Reitor recebe hoje DCE e estudantes acampados na UFSC

18/08/2011 12:37

Reunião do Conselho Universitário na manhã desta quinta-feira. Fotos: Wagner Bher/Agecom

O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Alvaro Toubes Prata, recebe às 16h desta quinta-feira a direção do DCE e estudantes acampados no Hall da reitoria para discutir a situação da instituição diante da greve dos servidores técnico-administrativos, que começou no dia 6 de junho e vem afetando as atividades universitárias. As aulas do segundo semestre letivo de 2011 tiveram início no dia 8 deste mês, sendo que o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) reiniciou dia 15 . Além disso, muitos estudantes vêm sendo prejudicados pelo fechamento do Restaurante Universitário (RU) e da Biblioteca Universitária.

Em manifestações recentes, a UFSC reconheceu a justeza das reivindicações dos funcionários e deu boas-vindas aos alunos, admitindo as dificuldades decorrentes do movimento grevista. “Durante as férias de julho, a Administração da UFSC procurou adequar a infraestrutura da instituição às necessidades do ensino de graduação e de pós-graduação, visando, assim, assegurar a qualidade das atividades acadêmicas”, dizia a primeira mensagem. Ontem, dia 17, outra nota afirmava que a Administração Central não foi consultada e não tomou qualquer iniciativa relacionada à ação da Advocacia Geral da União que pedia junto ao Superior Tribunal de Justiça a ilegalidade da greve.

“Reafirmamos nosso apoio às reivindicações dos servidores técnico-administrativos e a nossa incondicional disposição de continuar, juntamente com as demais instituições que integram a Andifes, buscando negociações que permitam às universidades voltarem aos seus funcionamentos regulares o mais brevemente possível”, disse o reitor Alvaro Prata.

Conselho Universitário – A reunião do Conselho Universitário realizada na manhã desta quinta-feira, dia 18, foi dominada pelas discussões em torno da greve dos técnico-administrativos e dos desdobramentos que vem provocando dentro e fora da Universidade. Representantes dos servidores e dos estudantes falaram sobre as dificuldades encontradas em vários centros de ensino para realizar as atividades elementares e citaram o grande impacto do fechamento do RU e da Biblioteca sobre o dia a dia dos alunos. “Os mais afetados sempre são os estudantes”, afirmou um membro do DCE, declarando apoio à luta dos funcionários.

O reitor Alvaro Prata reafirmou a posição de apoio da Administração Central às reivindicações da categoria e disse que está envolvido num esforço pela volta das negociações com o governo federal. Ele disse que o movimento está crescendo e que agora conta com o reforço das centrais sindicais. Além disso, o ministro da Educação, Fernando Haddad, já recebeu o comando nacional de greve e tenta sensibilizar o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPO) a retomar as conversações com os servidores em greve.

Vice-presidente da Andifes, o reitor disse esperar que o impasse se resolva até o final de agosto, porque disso depende a elaboração do orçamento das instituições federais de ensino superior para 2012. “Também estamos preocupados com as condições internas da Universidade, porque a situação atual nos coloca em fragilidade frente à sociedade”, ressaltou. “Não podemos nos distanciar da comunidade”, finalizou.

Estudantes no hall da Reitoria da UFSC

Posição do DCE – Na quarta-feira, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade divulgou nota criticando a Administração Central e sua postura em relação à greve dos servidores e aos problemas estruturais enfrentados pela instituição. A entidade condenou a “expansão de vagas sem a garantia das devidas condições de permanência e ensino” e disse estar apreensiva quanto à execução do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que se ressente da “falta de infraestrutura mínima para o desenvolvimento de uma educação de qualidade”.

“Sem dúvida está claro: para a construção de uma nação soberana, não bastam a simples expansão e parca ampliação de recursos”, diz o documento. “É preciso que a Universidade esteja inserida dentro de um projeto de País. É imperioso repensar a educação pública brasileira”.

Quanto à greve, o DCE condena a prática de delegar a bolsistas contratados para outros fins o trabalho administrativo de repassar as notas e realizar as matrículas das disciplinas. “Seria o momento da reitoria se posicionar em defesa da educação pública, defender nos espaços democráticos alternativas, propor e mobilizar a sociedade para que a universidade deixe de ser uma mera fábrica de diplomas e alce à sua função primordial: pensar a realidade brasileira, ser um espaço independente de reflexão e pensamento”, afirma.

A nota termina colocando os pleitos do DCE: “Reivindicamos o imediato posicionamento da reitoria contra qualquer possibilidade de corte de vagas nos cursos de graduação, bem como, por parte do reitor, a defesa sem demora do início das negociações da greve dos servidores técnico-administrativos, além do urgente provimento das condições mínimas de estrutura física e de pessoal nos campi do interior”. A íntegra da nota está no site www.dce.ufsc.br.

Mais informações com o reitor Alvaro Toubes Prata, pelo fone (48) 3721-9329, e com o secretário geral do DCE, Marino Mondek, pelos fones (48) 9639-3171 e (47) 8447-1195.

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