Aula inaugural das pós em Saúde Coletiva e em Nutrição discute pesquisa acadêmica

01/09/2011 16:09

Os Programas de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e em Nutrição realizaram no dia 30 de agosto a aula inaugural 2011, no auditório do Hospital Universitário (HU), ministrada pelo professor Cesar Gomes Victora, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sobre o tema “Por que fazer pesquisa?”. Victora é o atual presidente da Associação Epidemiológica Internacional (período de 2011-14), médico pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e PhD em Epidemiologia da Assistência Médica pela Escola de Higiene e Medicina Tropical da Universidade de Londres. A palestra também comemorou os 15 anos do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFSC. Para o professor, pode-se definir três formas de pesquisa: a primeira, chamada por ele de Pesquisa Acadêmica, que trabalha no avanço do conhecimento; a Pesquisa de Denúncia, que promove mudanças; e a Pesquisa Operacional, que planeja melhorar os programas já existentes.

Com o auditório lotado, a mesa de abertura contou com o vice-reitor da UFSC, professor Carlos Alberto Justo da Silva, a coordenadora de pós-graduação em Saúde Coletiva, professora Karen Glazer Peres, a coordenadora de pós-graduação em Nutrição, professora Rossana Pacheco da Costa Proença, o coordenador geral do Hospital Universitário Sérgio Wilson Duwe, a coordenadora do Curso de graduação em Nutrição, professora Janaina das Neves, a chefe do Departamento de Nutrição, professora Raquel Kuerten de Salles e com a chefe do departamento de Saúde Pública, professora  Jane Philippi.

Após exposição das vantagens e desvantagens de cada forma de pesquisa, Victora reivindicou mais fatores que possam contribuir para a avaliação do mérito do cientista. “O país tem uma estatística simplista para com o cientista, pois o sistema de avaliação é baseado apenas em publicações, quando deveria considerar também os méritos da pesquisa, e o que ela realmente ajudou a mudar. Isso é o papel social da ciência.”

Ainda nesse ponto, o professor defende três atitudes para aumentar a relevância da pesquisa e o mérito do cientista. “Temos que fazer uma campanha para conseguir mais bolsas de produtividade em pesquisa; agregar na avaliação novas plataformas que incluam citações da pesquisa, como o Google Schollar; e acrescentar no currículo do cientista quais as políticas públicas que foram influenciadas pelos seus estudos”.

Segundo a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO), as publicações de pesquisadores brasileiros em revistas científicas cresceram de 14.237, em 2003, para 30.415, em 2008. O professor ilustrou esse dado falando do aumento da produção científica do país e da nossa tradição em Epidemiologia Social. “O Brasil tem uma tradição em Epidemiologia Social, que estuda os riscos de doenças comparando ricos e pobres, e esse tipo de pesquisa ajuda políticas públicas internacionais”.

Rossana Proença explicou que trazer Victora foi uma iniciativa que pode servir de grande estímulo para os alunos. “Como aula inaugural, nós temos que trazer pessoas de referência, que possam servir de exemplo para os alunos, professores e pesquisadores brasileiros com destaque internacional que ofereçam estímulo para todos”. A coordenadora ressaltou que a realização de pesquisa em qualquer área da saúde é fundamental para melhorar a realidade. “Estudos na área de saúde tem uma aplicação grande, pois é inerente à vida, é algo que pode fazer diferença.”

Por José Fontenele/ bolsista de jornalismo na Agecom

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