UFSC realiza seminário em homenagem ao economista Celso Furtado

08/11/2019 12:30

Celso Furtado. Foto: Acervo do Arquivo Nacional

O auditório do Centro Socioeconômico (CSE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) será palco para o seminário “Homenagem a Celso Furtado: seis décadas de formação econômica do Brasil”, nos dias 11 e 12 de novembro. A iniciativa é uma promoção da Reitoria da UFSC, CSE, Departamento de Economia e Relações Internacionais e Programas de Pós-Graduação em Economia, Relações Internacionais e Administração.

A abertura está marcada para a próxima segunda-feira, às 18h30min, com a presença do presidente do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, Roberto Saturnino Braga. Em seguida, será ministrada a palestra “Celso Furtado e os Fundamentos Históricos e Teóricos do Subdesenvolvimento”, pelo professor Pedro Cezar Dutra Fonseca, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tendo como coordenador Hoyedo Lins, da UFSC. Na terça-feira, a programação prevê atividades nos turnos matutino, vespertino e noturno, com apresentação de trabalhos e divulgação de boletim.

> Confira a programação do seminário

Sobre Celso

Nascido em Pombal, na Paraíba, Celso Furtado mudou-se para o Rio de Janeiro em 1939, aos 19 anos. No ano seguinte, ingressou na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde concluiu o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais em 1944. Ainda naquele ano, foi convocado a integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB), servindo na Itália.

Tornou-se doutor em Economia pela Universidade de Paris, em 1948, com a tese L’économie coloniale brésilienne. De 1949 a 1958, integrou a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) sediado em Santiago, no Chile. Foi diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e, em 1959, assumiu a direção da recém-criada Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

Foi o primeiro titular do Ministério do Planejamento, instituído no governo João Goulart. Na função, elaborou o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social. Com o golpe militar, partiu para o exílio e trabalhou como professor em Paris por duas décadas. De volta ao Brasil, tornou-se ministro da Cultura do governo José Sarney, em 1986, e elaborou a primeira lei de incentivos fiscais à cultura no Brasil. Na década de 1990, participou da Comissão Mundial para a Cultura e o Desenvolvimento e da Comissão Internacional de Bioética, ambas da Organização das Nações Unidas (ONU).

Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL) em 1997 e ganhou o Prêmio Jabuti com o ensaio O Capitalismo Global. Entre suas principais obras estão: Formação Econômica do Brasil (1959), Desenvolvimento e Subdesenvolvimento (1961) e O Mito do Desenvolvimento Econômico (1974). Celso Furtado faleceu no Rio de Janeiro em 20 de novembro de 2004, aos 84 anos.