Pesquisa mostra que 5% de alunos do ensino fundamental de Santa Catarina apresentam excesso de gordura abdominal

09/09/2013 09:16

Gabriella Feltrin defendeu dissertação sobre a ocorrência de obesidade infantil em Santa Catarina

Pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (PPGN) para a dissertação de mestrado de Gabriella Betioll Feltrin, orientada pelo professor Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos, com alunos do ensino fundamental de oito municípios de Santa Catarina encontrou associação entre o sexo masculino e a obesidade central. Entende-se como obesidade central o acúmulo excessivo de gordura localizado na região abdominal, o qual está fortemente associado com o desenvolvimento de fatores de risco para doenças cardiovasculares. O estudo verificou ainda, que as meninas que consumiam alimentos considerados de risco à saúde, três vezes ou mais por dia, tiveram maiores chances de apresentar obesidade central quando comparado às meninas que consumiam estes alimentos no máximo uma vez ao dia.

 

 

 

 

 

 

 

A pesquisa foi realizada com uma amostra de cerca de 5 mil escolares de escolas públicas e particulares dos municípios de Chapecó, Joaçaba, Blumenau, Jaraguá do Sul, Lages, Criciúma, Florianópolis e Joinville. Foram aferidas na escola as medidas antropométricas dos alunos (peso, estatura e circunferência da cintura) e outras informações como: sexo, idade e rede de ensino. O consumo alimentar foi avaliado por meio de um questionário alimentar do dia anterior (QUADA), que contém representações gráficas de 21 alimentos. Foi enviado um questionário aos pais ou responsáveis para obtenção de informações socioeconômicas, demográficas e nutricionais, bem como autorização/consentimento para participação dos alunos na pesquisa.

Os resultados da pesquisa indicam que cerca de 5% dos escolares do ensino fundamental de Santa Catarina apresentaram obesidade central e que dos escolares obesos centralmente, praticamente todos apresentam excesso de peso.

Embora crescente, é pequeno o número de trabalhos sobre esse tema no contexto mundial, bem como no Brasil. Parte deles encontra menor risco de obesidade central em meninos, em crianças que apresentam bons hábitos alimentares e que mantém o peso dentro do recomendado, em alunos da rede de ensino particular, enquanto outros trabalhos não identificaram essas associações. No Brasil poucas pesquisas foram realizadas com escolares do ensino fundamental, sendo necessários mais estudos que identifiquem a prevalência e os fatores associados à obesidade central.

O resultado desta pesquisa reforça que as estratégias de combate à obesidade central em crianças devem focar na prevenção ao excesso de peso, por meio de mudanças no estilo de vida, incentivo à prática de atividade física e hábitos alimentares mais saudáveis.

Informações: Gabriella Feltrin – gabibfeltrin@gmail.com.

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