Areia na água e desapego no coração: a mística da mandala

07/06/2011 18:05

Fotos: Francisca Nery/ Bolsista de Jornalismo na Agecom

Fotos: Francisca Nery/ Bolsista de Jornalismo na Agecom

Desmantelamento da mandala e debate com jornalistas encerraram no fim de semana Semana de Cultura e Arte Tibetana com lição de desapego às coisas materiais. Em nove dias, evento atraiu mais de mil pessoas a UFSC

Mais do que um ato formal, o término da II Semana de Cultura e Arte Tibetana na UFSC no final de semana foi um momento de ternura e espiritualidade.  Por volta de 17 horas de sábado, sob o olhar concorrido e emocionado de uma pequena multidão, dois monges do monastério Namgal, de Sua Santidade Dalai Lama, em Nova York, iniciaram o ritual de desmanche da mandala que um deles levou nove dias para confeccionar no Hall da Reitoria. A cerimônia encerrou com delicado misticismo uma semana de debates, cursos, palestras, exibição de filmes, exposições fotográficas, arte e culinária que atraiu mais de mil pessoas à UFSC para um mergulho intenso na cultura do Tibete.

Disposta sobre uma mesa no Hall da Reitoria da UFSC, a mandala significava para os presentes a sensação de paz e harmonia que gerou no trabalho de compô-la. A cerimônia de desmonte é, na filosofia budista, um exercício de desapego em que a arte dá uma lição de vida sobre a impermanência dos seres e das coisas. Nada nos pertence nesta vida, ensina a figura. Com paciência tibetana, mas sem o mesmo vagar que o público levou para construí-la, montículo, por montículo, o monge foi varrendo com as mãos as faixas de areia colorida.

Como se as pessoas entrassem em um ciclo do não-tempo, a bela e efêmera arquitetura de areia foi aos poucos desaparecendo dos olhos dos congressistas, muitos deles rasos de água. Depois de recolher a areia em um vidro, o lama entoou suas preces e a multidão o seguiu até o lago do Convivência, onde lançou a poeira na água junto com pétalas de flores. Cada grãozinho de areia que caiu no lago representava um passo no desapego às coisas materiais e a entrada no mundo interior da espiritualidade em alusão ao fato de que tudo que construímos e trabalhamos um dia termina. Quem assistiu pôde levar consigo uma pequena porção da areia energizada, para guardar um pouco do significado simbólico ancestral dessa arte.

Um debate com os jornalistas brasileiros que estiveram no Tibete, Luís Pelegrini, Artur Ortiz e Haroldo Costa encerrou às 22h30 a Semana. Cerca de 80 pessoas – média de participantes do ciclo de palestras que aconteceu no auditório da UFSC – ouviram os relatos sobre as experiências vividas pelos três jornalistas em viagens realizadas como desafio pessoal e também como missão de vida ao Tibete. Uma das mais curiosas delas foi a do jornalista Airton Ortiz, criador do gênero jornalismo de aventura, que entrou na região com a ajuda da resistência tibetana e ajudou a viabilizar a saída de um lama do budismo do Tibete que corria riscos: Urgyen Trinley Thaye Dorje, a 17ª. Reencarnação do Karmapa Lama e terceiro nome dentro da estrutura hierárquica do budismo tibetano. A história pode ser conferida no livro Pelos Caminhos do Tibete, editado pela Record. Haroldo relatou suas experiência, mostrando um álbum de fotos memoráveis tiradas no Tibete e Pelegrini emocionou o público relatando detalhes de seus encontros com Dalay Lama (em Dharamsala, Índia).

O encontro ajudou a fortalecer o afeto e a solidariedade à causa desse povo e a divulgar os elementos da cultura, da sabedoria e do misticismo do Tibete, segundo a coordenadora geral, Cerys Tramontini. A Semana foi promovida de 27 de maio a 4 de junho pelo Centro de Cultura Tibetana (CCT) com apoio da Secretaria de Cultura e Arte da UFSC

Mais fotos do evento podem ser vistas fotos aqui.

