HU fez 76 cirurgias plásticas de caráter tumoral durante a semana
Com os quatro pacientes atendidos na manhã desta sexta-feira, dia 26, chegou a 76 o número de procedimentos realizados durante a Maratona de Cirurgias Plásticas do Hospital Universitário da UFSC, que começou segunda-feira. Desta forma, o HU zera a fila de pacientes de todo o Estado que esperavam por operações de reconstrução, todas de caráter tumoral, aproveitando que Florianópolis sediou, durante esta semana, o Congresso Brasileiro de Anestesiologia, evento que liberou parte das salas do centro cirúrgico da casa de saúde.

Vice-reitor Paraná (centro) com os médicos responsáveis pela Maratona: "Houve dias em que a equipe realizou 18 cirurgias, indo das 8h até à 1h da manhã”, afirmou o doutor Rodrigo d’Eça Neve. Foto: Paulo Noronha / Agecom
De acordo com o diretor do hospital, Felipe Felício, o mutirão foi comandado pelos cirurgiões Rodrigo d’Eça Neves, diretor do Serviço de Cirurgia Plástica, Jorge Bins Ely e Zulmar Accioli, que trabalharam ao lado de seis médicos residentes em três salas destinadas exclusivamente a este fim, durante cinco dias. “Houve dias em que a equipe realizou 18 cirurgias, indo das 8h até à 1h da manhã seguinte”, conta o diretor d’Eça Neves. Todas elas estavam previamente agendadas e os pacientes foram atendidos com o uso de anestesia local e liberados em seguida.
Agora, o material retirado será encaminhado para análise de laboratório e, se for o caso, os pacientes serão chamados para uma eventual reoperação. O diretor do Serviço de Cirurgia Plástica calcula que 15% dos casos vão requerer uma nova intervenção. De qualquer maneira, em seis meses os pacientes poderão saber se terão de voltar para realizar novo procedimento. Todo o processo, incluindo consulta e operação, é gratuito.
“Este é o único serviço de cirurgia plástica do Estado que forma novos especialistas”, diz o diretor. Como o HU funciona como escola, os cirurgiões gerais se especializam durante mais três anos para atuarem nesta área. A intenção é repetir a maratona em 2011, evitando que os pacientes de uma doença que pode progredir se submetam a uma fila de espera. “A própria Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica vem estimulando esses mutirões”, informa d’Eça Neves.
Segundo os médicos do HU, a maior parte dos pacientes são pessoas com mais de 40 anos e um histórico de muita exposição ao sol. São agricultores, pescadores, pessoas que trabalham ao ar livre ou que excederam as horas de sol na praia, na juventude.
O cirurgião Rodrigo d’Eça Neves diz que o fato de ter uma população de pele predominantemente clara, sobretudo no Vale do Itajaí, faz de Santa Catarina um Estado com elevada incidência de câncer. “O efeito maléfico do sol é somatório”, conta ele, informando que a quantidade de raios é que pode determinar o risco de desenvolver um tumor. Além da exposição ao sol de forma desregrada, o uso de recursos sem efeito comprovado para o bronzeamento da pele termina por gerar um novo fator de risco.
Pior ainda são as máquinas que bronzeiam, que podem provocar melanomas e que vêm sendo proibidas em quase todos os países. “A boa notícia é que aumentou a consciência acerca dos perigos e há mais informações disponíveis para que as pessoas evitem a exposição excessiva à luz solar”, conclui o médico.
Mais informações na direção do Hospital Universitário, fone (48) 3721-9136.
Por Paulo Clóvis Schmitz/ Jornalista na Agecom