Itajaí prepara-se para receber serviços de telemedicina

27/02/2012 17:00

Professor Aldo von Wangeheim explica o funcionamento da telemedicina em SC ao vereador de Itajaí, Marcelo Werner

A população de Itajaí (SC) será a nova beneficiada pelos serviços do Sistema Catarinense de Telemedicina e Telessaúde (SCTT), um programa do Governo do Estado de Santa Catarina em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina. A previsão é que os serviços sejam implantados ainda no primeiro semestre de 2012. A iniciativa tem despertado interesse das autoridades locais, como o vereador Marcelo Werner, que no dia 16 de fevereiro fez uma visita à equipe do SCTT junto à UFSC, para conhecer de perto os serviços. “O objetivo da visita é estabelecer uma ponte entre a universidade e o poder público de Itajaí, conhecer melhor a experiência para propor à Secretaria de Saúde os serviços relevantes para a comunidade”, afirma o vereador.

O Sistema Catarinense de Telemedicina e Telessaúde foi implantado em 2005 e cinco anos depois já havia atendido a um milhão de pessoas de todo o Estado, número que se repetiu ao longo de 2011, com a expansão do serviço para 230 municípios. Ele permite que os pacientes que buscam atendimento cardiológico e dermatológico realizem seus exames nas cidades onde moram e tenham o laudo emitido por médicos sediados em Florianópolis apenas um dia depois. Agora, após contemplar os municípios de pequeno e médio portes (Joinville e Lages são as exceções), o sistema começa a ser disponibilizado a pacientes das grandes cidades, com o que o número de atendimentos pode chegar a 2 milhões por ano.

De acordo com o subcoordenador operacional do Sistema, Harley Miguel Wagner, o serviço foi criado para facilitar o atendimento de pacientes que antes se obrigavam a enfrentar grandes filas para realizar consultas com cardiologistas e dermatologistas. A triagem é feita nos próprios hospitais ou postos de saúde em todas as regiões do Estado. “Isso agiliza e desonera o processo de emissão dos laudos e tira das filas os que não têm problemas sérios nestas especialidades da saúde”, afirma ele. “Muitas vezes, a atenção básica pode resolver questões que antes demoravam semanas ou meses para serem solucionadas”, ressalta.

Pesquisador Richard Augusto Schafer de Martini (esq.) e Harley Miguel Wagner (dir.) explicam os aspectos técnicos do sistema ao vereador Marcelo Werner (centro)

Apenas na cardiologia, são realizados hoje de 12 mil a 15 mil exames por mês, número que deverá chegar a 20 mil quando todos os municípios catarinenses estiverem conectados no sistema. A Secretaria da Saúde, parceira da UFSC nesse programa, contratou sete médicos apenas para emitir os laudos, o que barateia e capilariza os gastos do atendimento ambulatorial. De sua parte, as prefeituras entram com as instalações físicas, equipamentos médicos e computador. A UFSC, além de dar o suporte técnico, fornece treinamento para os profissionais que operam o sistema.

O coordenador do Lapix, laboratório que desenvolve os serviços e tecnologias de processamento de imagens médicas do Sistema, Aldo von Wangenheim, destaca que uma das vantagens é utilizar a mesma rede para todo o Estado. “Isso torna mais fácil reunir estatísticas que possam traçar um perfil médico do cidadão catarinense, contribuindo para futuras ações de prevenções”, explica.

“É impressionante e gratificante visitar a Universidade Federal, a 95 quilômetros de Itajaí, e nos deparar com tecnologia de alto nível sendo desenvolvida para melhorar a saúde em nosso município”, comenta Marcelo Werner. Uma das ideias do vereador é implantar os serviços em unidades móveis, que possam percorrer os bairros da cidade. Itajaí tem uma população de mais de 180 mil habitantes.

 

Por Paulo Clóvis Schmitz e Laura Tuyama, jornalistas na Agecom.

Fotos: Laura Tuyama.

 

Tags: lapixSistema Catarinense de Telemedicina e TelessaúdeUFSC

Rede de Telemedicina chega a um milhão de exames em 2011

12/05/2011 09:21

No mês de abril de 2011, o Sistema Catarinense de Telemedicina e Telessaúde atingiu o total de um milhão de exames realizados. A tecnologia catarinense é a maior e mais avançada Rede Pública de Telemedicina do Hemisfério Sul e já está disponível em quase 100% dos municípios do Estado. São 287 cidades, de um total de 293, beneficiadas pelo sistema. Estes serviços vão de laudos à distância de eletrocardiogramas até o acesso a exames de análises clínicas e de alta complexidade, como tomografia e ressonância magnética.

O Sistema de Telemedicina é uma rede estadual baseada numa infraestrutura tecnológica especialmente criada para oferecer de maneira ágil e distribuída serviços de atenção à saúde no contexto do SUS. Os exames, realizados em qualquer cidade catarinense cadastrada no sistema, são imediatamente disponibilizados para serem analisados por especialistas, sem limitação geográfica. Logo após o laudo, o resultado pode ser visualizado pelo médico e pelo próprio paciente na cidade de origem.

Dessa forma, além de diminuir o tempo de acesso aos laudos, a Telemedicina possibilita a redução do custo desses exames e evita viagens desnecessárias. Tomando apenas os eletrocardiogramas digitais realizados até janeiro de 2011, estima-se que os pacientes atendidos tenham deixado de viajar mais de 13 milhões de quilômetros.

O Sistema Catarinense de Telemedicina começou em 2005, através de uma parceria entre a Secretaria do Estado da Saúde e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O primeiro eletrocardiograma digital foi instalado na cidade de Quilombo, na região Oeste, gerando o primeiro diagnóstico à distância através da Rede. A infraestrutura tecnológica foi desenvolvida na íntegra em Santa Catarina pelo Instituto Nacional para a Convergência Digital (INCoD), parte do Departamento de Informática e Estatística do Centro Tecnológico da UFSC. Essa tecnologia é toda baseada em software livre, sem dependência de nenhum tipo de produto comercial, totalmente integrada aos processos do SUS e passível de ser adaptada e estendida de acordo com as necessidades do gestor de saúde.

A partir daí, hospitais públicos foram gradualmente incorporados à rede. O encaminhamento de soluções para diferentes problemas médicos, através do suporte a distância para resultados de exames de alta complexidade nos hospitais, trouxe grandes avanços para a saúde pública. “Eu uso a Telemedicina diariamente, de manhã, de tarde, de noite e de madrugada. Não só para os exames de rotina no Hospital Regional de São José, como para pacientes internados e de emergência. E nos sobreavisos e plantões a gente usa em casa, tendo acesso direto aos exames que são feitos no hospital, e de imediato já posso dar o laudo”, conta o médico neurorradiologista Daniel Chaves. Hoje já são 13 hospitais ligados à rede.

Outra conquista importante foi a integração à Telemedicina do Laboratório Central de Análises Clínicas, o LACEN, o que aconteceu em março de 2008. Antes, os laudos eram feitos em Florianópolis e enviados pelo correio para as outras cidades do Estado. Agora, as vigilâncias epidemiológicas de cada município têm acesso aos laudos via sistema. Dessa forma, os resultados chegam muito mais rapidamente à mão do paciente. Se antes os profissionais de saúde esperavam, em média, mais de um mês para ter acesso a um exame enviado, hoje aguardam no máximo duas semanas.

Mais informações 372- 8000 ou marina@telemedicina.ufsc.br

Tags: Sistema Catarinense de Telemedicina e Telessaúde