Equipe da UFSC Curitibanos investiga aspectos agronômicos do cultivo da linhaça e publica capítulo em ebook gratuito

26/07/2021 11:40

Campo de cultivo de linhaça desenvolvido pela equipe da UFSC Curitibanos

Uma semente que tem se popularizado por suas propriedades alimentares vem sendo estudada por um grupo de pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Catarina, no campus de Curitibanos, em colaboração com outras instituições do país. A linhaça, fonte de vários compostos bioativos distintos que apresentam efeitos positivos à saúde humana e animal, tem demanda crescente e produção insuficiente, por isso as pesquisas sobre manejo de produção para a sua cultura são ainda mais relevantes. O livro Linhaça: perspectiva de produção e usos na alimentação humana e animal trata do assunto e tem um capítulo assinado por cientistas da universidade. O acesso é gratuito.

A adaptação edafoclimática – no solo e clima – das plantas de linhaça em Santa Catarina e seu potencial para diversificação de alimentos saudáveis da agricultura familiar é um dos temas estudados pela professora Leosane Bosco, do Programa de Pós-Graduação em Ecossistemas Agrícolas e Naturais. Segundo ela, os resultados indicam alto potencial produtivo, desde que sejam observadas as épocas de cultivo com menores riscos climáticos associados a estresses por frio e déficit hídrico na fase de formação das sementes.

Já a professora Ana Carolina da Costa Lara Fioreze, da Coordenadoria Especial de Ciências Biológicas e Agronômicas, é a coordenadora do Grupo de Pesquisa em Genética e Melhoramento da Linhaça (GenLin). Ela conduz experimentos para desenvolver de maneira participativa cultivares de linhaça dourada produtivas e adaptadas às condições da região. Os experimentos envolvem seleções e cruzamentos entre as plantas promissoras, além de ensaios de campo para avaliar o desempenho agronômico das linhagens de linhaça.

Segundo a professora Leosane, a região Sul é a principal produtora dessa espécie e não há suporte técnico adequado para o planejamento e tomadas de decisão no processo de produção à campo. As pesquisadoras da UFSC começaram as avaliações em 2014 com linhagens locais e cultivares de linhaça para gerar dados capazes de dar suporte no médio e longo prazo aos produtores e técnicos envolvidos com a linhaça. “Essas atividades buscam explorar novas alternativas para produção e diversificação da cultura de propriedades rurais de Santa Catarina, tornando-as mais resilientes e sustentáveis”, observa a professora.

As pesquisadoras também colaboram com atividades do grupo de pesquisa do CNPq Cadeia produtiva da Linhaça, a partir de seus conhecimentos na área de Agrometeorologia e Melhoramento Genético. O grupo é formado por docentes vinculados da Universidade Federal de Santa Maria, Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, Universidade Estadual de Maringá, Universidade do Estado de Santa Catarina, Instituto Federal Farroupilha – Campus de São Vicente do Sul, Universidade Federal de Viçosa, Centro Universitário IDEAU, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Universidade Estadual de Ponta Grossa e Universidade Federal de Santa Catarina. O livro foi resultado de um workshop realizado pelo grupo em março deste ano e disponível no Youtube. Além das professoras, assinam o capítulo dois a egressa da UFSC Dislaine Becker e a estudante Ana Caroline Basniak Konkol.

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