Em último dia, fórum global sobre riscos de desastres reúne especialistas na UFSC
O Fórum Global Understanding Risk (UR22), que reuniu durante a semana uma comunidade internacional de especialistas e profissionais da área de identificação de riscos de desastres, chegou ao último dia nesta sexta-feira, 2 de dezembro, com uma agenda de debates e de apresentação de boas práticas na Universidade Federal de Santa Catarina. O evento contou com atividades on-line e presenciais, em diferentes locais de Florianópolis, e incluiu mais de cem sessões técnicas com especialistas de todo o mundo, plenárias, palestras, demonstrações de tecnologia e performances artísticas.
A UFSC sediou a programação desta sexta-feira, realizada no Centro de Cultura e Eventos. A instituição também seria o palco das atividades de quinta, mas em virtude dos prejuízos causados pelas chuvas extremas na Grande Florianópolis, o evento foi reprogramado para a modalidade online. Uma das agendas do último dia de evento foi o painel Ciência Comportamental – A Chave para Desbloquear a Resiliência, em que especialistas de diferentes áreas e regiões do mundo falaram sobre comportamento diante do risco, aplicação das ciências sociais ao gerenciamento de riscos e desastres e governança a partir do diálogo com as comunidades.
O evento foi conduzido pela United Nations Office for Disaster Risk Reduction, entidade global que apoia os países na implementação, monitoramento e compartilhamento do que funciona na redução do risco existente e na prevenção de novos riscos. Uma das painelistas foi a ex-vice-ministra de Habitação, Ordenamento do Território e Meio Ambiente do Uruguai no governo de Pepe Mujica. Ela destacou a importância de se pensar nos riscos frente às anomalias e desigualdades que incidem de forma clara na América Latina.
A arquiteta questionou, por exemplo, como se pode planejar a gestão de riscos em modelos de desenvolvimentos em que há predominância de discriminação e exclusão, e apontou a necessidade de uma governança que reconheça a complexidade das dinâmicas das cidades. Ela reforçou, ainda, que é preciso pensar o ordenamento territorial e que a participação das pessoas nesse processo é um elemento chave.
Paralelamente, um workshop de boas práticas da Defesa Civil discutia, no auditório, exemplos eficientes de gestão, prevenção e controle de riscos. Exemplos de Minas Gerais foram apresentados ao público. Engenheiros de Caratinga, no interior do Estado, levaram ao público os processos que resultaram no aplicativo Proximidade, voltado a populações ribeirinhas em áreas próximas a barragens. Segundo Juscélio da Silva, o aplicativo é um instrumento de contato e de alerta para a população cadastrada, que pode também visualizar manchas de inundação utilizadas para a atuação da Defesa Civil.