Na Mídia: artigo publicado na Revista Science tem colaboração de ex-aluna da UFSC
Uma das autoras, Melina F. Figueiredo, fez o Curso de Farmácia na UFSC e agora está trabalhando no Reino Unido. Melina foi orientanda da professora do Centro de Ciências da Saúde, Tânia Beatriz Creczynski Pasa, junto ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC)/CNPq.
Divulgação Científica
Respiração cerebral
16/7/2010
Agência FAPESP – Técnicas para controlar a respiração, como em ioga ou meditação, por exemplo, estão se tornando populares como alternativa para tentar relaxar e diminuir o estresse. Mas como é mesmo que o cérebro controla a respiração?
Segundo um grupo de cientistas do Reino Unido e dos Estados Unidos, são as células conhecidas como astrócitos que têm um papel central na regulação da respiração.
Astrócitos são células com formato de estrela (daí o nome) encontradas no cérebro e na medula espinhal. Até então, achava-se que fossem personagens passivos e secundários na fisiologia cerebral, mas Alexander Gourine, da University College London, e colegas encontraram evidências de que essas células multitarefas são protagonistas no controle químico-sensorial envolvido na respiração.
Os autores do estudo, publicado nesta sexta-feira (16/7) na edição on-line da revista Science, descobriram que os astrócitos cerebrais são capazes de perceber alterações nos níveis de dióxido de carbono e de acidez no sangue e no cérebro.
Com essa capacidade, essas células podem ativar redes neuronais envolvidas na respiração, localizadas no cérebro, de modo a aumentar a respiração de acordo com a atividade e o metabolismo do organismo.
Os astrócitos fazem isso ao liberar trifosfato de adenosina (ATP), um mensageiro químico que estimula centros respiratórios no cérebro a aumentar a respiração para que a quantidade a mais de dióxido de carbono seja removida do sangue e eliminada pela expiração.
Os resultados do estudo, segundo seus autores, podem ajudar a entender melhor os mecanismos responsáveis por problemas respiratórios como asma, enfisema e até a sensação de fôlego curto causada pelo estresse ou por doenças cardiovasculares.
“A pesquisa identifica os astrócitos cerebrais como elementos fundamentais nos circuitos cerebrais que controlam funções vitais como a respiração e indica que eles são realmente as estrelas do cérebro”, disse Gourine.
O artigo Astrocytes Control Breathing Through pH-Dependent Release of ATP (doi: 10.1126/science.1190721), de Alexander Gourine e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.