Tese de doutorado da UFSC é adaptada em livro sobre prática de leitura no sistema prisional

12/05/2025 09:19

O livro Leitura e Cárcere, de Rossaly Beatriz Chioquetta Lorenset, doutora em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), será lançado em 17 de maio, na 2ª Feira Literária de Florianópolis (FLIF). A obra, resultado da tese de doutorado de Rossaly no Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL), mostra a experiência da autora durante entrevistas com presos em um projeto de extensão de leitura que coordenou durante cinco anos no curso de Direito da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc Xanxerê). A pesquisa constatou que há mínimas condições de leitura no cárcere, refletindo sobre desigualdade social, funcionamento dos sistemas de segurança e de justiça e condições dos espaços de privação de liberdade.

A obra apresenta diferentes casos e mostra o envolvimento de presos com a leitura: alguns afirmavam o gosto pela atividade, outros que diziam ler apenas para redução da pena. A Lei de Execução Penal (LEP) dispõe sobre a remição de parte do tempo de execução da pena por estudo ou trabalho: a cada livro lido, quatro dias a menos atrás das grades. “A remição de pena por meio de leitura foi introduzida, em 2011, no contexto do sistema penal porque não havia nem trabalho nem escola para os presos. A função da leitura nesse contexto não foi por benesse, havia um vazio já no sistema que deveria ser tratado. A possibilidade de diminuir dias de pena de condenados pela Justiça por meio da leitura não demandava investir financeiramente no sistema prisional, bastava dar livros aos presos”, diz Rossaly, que é facilitadora de Justiça Restaurativa.
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