Editora da UFSC lança livro sobre ruptura de laços sociais e exclusão

10/04/2013 15:00

A fragilidade, a precariedade e a quebra dos laços sociais, econômicos e políticos encontram-se no cerne das pesquisas de Giuliana Franco Leal, que colocam em xeque os conceitos de exclusão social na Europa e no Brasil. A ausência de uma teoria fundamentada e consolidada de exclusão social é o “rio” que conduz a reflexão ampla e contextualizada do livro Exclusão social e ruptura dos laços sociais e Análise crítica do debate contemporâneo, publicado pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC) e ora lançado na 10ª Feira do Livro de Joinville, que acontece até 14 de abril no Centreventos Cau Hansen. A presença da EdUFSC busca também uma maior aproximação com o Campus da UFSC de Joinville.

Quem pede esmolas é diferente daquele que vive de vendas nas ruas. “Mas existem processos de exclusão pelos quais passam pessoas que tinham projetado no trabalho seu meio de ganhar a vida e que sofrem múltiplas fragilizações de seus laços sociais”. Existe ainda, complementa a autora, “a exclusão social caracterizada por uma forma específica de o indivíduo se relacionar com a sociedade e se posicionar nela, com vínculos frágeis com o mercado de trabalho, o mundo do consumo e as redes de sociabilidade e proteção”.

– Ora, é a própria lógica de acumulação capitalista que, ao promover mudanças tecnológicas e enxugamentos organizacionais, torna as pessoas economicamente descartáveis.

A autora faz uma reflexão sobre o conceito de exclusão adotado no Brasil e na França. “São abordados os significados de integração e desintegração, e suas consequências para o estudo da exclusão social”. Permeando prática e teoria, a autora explicita como o contexto social influencia a construção da noção de extensão social trabalhadora por autores contemporâneos no Brasil e na Europa.

A noção de exclusão social, alienta a autora, é extremamente genérica e pouco objetiva, aplicando-se “a situações e processos diversos, encontrados em diferentes sociedades e periódicos históricos”.

O livro não dá sinais de consenso. O conceito permanece aberto ao olhar dos pesquisadores. As perspectivas  e  paradigmas contemporâneos ocupam as pesquisas da autora.

– Quando a exclusão é pensada como processo, o que está em questão são as vulnerabilizações dos laços sociais que tornam o pertencimento progressivamente mais tênue e frágil, o que não significa, no entanto, que ele possa ser rompido em sua totalidade.

A exclusão é composta, constata a pesquisadora, de ausências em outras esferas que não a do trabalho, em especial quanto ao consumo, à proteção e às relações de sociabilidade. Também há uma questão importante na definição da exclusão, tal como temos visto, que a opõe à exploração: trata-se da inutilidade do indivíduo do ponto de vista do capital, complementa a autora.

Moacir Loth / jornalista da Agecom/UFSC
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