V Semana de Letras reúne membros do Grupo Sul
A V Semana Acadêmica de Letras da UFSC recebeu nesta terça-feira, 24, alguns dos membros do Grupo Sul, para o evento “Uma jornada com o Grupo Sul: vanguarda e identidade cultural em Santa Catarina”. Adolfo Boos Jr, Eglê Malheiros, Salim Miguel, Silveira de Souza e Walmor Cardoso falaram sobre “Memórias e aventuras com a rapaziada da ‘Sul’”. A mesa-redonda foi seguida por uma sessão de autógrafos com os membros.
A professora do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas da UFSC, Zilma Gesser Nunes, considera importante o encontro dos alunos com os membros do grupo. “É fundamental o contato com a memória viva do maior movimento literário/cultural ocorrido na Provinciana Florianópolis dos anos 40 e 50. É uma oportunidade ímpar dada aos jovens alunos que conhecem pouco dessa história. A “rapaziada” do Grupo Sul é ainda hoje inspiradora de desafios aos marasmos culturais, à mesmice que às vezes se instaura no meio intelectual”, explica.
O evento ainda contou com outra mesa-redonda sobre o tema “Do ilhamento à Modernidade” e com a exibição do filme documentário “Modernos do Sul”, produzido pela cineasta Katia Kloc.
A V Semana Acadêmica de Letras acontece até sexta-feira, 27. O professor Fabio Akcelrud Durão da UNICAMP ministrará a palestra de encerramento sobre Teoria Literária Americana no Auditório do CCE às 18h.
Grupo Sul
O Grupo Sul trouxe o Modernismo para Santa Catarina na década de 50. O movimento artístico, que reuniu literatos, críticos e artistas plásticos, defendia o modernismo determinado a transformar o tradicionalismo das artes, mas sem rejeitar o passado. O grupo, que teve início em 1947, passou a ser conhecido no Brasil e no exterior com a elaboração da Revista Sul.
O Círculo de Arte Moderna de Santa Catarina atuou em diversas áreas da vida cultural de Florianópolis. Um texto de Jean-Paul Sartre foi encenado pela primeira vez no Brasil pelo grupo e a Exposição de Arte Contemporânea de 48 foi fundamental para criação do Museu de Arte Moderna de Florianópolis (MAMF), que hoje é chamado de Museu de Arte de Santa Catarina (MASC). Além das artes cênicas e plásticas, a sétima arte também foi contemplada pela “rapaziada da ‘Sul’”, já que o grupo também fundou o Clube de Cinema de Florianópolis e até chegou a produzir o longa-metragem “O Preço da Ilusão” de 1958, o primeiro longa catarinense.
Ana Luísa Funchal/ Bolsista de jornalismo da Agecom
Foto: Francisca Nery
