Dia do Servidor Público: técnicos e professores, o coração da UFSC

27/10/2016 15:02

dia servidor-02No passado e no presente, o esforço conjunto de técnicos-administrativos em Educação e de professores da UFSC tornou possível e mantém o funcionamento da primeira universidade em Santa Catarina. De 1960 para cá, a história foi sendo construída por pessoas e para pessoas. Um trabalho de muitas mãos, de muita doação, de muito amor, para que a UFSC alcançasse o reconhecimento dentro e fora do país.

Em novembro de 2015 e agosto de 2016 foram os últimos registros de posse de novos servidores da UFSC – 11 técnicos e 37 docentes, respectivamente – e, no próximo dia 16 de novembro, a Universidade irá recepcionar mais 84 técnicos, no Auditório da Reitoria, às 15 horas. Esse novo grupo incrementará o quadro da instituição que, atualmente, possui 3.117 técnicos e 2.440 professores exercendo atividades em diferentes setores e funções nos campi de Florianópolis, Araranguá, Blumenau, Curitibanos e Joinville.

Fazer esta “grande máquina” funcionar há quase 56 anos não é tarefa fácil. Os mais de 5.550 servidores que fazem parte do dia a dia da UFSC mantêm essa imensa engrenagem a todo o vapor. E tudo que envolve a vida funcional dessas pessoas é um desafio da Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp), conduzida pela professora Carla Cristina Dutra Búrigo.

A tônica do trabalho da Prodegesp é a do desenvolvimento, ou seja, “olhar o servidor, seja da carreira técnica ou da docente, como um sujeito da sua história”, explica a gestora. Para tanto, possui três diretrizes – Administração, Saúde e Desenvolvimento. Essa tríade, materializada em três grandes departamentos, realiza ações coletivas e colaborativas com a finalidade de promover o servidor, e objetiva o fortalecimento de sua identidade e do sentimento de pertencimento à instituição.

“Cuidar” das pessoas não é bem o termo que a pró-reitora gosta de usar, prefere “potencializar”. A proposta é estar com as pessoas, fazer que elas se sintam parte desse processo de desenvolvimento. Para ela, “quando se cuida parece um ato isolado; já quando se potencializa torna-se coletivo”. Em sua mesa havia aproximadamente 15 processos, e sente-se como se aquelas pessoas estivessem ali presentes, cada qual com sua necessidade. Mas há preocupação em diminuir ao máximo seu tempo de angústia. “A legislação limita muito e conduz as nossas ações.”

Toda terça-feira, Carla se reúne com as diretorias de Administração de Pessoal, de Atenção à Saúde e de Desenvolvimento de Pessoas, para analisar as demandas de cada servidor e no que cada setor pode contribuir. “Não é que minha agenda está lotada é que são muitas conversas. Eu recebo tanto o servidor, o chefe, o Serviço Social, todos os envolvidos para, em equipe, tomar uma decisão.”

Carla relembra que quando ingressou na UFSC na década de 80, o servidor da época, em sua maioria, tinha a educação básica e o ensino médio. O emprego público era uma grande conquista, a garantia de solidez de uma carreira, e na qual ele permanecia até se aposentar. Hoje, a maioria já tem nível superior, outra expectativa de vida e o serviço público não é mais visto como um último trabalho, e sim como uma parte de sua trajetória.

“Os servidores mais jovens fazem a UFSC repensar o seu papel, pois possuem uma visão de tecnologia, de sociedade”, o que julga “fantástico”. Acrescenta que além de terem mais qualificação, possuem uma consciência política, social e de responsabilidade para com a Universidade.

Os pioneiros

Atenção aos servidores será tema de livro

A história do Serviço Social na atenção aos servidores da UFSC estará em breve disponível para leitura. No momento, a obra Serviço Social de Atenção ao Servidor da UFSC: percorrendo sua história está no prelo da Imprensa Universitária. O livro destaca o caminho hstórico percorrido pelo Serviço Social da Universidade na intervenção junto aos seus servidores, evidenciando as transições institucionais ocorridas nessa construção que refletem e repercutem na atualidade. Portanto, remete à conjuntura atual que nos leva, cada vez mais, para a leitura crítica da realidade com base no olhar histórico.

Foram realizadas 14 entrevistas no período de agosto de 2009 a março de 2011. Esse trabalho somente foi possível com a participação de todos os sujeitos, principalmente, daqueles que participaram desta história e a riqueza de suas contribuições.

O projeto foi idealizado pelas assistentes sociais da Divisão de Serviço Social – Atenção ao Servidor (DiSS) -, com a organização de Maria Alice Pereira Borges e participação das alunas do curso de Serviço Social, Vanessa Caetano, Viviane Maria Rodrigues, Daiana dos Reis, Mariana Marques e Cássia Mazzaro da Silva.

