Atleta Olímpico Ítalo Manzine cursa Engenharia de Computação na UFSC
Fôlego e conquistas marcantes não faltam para o acadêmico de Engenharia de Computação Ítalo Manzine Amaral Duarte Garofalo, matriculado na UFSC desde 2020. Acostumado a vencer nas piscinas com braçadas potentes, ele agora tem a missão de conciliar a rotina de atleta com a de estudante. Não parece impossível para quem cravou seu nome na história do esporte no Brasil: Ítalo Manzine disputou as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, mesmo tendo começado a treinar tardiamente, muitas vezes desencorajado por conta da sua estatura.
“O esporte nos ensina diversos bons hábitos como disciplina, organização e comprometimento, então assim que eu fui aprovado na UFSC precisei me organizar em relação aos horários de treino e às aulas e ter muita disciplina para não deixar a matéria acumular”, conta. Ele tinha vontade de fazer faculdade de Engenharia de Computação desde os 17 anos, mas sabia que seria difícil conciliar com a intensa rotina de treinos e competições na época.
Aos 29 anos, Ítalo já tem outra formação superior: graduou-se em Administração de Empresas. Para chegar até a UFSC fez pesquisas e apostou na recente mudança na grade curricular do curso do Campus Araranguá. “A universidade passou a se tornar a minha primeira opção por ser um curso bem atualizado tanto em termos de demanda do mercado de trabalho quanto para o meio acadêmico”, afirma.
Ítalo ingressou na instituição no ano passado, quando as atividades remotas foram formalmente instituídas por conta da pandemia de Covid-19. A situação incomum também fez com houvesse menos interação com os colegas e apenas alguns sabem da sua história de sucesso nas piscinas. No retorno à normalidade, ele pretende usar sua experiência para representar a UFSC em competições universitárias. “Acredito muito no potencial do esporte universitário como ferramenta de transformação social e é fundamental eu continuar praticando o esporte, competindo e incentivando todos a participarem, o que eu puder ajudar e participar podem contar comigo”.
Natural de Belo Horizonte, Ítalo conta que começou a se preparar para ser atleta olímpico aos 16 anos, quando assistiu aos Jogos de 2008 e viu o recordista César Cielo conquistando a medalha de ouro para o Brasil e o norte-americano Michael Phelps batendo recordes históricos. “A partir de então eu comecei a treinar para o alto rendimento. Os resultados e conquistas vieram com o tempo e em 2016 me classifiquei para representar o Brasil nos jogos do Rio de Janeiro”, lembra ele, que nadou os 50 metros livres.
Ele conta que sua carreira já começou com um desafio, pois os atletas costumam se preparar para o alto rendimento por volta dos 12 anos. “Aos 16 anos de idade não sabia praticamente nada sobre o que era ser um atleta de alto rendimento e morava em uma pequena cidade no interior de Minas Gerais, onde havia poucas competições, e as minhas referências no esporte só via pela televisão”, conta.
A estatura – 1,80 metros – também fez com que alguns treinadores o desencorajassem, já que a média dos nadadores é de 1,90. “Em 2016 eu e minha staff quebramos esse paradigma quando nadei para 21 segundos a prova de 50 metros livre, sendo o primeiro atleta no mundo com essa estatura a nadar para essa marca e também me classificando para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos”, relembra o acadêmico, que tinha se planejado e preparado para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio, mas não se classificou. “Pretendo continuar nadando, amo meu esporte, porém não estarei tão focado no alto rendimento como antes, devo me dedicar mais aos estudos e continuar incentivando novos atletas a alcançarem seus sonhos e objetivos”, finaliza.
Amanda Miranda/Jornalista da Agecom/UFSC