Congresso Brasileiro de Micologia homenageia professora aposentada da UFSC
O 8º Congresso Brasileiro de Micologia, aberto nesta segunda-feira, 3 de outubro, reúne mais de mil estudantes, docentes e pesquisadores de fungos de todos os estados brasileiros e de outros 19 países. A programação segue até esta quinta-feira, dia 6.

Mais de mil participantes de todos os estados brasileiros e de 19 países estão presentes no Congresso. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC
Esta edição do evento presta homenagem à pesquisadora e professora aposentada da UFSC, Clarice Loguercio Leite, que foi nomeada presidente de honra do congresso. Clarice ingressou como docente em 1983 e iniciou os estudos de Micologia e o Laboratório de Micologia da Universidade.
“É um imenso orgulho para mim que este congresso esteja acontecendo aqui na UFSC. Fiquei 29 anos aqui na Universidade, comecei o laboratório de Micologia em uma sala de 12 metros quadrados. Briguei muito por dinheiro, espaço, bolsas, e no decorrer do tempo conseguimos formar muitos pesquisadores e professores que hoje estão no cenário nacional e internacional. O que era um pequeno laboratório hoje é um grande laboratório, cheio de pessoas. É um pulo qualitativo e quantitativo enorme”, recorda-se Clarice. “Os alunos que tive são minha maior riqueza”, emociona-se.
Clarice foi homenageada pela professora Andrea Romero, da Universidad de Buenos Aires, colega de doutorado e amiga de longa data da professora da UFSC. “Por que estamos aqui, graças a quem?”, questionou Andrea no início de sua apresentação. A pesquisadora relembrou a carreira, as amizades e conquistas de Clarice ao longo dos anos, emocionando-se em alguns momentos. “Seu legado mais importante são os seus alunos. Ela sempre foi exigente com eles, mas também muito companheira. Adquiriu do próprio bolso equipamentos e assinaturas de revistas científicas para o laboratório. Se hoje celebramos este congresso aqui na UFSC, é graças ao esforço e dedicação de Clarice Leite”, complementa.
Em 2013, a aluna do Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas, Valéria Ferreira Lopes, descobriu três novas espécies de fungos na região da Mata Atlântica no Sul do Brasil e nomeou uma delas Phylloporia clariceae, em homenagem à professora da UFSC.

Clarice Loguercio Leite é homenageada por seu trabalho pela Micologia na UFSC. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC
Abertura
Presidente do congresso, Maria Alice Neves foi a primeira a discursar durante a abertura do evento e destacou o número crescente de pessoas interessadas nas diversas áreas da Micologia, que incluem a pesquisa, ensino e divulgação em áreas como a Agronomia, Biologia, Bioquímica, Botânica, Engenharia de Alimentos, Farmácia, Medicina, Nutrição, Veterinária, entre outros.
“O crescimento da área no Brasil se reflete na qualidade dos pesquisadores que estão sendo formados e na qualidade dos nossos cursos. Fica claro quando observamos a produção científica do Brasil em todas as áreas da Micologia. Essa produção tem causado um grande impacto nas pesquisas de fungos em todo o mundo e sobretudo na América Latina. Sabemos da importância do impacto que os fungos têm na economia, seja como fonte ou na produção de alimentos, produção de fármacos, a importância ainda mais evidente na decomposição e ciclagem de nutrientes e nas inúmeras interações simbióticas com todos os demais seres vivos”, aponta Maria Alice.
Participaram também da abertura o pró-reitor de Pós-Graduação, Sergio Freitas; a diretora do Centro de Ciências Biológicas (CCB), Sônia Gonçalves; o vice-diretor do Centro de Ciências Agrárias (CCA), Cesar Damian; a presidente da Sociedade Brasileira de Micologia, Rosane Hahn; o chefe do departamento de Botânica, Rafael Trevisan; o chefe do departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia, Edmundo Grisard; o coordenador da comissão científica do congresso, Admir Giachini.
Mais informações no site do congresso.
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