Paixão pelo que faz

Paulo Marcio Ávila, admitido em 1970, conhece muito bem a UFSC e a Imprensa Universitária (IU). Gosta de estar na linha de produção, junto às máquinas da gráfica e do ofício que sempre fez parte de sua rotina, mesmo lá no início de sua carreira, quando trabalhou em um prédio na rua Bocaiúva, na região central de Florianópolis.

No último dia 24 de outubro, por decisão unânime da equipe, Paulo foi empossado diretor da IU. É o reconhecimento da instituição e de seus colegas de trabalho pelos mais de 40 anos de dedicação ao setor gráfico. Sua simplicidade e humildade são características que o passar do tempo não lhe tirou. Aliás, os anos lhe aprimoraram os conhecimentos da área e, pretende, antes de se aposentar, adquirir uma nova máquina que imprima uma única vez quatro cores e  aprimorar os recursos de rede, para melhor atender os serviços de tipografia, impressão, encadernação, bem como edição de livros, teses, trabalhos de pesquisa, boletins informativos e materiais de divulgação da UFSC.

Jeferson Rodrigues, professor do Departamento de Enfermagem, está há quatro anos na UFSC e diz ser apaixonado pela instituição. “Minha experiência docente se revela na contribuição com o coletivo de manter o nível de excelência no ensino, pesquisa e extensão. E esta vivência tem sido marcada por desafios e possibilidades cotidianas. Como servidor público me dedico a resolver às demandas pedagógico-administrativas, compromisso com a profissão, ciência e inovação, fortalecer o bem público, preservar os direitos e deveres de nossa comunidade acadêmica com ética, atitude e retidão”.

Técnicos(as) e docentes em exercício, admitidos no período de 1970 a 1976:

  • Jose Hamilton Hames – Assistente em Administração
  • Paulo Marcio Ávila – Montador Cinematográfico
  • Rui Olaio de Souza – Técnico Em Ótica
  • Pedro Anastácio da Silva Filho – Assistente em Administração
  • Mausil Pedro de Souza – Desenhista-Projetista
  • Manoel Jorgino da Silveira – Técnico de Laboratório
  • Sergio Luiz Gargioni – Professor
  • Valberto Francelino Vieira – Assistente em Administração
  • Rodolfo Joaquim Pinto da Luz – Professor
  • Gilberto de Oliveira Moritz – Professor
  • Sergio Colle – Professor
  • Vera Radunz – Professor
  • Vera Lúcia Bazzo – Professor
  • Clóvis Raimundo Maliska – Professor
  • Josefina Stefania Soltes – Assistente em Administração
  • Antônio Jose Alves Simões Costa – Professor
  • Yara Maria Rauh Muller – Professor
  • Rutsnei Schmitz – Professor
  • Nelson Makowiecky – Professor
  • Marciano Maccarini – Professor
  • Juliet Kiyoko Sugai – Professor
  • Sylvio Monteiro Junior – Professor
  • Rui Seara – Professor
  • Irlan Von Linsingen – Professor
  • Eduardo Moreira da Costa – Professor
  • Ricardo Jose Nunes – Professor
  • Edison da Rosa – Professor
  • Jose de Pinho Alves Filho – Professor
  • Alacoque Lorenzini Erdmann – Professora
  • Sidnei Noceti Filho – Professor
  • Fernando Cabral – Professor
  • Magda Camargo Lange Ramos – Bibliotecário-Documentalista
  • Hamilton Jose da Silva – Bombeiro Hidráulico
  • Carlos Alberto Silva – Farmacêutico Bioquímico
  • Nezeli Firmina Pires – Técnico de Laboratório
  • Mario Kobus – Técnico em Assuntos Educacionais
  • Vilma Natalícia Sagas – Auxiliar de Laboratório
  • Rosangela Leonor Goulart – Contador
  • Anicleto Poli – Professor
  • Edson Bazzo – Professor
  • Marcio Cherem Schneider – Professor
  • Helena Flavia Naspolini – Professor
  • Gerson Rabelo Napoleão – Assistente em Administração
  • Nilson Amaro Luiz – Farmacêutico Bioquímico
  • Rosa Maria Pereira Martins – Técnico em Assuntos Educacionais
  • Sulivan de Oliveira Costa – Assistente em Administração
  • Carlos Alberto Livramento – Professor

Fonte: Prodegesp

Conceito mais amplo

O servidor público presta serviços ao Estado e às entidades da administração indireta, com vínculo empregatício e remuneração paga pelos cofres públicos. A designação mais ampla – servidor – surgiu com a constituição de 1988, que abandonou o conceito de funcionário público. O servidor deve sempre basear suas ações na legislação em vigor, pautado nos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Razoabilidade, Finalidade, Motivação e supremacia do interesse público sobre o privado.

Rosiani Bion de Almeida/Agecom/UFSC

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