CCE promove Seminário Brasil-Argentina de Pesquisa e Investigação em Jornalismo

10/06/2011 12:23
Angelina Nunes, do jornal O Globo, na mesa "Os compromissos do jornalista e do pesquisador acadêmico"

Angelina Nunes, do jornal O Globo, na mesa "Os compromissos do jornalista e do pesquisador acadêmico"

Começou nesta quinta-feira, dia 9, no auditório Henrique Fontes do CCE, o 1º Seminário Brasil-Argentina de Pesquisa e Investigação em Jornalismo. O evento reúne pesquisadores, professores, profissionais e alunos dos dois países para discutir técnicas investigativas, pesquisa, situação da imprensa e inserção da atividade jornalística na sociedade. A promoção é do Observatório da Ética Jornalística (objETHOS, http://objethos.wordpress.com/ ) e do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (PosJor, http://www.posjor.ufsc.br). Segundo Francisco José Karam, coordenador do seminário, nos dois dias do encontro o objetivo é mostrar a preocupação do jornalismo com os rumos da sociedade.

Na composição da mesa de abertura estiveram presentes o professor Washington Uranga, da Universidad Nacional de Quilmes, Universidad de Buenos Aires e jornal Página 12 (jornal de Buenos Aires); o jornalista Jose Roberto de Toledo, do jornal O Estado de S. Paulo e o jornalista e escritor Eduardo Blaustein (Buenos Aires). Atuou como mediador o jornalista Sérgio Murillo de Andrade, representante da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

Os três convidados discursaram sobre pontos diferentes da atividade jornalística. O primeiro, José Toledo, explicou a relevância do jornalismo para a população. “Há muita informação na sociedade moderna, e ela pode ser entendida como tijolos. Dependendo de como serão organizados podem ser entulho, puxadinho, ou pirâmide. Os jornalistas são os arquitetos e os pedreiros dessa informação”. Toledo ainda explicou métodos de Reportagem Assistida por Computador (RAC), uma ferramenta que possibilita cruzamento de banco de dados pela internet para construção de notícias.

Eduardo Blaustein falou sobre o jornalismo durante a ditadura no seu país. “Escrevia-se com medo e de forma obscura na Argentina”. Ele disse que atualmente há dois problemas. “A precarização dos modos de produção dos jornais e o empobrecimento das indústrias culturais, que hoje servem para espetacularização e fins políticos”. O último convidado, Washington Uranga, ressaltou que a veracidade deve ser o princípio ético do jornalista e completou: “em um mundo midiatizado, comunicação e política estão contaminados, pois são cenários de luta simbólica por poder”. Uranga reforçou que o jornalista tem que ter um posicionamento social. “O jornalista necessita inserir-se na luta pela construção de direitos econômicos, políticos, sociais e culturais”.

O evento prosseguiu no período da tarde com a mesa-redonda sobre “As fontes no Jornalismo e na Academia”, com Cláudio Júlio Tognolli (São Paulo); Rodolfo Barros (Buenos Aires); e Mauro César Silveira (UFSC), com a mediação de Marco Aurélio Braga (Joinville). O debate de encerramento foi sobre “Prática jornalística e prática científica na pesquisa”, com Martín Becerra (Buenos Aires); Sebastián Lacunza (Buenos Aires) e Gislene Silva (UFSC), com a mediação da jornalista Ângela Bastos (jornal Diário Catarinense).

O evento termina nesta sexta-feira, dia 10, e tem patrocínio da Fapesc e conta com o apoio da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu), Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), Centro de Comunicação e Expressão (CCE), Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e da Casa do Jornalista.

Mais informações: (48) 3721-4831 ou http://1bapijor.webnode.com.br.

Foto: Pâmela Carbonari/bolsista de Jornalismo na Agecom

Por José Fontenele/Bolsista de Jornalismo na Agecom

Tags: Seminário Brasil-Argentina de Pesquisa e Investigação em JornalismoUFSC