UFSC Araranguá lança plano de ação institucional em combate à violência contra a mulher
Intitulado UFSC ARA por elas: que o vermelho seja amor e não dor, o plano de ação tem a intenção de fomentar discussões sobre a violência contra a mulher, dando luz às políticas públicas de apoio e de efetivo combate. A violência contra as mulheres pode acontecer de diversas maneiras: física, sexual, moral, financeira ou patrimonial, e nenhuma delas pode ser tolerada ou desconsiderada, especialmente no ambiente universitário.
As atividades iniciaram em abril, quando ocorreu a palestra proferida pela delegada Eliane Chaves, titular da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso de Araranguá (DPCAMI). A palestra, que aconteceu no hall da Unidade Jardim das Avenidas, trouxe esclarecimentos quanto aos tipos de violência comumente cometidos e apresentou os canais para que as vítimas possam efetuar suas denúncias.
Na mesma data também foi realizada uma oficina inspirada na performance de Adriana Rio Sapatos Vermelhos: poéticas da resistência no combate à violência contra as mulheres!, em que sapatos foram pintados pela comunidade universitária. Em maio, os sapatos foram distribuídos estrategicamente pelo campus, contendo informações que impactam: segundo o Observatório da Violência Contra a Mulher – SC, no ano de 2024, foram 51 feminicídios e 30.234 medidas protetivas requeridas em Santa Catarina. De janeiro a março de 2025, foram 8.806 medidas protetivas requeridas e 11 feminicídios no estado. Infelizmente, em abril os números continuaram aumentando com 2.578 novas medidas protetivas requeridas e três novos feminicídios.
Internamente, na UFSC, o Serviço de Acolhimento a Vítimas de Violências (SEAVis) tem como principal objetivo realizar atendimento psicossocial de estudantes e servidores(as) da Universidade que foram vítimas de violências, orientá-los(as) a buscarem os serviços internos e externos à UFSC e apoiar e articular intervenções educativas para que as violências não se repitam.
Para reforçar a importância do acolhimento e apresentar os caminhos possíveis, foi instalado um mural no corredor do Bloco B, contendo cartazes da campanha institucional contra o assédio e edição do Guia de Direitos das Pessoas Assediadas (SEAI/UFSC, 2024). No Campus de Araranguá, também está em implementação o Comitê de Enfrentamento às Violências, voltado à prevenção e ao encaminhamento de casos de violência.
“Como direção, sentimos profundamente cada história silenciada pela violência que atinge tantas mulheres em nosso país. A instalação dos sapatos vermelhos em nossos espaços não é apenas uma ação simbólica, é um memorial vivo, que nos convida a parar, olhar e refletir sobre vidas interrompidas de forma cruel e inaceitável. Cada par de sapatos carrega a ausência de uma mulher que deveria estar aqui, vivendo seus sonhos, e ao trazer essa reflexão para o ambiente acadêmico, reafirmamos o papel da universidade como agente de mudança social, promotora da igualdade de gênero e defensora dos direitos humanos”, afirma a diretora do Campus de Araranguá, Melissa Negro Dellacqua.
Nesse sentido, destaca Melissa, a UFSC Araranguá instituiu o Comitê de Enfrentamento às Violências, “um espaço permanente de escuta, acolhimento e orientação, voltado à prevenção e ao encaminhamento de casos de violência, que possam ocorrer dentro da universidade. Reforçamos também a importância de implementar, de forma contínua, ações educativas, campanhas de conscientização, a formação de redes de apoio e o fortalecimento de políticas institucionais que garantam segurança, respeito e equidade em nossos espaços”. Segundo ela, ao longo de 2025, serão realizadas atividades variadas de apoio e conscientização na luta e combate à violência contra a mulher.