Aluno da UFSC recebe menção honrosa no Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia

07/12/2016 11:00

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Ângelo Paggi Matos, aluno de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos da UFSC, recebeu do secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, Álvaro Toubes Prata, uma menção honrosa do Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia, na categoria Jovem Pesquisador. Foram 399 projetos participantes dos países Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.

A entrega da premiação ocorreu no dia 1° de dezembro, em solenidade no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em Brasília (DF), com participação do presidente do CNPq, Mário Neto Borges.

Com o título “Avaliação bioquímica da biomassa de microalgas cultivadas em águas residuais dessalinizadas: De escala de laboratório à produção de algas em escala piloto no Semiárido do Nordeste do Brasil”, a pesquisa de Ângelo envolve resultados inéditos de sete anos de pesquisa, orientado pelo professor Ernani Sebastião Sant’Anna.

O projeto levou a produção de microalgas a partir de águas residuais dessalinizadas, antes em escala de laboratório, para o semiárido nordestino, local com grande quantidade de resíduos resultantes do processo de dessalinização de água salobra subterrânea. Ângelo explica a importância desta pesquisa: “As microalgas são microorganismos versáteis capazes de sintetizar compostos como proteína, lipídeos, pigmentos, vitaminas e ácidos graxos poli-insaturados úteis para a indústria farmacêutica, química fina e de alimentos. Além disso, o óleo algal pode ser convertido em biodiesel.

Segundo Ângelo, qualquer tentativa de viabilização do uso de microalgas para fins comerciais deve-se minimizar os custos energéticos do processo, por exemplo, temperatura e incidência solar. Neste caso, a região nordeste do Brasil apresenta diversas vantagens favoráveis para a produção de microalgas, isto é: i) a região apresenta uma vasta área em processo de desertificação que é pouco agriculturável – os cultivos de microalgas poderiam desenvolver a região com uma agricultura diversificada; ii) abundância em águas subterrâneas que muitas vezes, são salinas e/ou salobras – pode servir de meio de cultura alternativo para propagação das microalgas; iii) ampla intensidade luminosa durante o ano todo, proveniente de luz solar – essencial no processo fotossintético; iv) temperatura média anual de 20 a 32°C – ideal para o cultivo e manutenção de algas e, v) baixa precipitação, o que resulta em pouca interferência nos cultivos que podem ser desenvolvidos em ambientes abertos (open raceways).

“Os principais cultivos de grande escala no mundo são em regiões desérticas como os EUA (Arizona, Califórnia e Texas), Austrália, Chile (Deserto do Atacama), Israel (Deserto de Negev) e China (Deserto de Gobi). Portanto, o Brasil tem um grande potencial com o semiárido”, aponta.

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