Guia do Estudante aponta UFSC como a sétima melhor universidade pública do Brasil
O Guia do Estudante Profissões Vestibular 2012, da Editora Abril, apontou a UFSC como a sétima melhor universidade pública do Brasil, entre 1.516 instituições de ensino superior. Foram avaliados 40 cursos da UFSC e todos receberam estrelas, a maioria com nota máxima: 25 cursos receberam cinco estrelas. Outras 13 graduações ficaram com quatro e dois cursos obtiveram três estrelas (veja o quadro com os resultados).
Outro destaque do Guia é a classificação da UFSC como a terceira melhor instituição pública na área de conhecimento em Ciências Sociais e Humanas. Desta área, receberam cinco estrelas as graduações em Ciências Sociais, Direito, História, Letras, Psicologia e Serviço Social. Os cursos de Filosofia, Geografia e Pedagogia receberam quatro estrelas.
O Guia coloca a UFSC como a segunda melhor instituição pública da região Sul. Em primeiro lugar ficou a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e em terceiro, a Federal do Paraná.
Esta é a 21ª edição do Guia do Estudante, que se tornou uma referência para os estudantes do ensino médio na hora de escolher a profissão e a instituição onde cursar. Desde 2006, o Guia faz o ranking das melhores universidades públicas e particulares. A edição de 2011 foi lançada no dia 5 de outubro em São Paulo, em uma cerimônia de premiação.
“O resultado positivo no Guia do Estudante confirma o trabalho que está sendo feito pela UFSC”, comenta o diretor de Gestão e Desenvolvimento Acadêmico da Pró-Reitora de Ensino de Graduação (PREG), professor Carlos José de Carvalho Pinto. “Ao mesmo tempo, temos muito o que melhorar, em todos os aspectos, seja na gestão, no trabalho dos professores, na pós-graduação”. O professor acredita que é preciso discutir mais sobre os cursos e seu projeto pedagógico, a fim de “eliminar as gorduras”.
O diretor Carlos Pinto informou que vários programas estão contribuindo para a melhoria da qualidade na graduação: a integração entre graduação e pós-graduação por meio de programas como o GM6 (Graduação e Mestrado em seis anos), a Bolsa Reuni, o Apoio Pedagógico, o incentivo à participação do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), e o NDE (Núcleo Docente Estruturado), que é um espaço em que os docentes se reunem para pensar as melhorias para seus cursos.
“É sempre bom para o curso ter a classificação de cinco estrelas do Guia do Estudante, pois é o reconhecimento do trabalho de mais de 30 anos que estamos realizando”, diz a vice-coordenadora do curso de Nutrição, professora Maria Cristina Marcon. “É um reconhecimento importante, pois a avaliação do Guia do Estudante é feita pelos pares, ou seja, no nosso caso são nutricionistas ligados a outras instituições de ensino que estão avaliando positivamente”.
Como ocorre a avaliação
A avaliação do Guia do Estudante consiste de uma pesquisa de opinião realizada por uma equipe de jornalistas com quase 3 mil acadêmicos – professores e coordenadores de curso. É um processo que demora nove meses e tem por objetivo identificar as melhores escolas de cada área.
Primeiro, a equipe do Guia realiza uma pesquisa geral com todas as instituições de ensino superior do Brasil, para descobrir os cursos que serão oferecidos no ano seguinte, a titulação e o ano de conclusão da primeira turma. Com base nessas informações, a equipe seleciona os cursos que serão avaliados e envia um convite para seus coordenadores preencherem o questionário de avaliação. Cerca de 70% dos coordenadores respondem ao questionário.
“O preenchimento dos questionários é rápido”, explica o vice-diretor do Centro Sócio-Econômico, professor Alexandre Marino da Costa. “Os coordenadores acessam um formulário eletrônico que traz perguntas sobre o número de professores, sua qualificação, ações do curso, estrutura, ações produtivas, convênios com instituições internacionais, e essas respostas ajudam a orientar os avaliadores”.
Em paralelo, a equipe seleciona os consultores – acadêmicos que atribuem conceitos aos cursos. Cada consultor avalia em geral 35 cursos de sua área de conhecimento, utilizando os conceitos excelente (cinco estrelas), muito bom (quatro estrelas), bom (três estrelas), regular, ruim e “prefiro não opinar”. O consultor toma por base o questionário respondido pelo coordenador do curso e o conhecimento que tem sobre aquela graduação. Cada curso é avaliado por cinco consultores.
Mesmo que não preencha o questionário, o curso passa pela avaliação. Isso significa que pode ser prejudicado, pois os avaliadores muitas vezes baseiam-se nos dados informados no questionário. A professora Maria Cristina Marcon também já atuou como avaliadora do guia em edições anteriores e explica que, por meio das respostas, é possível identificar a direção que o curso está tomando.
“Os critérios do Guia podem ser úteis para nos ajudar a pensar sobre o que é qualidade na graduação”, afirma a diretora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), professora Roselane Neckel. “Pode ser que alguns dos critérios não interessem para o nosso projeto de curso, portanto não nos interessa trabalhar para atingir mais estrelas; mesmo assim os questionamentos são válidos para nos ajudar a pensar sobre que qualidade queremos”, diz.
Por Laura Tuyama, jornalista na Agecom.