Em extinção, espécie de planta do Cerrado é descrita com participação da UFSC
Microlicia indurata é o nome de uma nova espécie endêmica do Cerrado que foi descoberta por um professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) durante um trabalho de campo e que está oficialmente descrita na Phytotaxa, periódico de taxonomia botânica. A planta foi localizada na Serra dos Pirineus, em Goiás, e descrita em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas e do Departamento de Botânica da California Academy of Sciences.
O professor João de Deus Medeiros, aposentado do departamento de Botânica, localizou a planta numa das expedições de campo para produção do Guia de Campo de espécies do Cerrado, publicado pelo Ministério do Meio Ambiente.
“A princípio imaginei tratar-se de uma outra espécie já descrita, porém depois com auxílio dos especialistas em taxonomia da família Melastomataceae, vimos que ela apresentava características distintas das espécies já conhecidas”, comenta. O status de conservação da nova espécie, feito com base nos critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), indica distribuição muito restrita, ocorrendo em área de cerrado rupestre próxima aos limites do Parque Estadual da Serra dos Pireneus, no município de Pirenópolis, Goiás, estando ameaçada de extinção.
Isso ocorre por conta das pressões decorrentes da ampliação do risco de queimadas, assim como da conversão de novas áreas para agricultura e mineração. A planta foi coletada em 2017 pelo professor e depositada no Herbário FLOR da UFSC. De acordo com Medeiros, chama atenção o potencial ornamental da espécie, tanto pelas belas flores quanto pelo aspecto singular das suas folhas. O professora também destaca “o aspecto lenhoso e duro das cápsulas – frutos – quando maduros, o que levou a equipe a usar a designação “indurata” para essa nova espécie de Microlicia.
Conforme o artigo, o parque onde a nova espécie foi localizada abrange uma área de 2.833 hectares, em uma região montanhosa de formações rochosas de quartzito e arenito da era pré-cambriana. Está localizado entre os municípios de Pirenópolis, Cocalzinho de Goiás e Corumbá de Goiás, no divisor de águas entre o Bacias dos rios Prata e Tocantins.
Ainda conforme o estudo recém publicado, outras plantas da mesma família são localizadas em Minas Gerais e na Bahia, mas esta só tem localização conhecida nesta região de Goiás. Recentemente, o professor já havia encontrado e descrito a Commelina catharinensis, planta rara das dunas no litoral de Santa Catarina, também ameaçada de extinção.
Agora, o pesquisador trabalha com a equipe do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, elaborando guias de identificação das espécies de restinga da baixada do Massiambú, no bioma Mata Atlantica. Foi nestre trabalho que a planta nativa das dunas catarinenses foi encontrada.
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