UFSC regulamenta Ligas Acadêmicas
Participar de uma Liga Acadêmica inclui o aprendizado da liderança, da organização e da atividade associativa – a definição da professora Carla Derech, coordenadora geral de extensão do Centro de Ciências da Saúde, deixa claro o passo a frente dado pela Universidade Federal de Santa Catarina na regulamentação das Ligas Acadêmicas. O objetivo é complementar a formação acadêmica em uma área de conhecimento específico, por meio de atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação, de forma interdisciplinar
A resolução normativa assinada no último dia 31 de março indica que podem participar das ligas os alunos devidamente matriculados em cursos de graduação ou pós-graduação, com participação de docente(s) tutor(es) e de membros externos. As ligas acadêmicas serão vinculadas à Pró-Reitoria de Extensão. Para Carla, que foi a relatora da pauta junto à Câmara de Extensão, sem a devida legitimidade as ligas estavam à margem de oportunidades de participação em eventos de integração em nível nacional e internacional.
Uma das iniciativas da UFSC que agora está regulamentada é a Liga Acadêmica de Enfermagem Pré-Hospitalar e Emergência (Laepe), a primeira liga da Enfermagem UFSC a ser fundada. “A Liga surgiu no segundo semestre de 2017, com a proposta de aproximar o acadêmico de enfermagem desde as fases iniciais com a esfera do atendimento pré-hospitalar e emergência, proporcionando um conhecimento teórico-prático e experiências diferenciadas a respeito da temática”, explica Alexandre dos Santos Caminha Junior, presidente da Liga.
Liga promove atividades que aproximam acadêmicos da sua área de atuação e da sociedade (Foto: Divulgação Laepe UFSC)
Alexandre conta que o grupo realiza reuniões mensais abertas aos acadêmicos e à comunidade, com temáticas que vão desde os primeiros socorros até abordagens mais complexas. “Os ligantes têm a oportunidade de realizar capacitações com as equipes do SAMU e do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina a fim de ficar o mais próximo das atualidades em questão de equipamentos e treinamentos. Após essas capacitações, o ligante fica responsável em disseminar o conhecimento obtido com os colegas e a comunidade que nos cerca”, complementa.
O acadêmico reforça a importância da regulamentação, destacando que o reconhecimento às atividades e projetos desenvolvidos pelas ligas poderão ter um impacto ainda maior, seja para viabilizar o uso do espaço físico e equipamentos ou para possibilitar que os acadêmicos saiam da graduação com uma formação mais completa.
A regulamentação indica que liga acadêmica será coordenada por um professor efetivo da UFSC, vinculado à área de conhecimento da liga, e presidida por um representante discente. “As Ligas Acadêmicas são uma iniciativa estudantil em sua essência. São coordenadas por um docente UFSC, porém estão estruturalmente configuradas para que o aluno seja o agente de ação, desenvolvendo habilidades interpessoais, contribuições à formação de sua cidadania e a criação de uma ponte entre a UFSC e a comunidade externa, reforçando o caráter social da Universidade”, pontua Carla.
A professora lembra que os Projetos Políticos Pedagógicos dos cursos de graduação têm normalmente o objetivo da formação profissional generalista, e assim devem ser, mas ressalta que proporcionar contato com aspectos específicos e especializados dentro de cada profissão – o que seria o objetivo das Ligas Acadêmicas – contribui para a compreensão do egresso da realidade pós-universitária e auxilia na tomada de decisões do futuro. “As LAs são comuns no Centro de Ciências da Saúde, mas seus objetivos podem ser acolhidos em qualquer área de conhecimento e com a regulamentação espera-se que o número de Ligas cresça e exerça seu papel multidisciplinar, levando o nome da UFSC a esferas de atuação dentro do país e internacionalmente”, projeta a docente.
A resolução normativa indica pelo menos dez objetivos das Ligas que agora passam a ser uma realidade no âmbito institucional. Além de enriquecer o processo pedagógico, em uma perspectiva interdisciplinar e interprofissional, possibilitando uma socialização do saber com a sociedade, as ligas devem complementar, atualizar, aprofundar e/ou difundir conhecimentos e técnicas de áreas temáticas do conhecimento. Outras propostas são estender à sociedade serviços das atividades de ensino e de pesquisa; estimular e promover o ensino, a pesquisa e a extensão e desenvolver atividades de divulgação científica, técnica ou tecnológica.
O documento também ressalta o papel das Ligas para consolidar e fomentar o relacionamento entre a Instituição, o aluno e a sociedade; incentivar a mobilidade acadêmica nacional e internacional dos seus membros e empenhar-se em promover a excelência em projetos de extensão. A promoção e a utilização de materiais e tecnologias sustentáveis e a colaboração com a formação do estudante e com a diminuição da evasão escolar estão entre outras finalidades dos grupos.
A resolução aprovada na UFSC também estabelece os procedimentos para o cadastro das Ligas no sistema institucional, bem como o papel dos diferentes agentes incluídos na atividade: os docentes, os discentes, os centros de ensino e a Pró-reitoria de Extensão. As ligas deverão respeitar o seu estatuto e todas as normas regulamentares da UFSC.
