Abertura do 3º Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros promove apresentações culturais
Quem passou pelo Centro de Cultura e Eventos na noite de segunda-feira, 10 de julho, pôde acompanhar a abertura do III Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros da Região Sul (Copene Sul). A cerimônia contou com apresentações artísticas e religiosas. A banda Cores de Aidê, integrada somente por mulheres, fez a abertura no hall e levou os participantes para dentro do Auditório Garapuvu. Como forma de homenagem à Mãe Beata de Iyemonjá, militante do movimento negro que faleceu recentemente, foi realizado também um ritual de religiões de matriz africana.
A mesa de abertura foi composta pela professora Jeruse Maria Romão; pela presidente do Copene, Joana Célia dos Passos; pela diretora do Centro de Ciências da Educação (CED), Vera Lúcia Bazzo; pela professora Anna Maria Canavarro Benite, pelo reitor da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Marcos Tomazi; e pelo reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, Luiz Carlos Cancellier de Olivo.
O Copene é realizado em nível nacional desde o ano 2000 pela Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e em níveis regionais desde 2013. O objetivo é reunir pesquisadores, professores, estudantes negros e ativistas da luta antirracista para divulgar a produção científica, tecnológica e cultural sobre desenvolvimento, patrimônio e cultura afro-brasileira.
Em 2017, o regional sul adotou como tema “Negras e Negros no Sul do Brasil: desenvolvimento, patrimônio e cultura afro-brasileira”. Apenas 23,7% da população da Região Sul do país é de negros, em Santa Catarina o número cai para 15,6%. A presidente do Copene Sul, Joana Célia dos Passos, lembrou em sua fala que “Santa Catarina é um estado com a maioria de sua população branca, onde o preconceito foi construído historicamente”. Joana ainda fez uma crítica à invisibilidade da cultura afro-brasileira em um estado que promove somente a cultura de países europeus.
- Apresentação da banda Cores de Aidê. Foto: Ítalo Padilha/Diretor de Fotografia da Agecom/UFSC.
- Integrante da banda Cores de Aidê. Foto: Ítalo Padilha/Diretor de Fotografia da Agecom/UFSC.
- Ritual de religiões de matriz africana. Foto: Ítalo Padilha/Diretor de Fotografia da Agecom/UFSC.
- Homenagem à Mãe Beata de Iyemonjá. Foto: Ítalo Padilha/Diretor de Fotografia da Agecom/UFSC.
- Plateia do Auditório Garapuvu, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC. Foto: Ítalo Padilha/Diretor de Fotografia da Agecom/UFSC.
- Joana Célia dos Passos agradece a participação e colaboração de mulheres na organização do Copene. Foto: Ítalo Padilha/Diretor de Fotografia da Agecom/UFSC.
A organização do evento ainda homenageou uma representante de cada estado da região sul pela importância e participação no movimento negro. A homenageada do Paraná foi a professora e presidente da comunidade quilombola Paió de Telha, Ana Maria Santos da Cruz. No Rio Grande do Sul quem recebeu a homenagem foi a professora Georgina Helena Lima Nunes, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). E em Santa Catarina foram homenageadas as participantes e fundadoras do Grupo de Mulheres Negras Maria Antonieta de Barros (Amab). Finalizando as homenagens e apresentações artísticas, a velha guarda da Escola de Samba Embaixada Copa Lord recordou alguns de seus sambas enredos.
Encerrando as atividades da noite, o professor Kabengele Munanga, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), ministrou a palestra “Patrimônio cultural e identidade afro-brasileira e africana”. Kabengele destacou em sua fala a importância da constituição de uma identidade afro-brasileira, individual e coletiva, como forma de reconhecimento e integração dos patrimônios histórico e culturais para acabar com os preconceitos.
Confira a programação completa no site.
Texto: Giovanna Olivo/Estagiária de Jornalismo/Agecom/UFSC
Fotos: Ítalo Padilha/Diretor de Fotografia/Agecom/UFSC