Mostra de documentários acontece nesta quinta

21/03/2012 13:03


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Homem com uma câmera traz conceitos para captação da realidade

Homem com a camera de filmar, de Dziga Vertov e Rien que les heures, de Alberto Cavalcanti, serão exibidos nesta quinta, 22/03, às 20h, na Casa das Máquinas, na Lagoa da Conceição. Os dois filmes, da década de 1920, estão na programação da Mostra de Documentários promovida pelo Núcleo de Antropologia Visual da UFSC (NAVI), em parceria com a Casa das Máquinas.

A Mostra acontece quinzenalmente, sempre às quintas-feiras, às 20 horas, e os filmes são exibidos na Praça Bento Silvério, na parede externa da Casa das Máquinas. O evento tem como objetivo promover o debate acerca de culturas e discutir sobre os modos e políticas do dar aver, a partir dos aparatos e dispositivos audiovisuais além do campus universitário. As sessões são gratuitas e abertas ao público.


22/março: Sinfonias Urbanas

* Homem com a camera de filmar, diretor: Dziga Vertov, 1929, 67’

Homem com a camera de filmar é o mais puro exemplo da ruptura total do cinema com a literatura e a dramaturgia, uma autêntica iniciação aos segredos da linguagem cinematográfica. Dziga Vertov criou o Kino-Pravda (Cine-Verdade) e o Kino-Glaz (Cine-Olho), novos conceitos para captação da realidade, formatada dentro de uma montagem visionária que influenciaria o cinema do Pós-Guerra. As imagens são deslumbrantes e de grande impacto visual. Sem dúvida um dos filmes mais importantes de todos os tempos. A trilha sonora é composta e conduzida pela Alloy Orchestra, seguindo as instruções escritas por Dziga Vertov.

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Rien que les heures: olho do presente sobre a cidade

* Rien que les heures, diretor: Alberto Cavalcanti, 1926, 60’

Alberto Cavalcanti, cineasta brasileiro – pouco conhecido por aqui – antecipa as sinfonias urbanas de Vertov e Ruttmann, quando realiza, em 1926, Rien que les heures.

Como escreve Elizabeth Sussex, “Rien que les heures, o primeiro filme que ousou mostrar a vida comum do dia a dia de uma cidade, merece um olhar com o olho do presente. Isso nos ajuda a desvendar a carreira de Cavalcanti como um todo: o approach dramático, a consciência social contrastando as vidas de ricos e pobres. Sua reputação sofreu uma negligência inicial porque seu impacto foi roubado pelo Berlin, de Ruttmann, realizado depois mas exibido antes na Inglaterra e na América”.

 

Confira também a programação para o mês de abril.

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