Informativo da UFSC analisa cenários de incertezas globais e desafios estruturais brasileiros

08/12/2025 10:18

O Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (Necat) da UFSC lançou a 45ª edição do seu informativo mensal (novembro de 2025), analisando o cenário econômico global e nacional, com destaque para a política comercial americana, a transformação estrutural brasileira e a crise climática.

No cenário internacional, as políticas protecionistas de Donald Trump dominam as incertezas, com suspensão de negociações comerciais e imposição de tarifas em níveis históricos. Analistas alertam que essa abordagem populista levou historicamente à alta inflação e ao fracasso econômico, gerando insegurança aos investidores e projetando um déficit de US$ 3,4 trilhões na próxima década. Paul Krugman classifica as tarifas como “política extraordinariamente ruim”, com legitimidade sendo questionada no Supremo Tribunal americano.

Em contrapartida, a China é vista com “inveja” pelo Ocidente por seu modelo de “socialismo com características chinesas”, que ignorou as recomendações do Consenso de Washington e soluções próprias. Apesar dos desafios como desaceleração do crescimento e desemprego juvenil, o país manteve o controle sobre os setores estratégicos, evitando os erros da Perestroika soviética.

A pauta global é complementada pela análise alarmante da COP 30, que mais uma vez resultou em um “acordo” que é essencialmente uma “fuga” da responsabilidade, com os países bloqueando a “transição justa para longe dos combustíveis fósseis”. O problema central é a rentabilidade: o investimento privado em petróleo e gás permanece mais lucrativo do que a transição para energias renováveis.

No Brasil, urge compensar o papel do Estado para superar a estagnação da renda per capita imposta pelo receituário neoliberal. A economia nacional precisa adaptar-se ao deslocamento do centro dinâmico para o Sul Global e à inflexão demográfica que levará a uma população menor após 2040.

No debate teórico, o informativo questiona conceitos tradicionais, defendendo que a dívida pública é parte da riqueza privada e que o Estado cria poder aquisitivo ao expandir seu passivo. Uma crítica ao Homo Economicus demonstra que os humanos são naturalmente cooperativos, contrariando a teoria tradicional.

A economia catarinense apresentou instabilidade industrial, com crescimento de 1,5% em setembro, mas desaceleração no acumulado do ano, prejudicada pelos juros altos. O varejo ampliado mostrou leve recuperação, e o mercado de trabalho formal foi sustentado por serviços e comércio, que geraram 70% dos 11,3 mil novos postos no estado.

O Informativo NECAT está disponível para leitura e pode ser acessado neste link.

Contatos e inscrições na lista de distribuição: necat.ufsc@gmail.com | (48) 3721-6550.

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