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“Ciranda, cirandinha, vamos todos abraçar. Abraçando o HU a MP vou derrubar”. A adaptação da tradicional cantiga de roda, puxada por terapeutas da alegria fantasiados de palhaços, era cantada pelos mais de 300 manifestantes que circundaram, ao meio-dia desta quarta,1º de junho, em um abraço simbólico seguido de um minuto de silêncio, o Hospital Universitário. O “Abraço no HU” foi realizado em protesto à Medida Provisória 520/10, aprovada pela Câmara dos Deputados em 25 de maio, que autoriza a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares S.A. (Ebserh) para administrar os hospitais universitários brasileiros.

Servidores públicos argumentam que a criação de uma empresa privada para comandar os hospitais universitários pode comprometer a dinâmica do SUS (Sistema Único de Saúde). Um dos líderes do evento, e representante do Centro Acadêmico de Medicina, João Paulo Garibaldi, declarou que “Acontecerá com o HU o mesmo que ocorreu com o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, que foi parcialmente privatizado, e onde já existe diferenciação entre o tratamento dado a pacientes do SUS e privados”. Garibaldi também defende que a privatização do Hospital Universitário diminuirá a oferta de estágios para os estudantes do Centro de Ciências da Saúde (CCS). A estudante de Nutrição Jeane Marcos, participante da manifestação, conta que foi motivada pelo Centro Acadêmico de seu curso a comparecer ao “abraço”, e que sua principal preocupação é a de não conseguir um estágio no HU caso a Ebserh passa a administrar o hospital.

Estiveram presentes na manifestação representantes de Centros Acadêmicos, do Diretório Central de Estudantes (DCE), do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina (SINTUFSC), do CCS, funcionários do HU, o vereador Dr. Ricardo, mas principalmente, estudantes. “Esse é 2º ato em defesa do HU”, definiu o membro o Coordenador de Assuntos Jurídicos do SINTUFSC, Antonio Lopes.

Por Nathan MattesSchafer/ bolsista de jornalismo da Agecom