A cobertura completa da II Semana de Cultura e Arte Tibetana encontra-se no www.semanatibetana.com.br

Por Raquel Wandelli/Jornalista na SeCArte

99110524 e 37219459

Tags: artebudismoTibete

Semana da cultura tibetana continua até o dia 4

30/05/2011 12:10

Continua no Auditório da Reitoria até o dia 4 de junho a II Semana de Cultura e Arte Tibetana, que oferece palestras, cursos, exibição de filmes e exposições. O evento é uma realização do Centro de Cultura Tibetana (CCT) com apoio da SeCArte e da UFSC. As inscrições avulsas podem ser feitas no local. Informações e programação em www.semanatibetana.com.br ou pelo telefone (48) 91494717 ou (48)  88234455.
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Tags: culturasemanaTibete

Arte e cultura do Tibete em Florianópolis

06/05/2011 15:55

Florianópolis vai se transformar na capital brasileira da cultura e arte do Tibete entre os dias 27 de maio e 4 de junho. Durante esse período, o Centro de Cultura Tibetana (CCT) realiza, na Universidade Federal de Santa Catarina, a II Semana de Cultura e Arte Tibetana, que oferecerá palestra, curso, exibição de filmes e exposições, entre outros eventos que terão a missão de divulgar a cultura desse país para os brasileiros. Com acesso gratuito a toda população para grande parte das atividades, o evento recebe o apoio da Secretaria de Cultura e Arte e do Núcleo de Estudos Orientais do Centro de Ciências Filosóficas e Humanas.

A cerimônia de abertura, às 18h30 do dia 27, no auditório da Reitoria da UFSC, será marcada pelo início da construção de uma mandala de areia. Monges do Namgyal, do monastério do Dalai Lama nos Estados Unidos, virão pela primeira vez ao Brasil para a realização dessa arte milenar, feita com milhões de grãos de areia coloridos e que representa a impermanência de todas as coisas. Os participantes da Semana poderão acompanhar de perto o processo de produção da mandala durante todos os dias de evento, das 9 às 18 horas. A cerimônia de desmantelamento da mandala ocorrerá no último dia de programações (4 de junho), às 15 horas.

Curso sobre história do Tibete

A programação da II Semana de Cultura e Arte Tibetana inclui o curso Tibete: História, Cultura e Sobrevivência no mundo, entre os dias 27 de maio e 4 de junho, no auditório do prédio da Reitoria da UFSC. Uma participação importante será a de Lama Padma Santem, Lia Diskin do Instituto Palas Athena, Tsewang Phuntso, representante do Dalai Lama, Professor Dr. Robert Barnett da Columbia University em NY, EUA. As sete palestras abordarão temas como história e cultura dessa nação, estratégias de sobrevivência de sua identidade cultural e a defesa dos Direitos Humanos, sempre a partir das 19h30 às 22 horas. No dia 30, haverá a sessão do filme O choro tibetano por liberdade, de Lara Damiani. As inscrições para as 180 vagas devem ser realizadas até o dia 20 de maio, pelo site oficial do eventowww.semanatibetana.com.br ou pelo telefone (48) 91494717 ou (48)  88234455. As palestras avulsas custam R$ 40,00 e R$ 10,00 o filme e o pacote com sete palestras mais o filme, R$ 240,00.

Mesa Redonda

No dia 30, às 10 horas, no auditório da Reitoria da UFSC, a mesa redonda sobre o tema Um olhar para dentro: contribuições da Ásia para o mundo atual discutirá a expansão e a influência da cultura asiática nos países do Ocidente, abordando temas como ciência, técnicas contemplativas, estudos da mente e filosofias milenares. Comporão a mesa o Lama Padma Samten, do Centro de Budistas Bodisatva, João Lupi, professor da UFSC, os Monges Joaquim e Gensho, representante do Zen Budismo de Florianópolis, e o professor Reverendo Joaquim Monteiro. Com moderação de Alexandre Vieira, do CCT, a mesa será aberta ao público e gratuita.

