Estudantes projetam cama hospitalar com troca automatizada de lençóis

17/11/2020 09:38

Pensando em minimizar o sofrimento de pacientes acamados que precisam ser deslocados para cadeiras a cada troca de lençóis, o professor Walter Lindolfo Weingaertner, do Departamento de Engenharia Mecânica, propôs a alunos o desafio de buscar uma solução para o problema. Eles tiveram tanto êxito na automatização do processo que o outro orientador da equipe, professor Milton Pereira, os incentivou a depositar pedido de Patente de Modelo de Utilidade junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), por meio da Secretaria de Inovação (Sinova) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Tudo começou quando o pai do professor Walter precisou ser hospitalizado, aos 94 anos. “Lá, ele era erguido pelas enfermeiras e colocado em uma cadeira de rodas enquanto as atendentes arrumavam a cama. Foi neste estágio que surgiu a ideia de criar uma forma de automatizar a troca de lençóis sem tirar o paciente da cama”, conta o docente, na época coordenador do Laboratório de Mecânica de Precisão (LMP).

O desenvolvimento do projeto se deu no segundo semestre de 2018, no âmbito da disciplina Projeto Integrado, ministrada pelo professor André Ogliari em conjunto com outros professores do EMC. Nessa disciplina, estudantes são divididos em equipes de seis integrantes e executam o processo de projetos em temáticas e áreas diferentes, com base na metodologia Processo de Desenvolvimento Integrado de Produtos, desenvolvida no laboratório coordenado pelo professor Ogliari, o Núcleo de Desenvolvimento Integrado de Produtos (Nedip).

No caso da cama hospitalar com troca de lençol automatizada, os alunos Bruno Ostetto Elias, Gabriel Vieira de Oliveira, Eduardo Vieira, Matheus Rutzen Reizer, Luis Flavio Pacher Hoffmann e Yuri Leonel Alves Morangueira – todos então na sétima fase – fizeram um estudo das melhores soluções existentes, aplicaram questionários a 15 profissionais da saúde e propuseram uma alternativa que dispensava movimentações mais intensas dos pacientes.

A cama que eles criaram é munida de uma maca lateral e de uma esteira que para promover a troca. O lençol se move lateralmente, permitindo que o paciente junto com o lençol, seja transportado.

O trabalho foi desenvolvido ao longo de quatro meses, sob orientação específica dos professores Walter Weingaertner e Milton Pereira. O último viu no produto final a possibilidade de ser patenteado e encorajou o grupo a deflagrar o processo por meio da Sinova, mesmo que o modelo em CAD (sigla em inglês para Desenho assistido por computador) não pudesse ter sido fabricado junto com o desenvolvimento do projeto. “A fabricação de um protótipo era um objetivo do grupo desde o início. Entretanto, devido aos custos para compra dos materiais e contratação dos serviços, a prototipagem foi abandonada”, explica Bruno Elias, hoje bolsista no Instituto de Soldagem e Mecatrônica (Labsolda).

Especificamente sobre a nova cama hospitalar, foi solicitado ao INPI registro de Patente de Modelo de Utilidade, título de propriedade temporária que vigorará pelo prazo de 15 anos contados da data de depósito. “O pedido de patente em questão tem como uma das titulares a UFSC e, neste sentido, qualquer uso deste por qualquer outra instituição/organização necessita de consulta à Sinova, que representa a Universidade no que se refere à Propriedade Intelectual”, esclarece Caio Corrêa Costa, Assistente em Administração da referida Secretaria.

Equipe de Divulgação EMC/UFSC

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