O que se sabe sobre super espalhadores de Covid-19? Grupo da UFSC reúne e sintetiza estudos sobre o tema

25/03/2021 12:14

Pesquisadores do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina (NUPES) reuniram e apresentaram, a partir de pesquisas já realizadas no mundo, evidências científicas sobre o impacto dos super espalhadores na pandemia de Covid-19. Em artigo publicado no periódico São Paulo Medical Journal eles sintetizaram os dados com o objetivo de avançar nos estudos relacionados à temática, também pensando em verificar o efeito de estratégias de controle e vigilância. Alguns dos pontos de destaque identificados a partir de artigos publicados foi que um super espalhador pode ter alta carga viral, pode não ser um paciente gravemente doente e possui maior tempo de eliminação do vírus. 

Os super espalhadores são aqueles com potencial de propagação superior à média para infectar outras pessoas. Os pesquisadores recorreram a bases de dados nas quais cientistas do mundo todo têm seus estudos divulgados, sem restringir país ou idioma, e chegaram a quatro trabalhos realizados por cientistas chineses. “A comunidade científica precisa de maior profundidade de avaliação e compreensão de como esses pacientes desenvolvem fisiologicamente a capacidade de propagar Covid-19 mais intensamente”, conclui o estudo, que ainda afirma ser necessária uma forma mais simples de rastreio dos espalhadores, já que muitas pessoas infectadas são assintomáticas. A revisão é assinada pelos pesquisadores Ana Paula Schmitz Rambo, Laura Faustino Gonçalves, Ana Inês Gonzáles, Cassiano Ricardo Rech, Karina Mary de Paiva e Patrícia Haas .

 

Imagem ilustrativa (Imagem de Mohamed Hassan por Pixabay)

 

Segundo explica a professora Patrícia Haas, do Programa de Pós graduação em Fonoaudiologia da UFSC, os super espalhadores já foram investigados e relatados durante epidemias da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), o que pode indicar que haja evidência de padrões semelhantes na SARS-CoV-2. No entanto, já se percebe, na literatura, uma divergência sobre o que seria um super espalhador. “Enquanto alguns autores defendem ser qualquer pessoa com um poder de contaminação maior do que o ‘padrão’ (contaminar três pessoas), outros defendem que o super espalhamento só é considerado quando uma pessoa infecta mais que outras 10 pessoas”.
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