escolinha, adoeceu e ficou quatro dias sem mamar. Meu leite empedrou, e eu tive um começo de mastite. A dor é mesmo absurda. Eu procurei ajuda médica e, em dois dias, se resolveu.

Agora estamos enfrentando o nascimento dos dentinhos, e essa é outra fase de adaptação. De vez em quando levo umas mordidas, mas a gente conversa e se entende. Pretendo amamentar a Maria Clara até quando ela quiser. Acho que enquanto essa troca for saudável para ambas as partes, a gente vai seguindo com esse processo. Os benefícios são tantos e o prazer que a gente sente é tamanho que eu não vejo por que parar. Em time que está ganhando não se mexe.

 

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Mães da UFSC: Flávia Genovez Scoz

01/08/2016 08:03

© Pipo Quint / Agecom / UFSC

Flávia Genovez Scoz

Mestranda em Literatura

Mãe da Ana Liz, 11 meses

O começo é sempre difícil. No meu caso, eu tive que tirar muito leite para poder amamentar. Minha filha ficou internada na UTI, e só pôde começar a mamar após 20 dias. Eu fiquei esses 20 dias apenas tirando leite. A cada três horas eu ia, tirava leite e congelava. Era muito cansativo chegar da UTI e ainda ter que comer, tomar banho e tirar leite. Depois fui me acostumando, e teve uma vez que tirei leite até no banheiro do posto de gasolina, só pra estimular a produção. Foi difícil, eu ordenhava à mão, sem máquinas, sem bombinhas. A coisa boa disso tudo é que pude conhecer bem meu corpo, saber como doía, como saía mais leite etc.

Para quem está começando, minha dica é pegar muito sol nos mamilos antes de o bebê nascer. Usar creme de lanonina também é bom, principalmente antes de o bebê nascer, depois é muito chato ter que ficar limpando o creme antes de amamentar. Também recomendo que, depois de o bebê nascer, a mãe tire leite um dia ou outro, pra conhecer melhor o próprio corpo.

Eu amo amamentar! Às vezes é muito cansativo acordar de madrugada, pois a minha filha tem quase 11 meses, e, sim, ela ainda acorda de madrugada para mamar! Mas o esforço compensa. O vínculo que você estabelece com o bebê compensa muito. O leite materno é o melhor alimento do mundo.

Sobre quando pretendo parar de amamentar? O desmame vai ser natural, não sei quando isso vai acontecer, não parece estar nos meus planos, nem nos planos da pequena.

 

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