Os pecados e os milagres da comunicação

10/05/2007 14:08

Alcides Buss, Artemio, Lúcio Botelho e Diomário de Queiroz

Alcides Buss, Artemio, Lúcio Botelho e Diomário de Queiroz

Como a profissão de jornalista é exercida hoje? De que forma as pessoas têm acesso à informação no século XXI? Como trabalham os órgãos de assessoria de imprensa em meio à revolução gerada pelas novas tecnologias?

Essas e outras perguntas norteiam o livro Santos e pecadores – comunicação versus crise na era da informação do jornalista Artemio Reinaldo de Souza. A obra é baseada em sua dissertação de mestrado em Engenharia de Produção, intitulada A assessoria de imprensa e as novas tecnologias: a comunicação integrada como ferramenta de gestão da imagem organizacional, e foi lançada recentemente na Pizzaria San Francesco, no centro da Capital.

Globalização e informação – As transformações ocorridas com a globalização e o advento das novas tecnologias influenciaram também a forma como o homem se comunica, e a relação entre organizações e a imprensa, como afirma o autor. “Globalizaram-se os processos, as emoções e, sobretudo, os fluxos e circuitos da informação. Nesse mundo novo, as instituições, incluindo-se as empresas, agem pelo que dizem, em especial pelos acontecimentos significantes que produzem, com os quais interferem na realidade, ao usarem a eficácia difusora do jornalismo, que tornou-se espaço público de socialização dos discursos particulares para os confrontos da atualidade, em todos os campos da atividade humana organizados sob a lógica da competição”. Outra faceta desse mesmo ponto também é citado por Almyr Gajardoni, Chefe do Núcleo de Redação da Imprensa Oficial de São Paulo, na apresentação do livro. “O problema real está na urgência de se preparar, técnica e culturalmente, para reagir instantaneamente – em tempo real, diz-se no novo jargão – ao permanente fluxo de novos acontecimentos(…)”.

Artemio reúne na obra o resultado de seus estudos sobre o tema com a experiência em assessoria de comunicação: ele trabalha há 19 anos na Agência de Comunicação (Agecom) da UFSC. Mais que uma pesquisa de campo, seu livro é também uma análise ou ainda, um testemunho pessoal das transformações ocorridas na chamada comunicação empresarial. Traz também um pouco da história da própria Agecom, criada para desvincular a assessoria de imprensa da universidade do crivo da reitoria. Reitor da UFSC de 92 a 96, Antônio Diomário de Queiroz assina a orelha da obra, onde relembra. “Tornava-se necessário superar o conceito herdado de assessoria de imprensa, órgão subordinado ao reitor com a função restrita de divulgar seus projetos, programas e planos de trabalho. Foi então criada a Agecom, uma agência de comunicação independente, como órgão suplementar da Universidade. Além de dar continuidade à assessoria de imprensa ao reitor, passava a conduzir a política de comunicação em suas múltiplas funções. Considerou-se o Jornal Universitário um espaço aberto à expressão livre de todos. Fortaleceu-se o jornalismo científico. Facilitou-se o acesso externo dos órgãos de imprensa à informação produzida na Universidade. Assegurou-se à Agência toda a infra-estrutura avançada de comunicação para que pudesse utilizá-la com autonomia”.

Por esse caminho, o autor também vai ao encontro de João José Azevedo Curvello, que defende uma atuação mais estratégica dos profissionais de comunicação. “É essencial ainda superar as restritas visões meramente profissionais e operacionais da área. Os assessores de comunicação precisam assumir-se mais estratégicos e, entre outras coisas, assumir-se como educadores para a comunicação”. Assumir-se mais estrategicamente é o que Artemio sugere. “O que se propõe aqui é uma reflexão sobre como a instituição (ou instituições) pode(m) gerir a sua identidade perante a evolução interna e as mudanças externas”.

CONTATOS: EdUFSC: 48 – 3721 9605/ 3721 9408

Artemio de Souza: 48 – 3333 3942