Exposições, filmes e palestras

As Thangkas – pinturas religiosas originárias do Tibete repletas de simbologias que budistas usam para representar deuses, deusas, mandalas e figuras históricas –  serão destaque de uma das exposições que ocorrem durante a II Semana, no hall do prédio da Reitoria da UFSC e com acesso gratuito. No dia 30, essas pinturas consideradas das mais tradicionais expressões da cultura tibetana estarão expostas para os participantes do evento. Outras duas exposições fotográficas também fazem parte da programação – Fotos variadas da cultura tibetana e The Missing Peace in a Box, que poderão ser visitadas diariamente, das 9 às 22 horas. A primeira coletânea de fotos conta a história do Tibete em imagens de seu próprio povo, enquato The Missing Box foi concebida como uma exposição de artes visuais que viaja o mundo em uma caixa. São 14 pôsteres, doados por artistas famosos e inspirados nos princípios de compaixão do Dalai Lama.

O evento também abrirá aos espectadores a oportunidade gratuita de conhecimento do cinema tibetano com a realização de uma seleção de filmes. No dia 2 de junho, às 15 horas, será exibido Fogo na Neve, do diretor Makoto Sasa. O enredo é a história de Palden Gyatso, monge budista que durante 33 anos sofreu torturas e realizou trabalhos forçados em um cativeiro mantido por chineses. No dia 3 de junho, às 17 horas, será exibida a segunda película: Tibete: O que resta de nós, dirigida por François Prévost e Hugo Latulippe, que conta a história de uma jovem tibetana canadense em sua jornada divulgando um vídeo do Dalai Lama.

Durante a palestra gratuita sobre Arte Budista do Tibete: introdução e perspectivas, no dia 28 de maio, às 14 horas, no auditório da Reitoria, os artistas, o tibetano Ogen Shak e a brasileira H. Gyatso abordarão a relação entre arte, técnica e insight contemplativo.

Banquete tibetano

Na noite do dia 1º de junho, os participantes da II Semana de Cultura e Arte Tibetanas vão conhecer e saborear as iguarias típicas da culinária do país. Um jantar preparado pelo chef e artista Ogen Shak, que terá início às 19h30, no Sítio da Alegria, no Bairro João Paulo, em Florianópolis, oferecerá três tipos de Momos – tradicional pastel cozido no vapor e com diferentes opções de recheio e acompanhamentos –, molhos, arroz de açafrão e uma deliciosa entrada. Além de liderar a equipe que preparará o banquete, Ogen Shak fará uma apresentação de canções típicas do Tibete, com demonstrações multi-instrumentais. Os convites, a R$ 50,00 podem ser adquiridos pelo sitewww.semanatibetana.com.br ou pelo telefone (48) 9149-4717.

A programação completa da II Semana de Cultura e Arte Tibetana encontra-se no www.semanatibetana.com.br

SERVIÇO:

Data: de 27 de maio a 4 de junho

Local: Local: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Endereço: Rua Campos Universitário – Trindade – Florianópolis

Entrada franca para as atividades de dia, a noite o Curso será pago. Ver www.semanatibetana.com.br

Contatos: Ana Paula: 8823-4455.

Por Raquel Wandelli/ Jornalista na SeCArte

Tags: arteTibete

Arte e cultura do Tibete em Florianópolis

04/05/2011 12:49

Florianópolis vai se transformar na capital brasileira da cultura e arte do Tibete entre os dias 27 de maio e 4 de junho. Durante esse período, o Centro de Cultura Tibetana (CCT) realiza, na Universidade Federal de Santa Catarina, a II Semana de Cultura e Arte Tibetana, que oferecerá palestra, curso, exibição de filmes e exposições, entre outros eventos que terão a missão de divulgar a cultura desse país para os brasileiros. Com acesso gratuito a toda população para grande parte das atividades, o evento recebe o apoio da Secretaria de Cultura e Arte e do Núcleo de Estudos Orientais do Centro de Ciências Filosóficas e Humanas.
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Tags: culturaDalai LamaTibete