Cooperação científica entre Brasil e Alemanha é discutida na UFSC

04/06/2009 13:49

Professores, pesquisadores, estudantes e representantes de cinco universidades catarinenses (UFSC, Udesc, Univille, Furb e Unidavi) se reuniram na manhã desta quinta-feira (4/6), no Centro de Cultura e Eventos, com a Agência de Intercâmbio Brasil-Alemanha (DAAD) e a Fundação Alemã de Pesquisa Científica (DF) para discutir avanços nos programas de intercâmbio transnacional. O seminário “Como ampliar as possibilidades de cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação: a Alemanha como ator de destaque no cenário da cooperação internacional” deu um panorama das trocas entre instituições de ensino em Santa Catarina e congêneres alemãs, especialmente na área de bolsas, na pesquisa e na realização de cursos de curta e média duração.

“Desejamos intensificar a cooperação inter-universitária da UFSC com a Alemanha”, afirmou o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica (Fapesc), Antônio Diomário de Queiroz, coordenador do evento, ao abrir os trabalhos. “Esse intercâmbio envolvendo a Fundação existe desde 2004, mas queríamos extrapolar a mobilidade e implementar programas de cooperação voltados ao desenvolvimento regional, o que foi alcançado”, ressaltou.

A diretora da DAAD no Brasil, Gabrielle Althoff, disse que a agência possui convênios com 90 países e beneficia 55 mil pessoas por ano com seus programas de intercâmbio. Apenas no estímulo à mobilidade envolvendo estudantes estrangeiros, por meio de bolsas, a DAAD aplica, anualmente, 68 milhões de euros. “A reputação dos estudantes brasileiros é muito boa na Alemanha, tanto que as instituições de lá desejam que eles continuem atuando na Europa”, disse ela. Também o representante acadêmico da DFG, Helmut Galle, falou dos programas da agência, que dispõe de 2,5 milhões de euros ao ano para apoiar a pesquisa.

Falando pela UFSC, o professor Walter L. Weingaertner fez um histórico da cooperação acadêmica de Santa Catarina com a Alemanha destacou o pioneirismo do ex-reitor Caspar Erich Stemmer, que buscou na Europa, ainda nos anos 60, as informações e o conhecimento técnico para implantar em Florianópolis o melhor curso de Engenharia Mecânica do Brasil. “A Embraco, por exemplo, se tornou referência no mundo na fabricação de compressores herméticos graças, em boa parte, à construção de um projeto em parceria com a UFSC”, assinalou. No momento, a terceira geração de estudantes da Universidade está usufruindo dessa tradição de intercâmbios com instituições alemãs.

Foi usando tecnologia importada, através da agência GTZ, que Santa Catarina se tornou, em poucas décadas, grande produtora de maçãs – que são encontradas hoje nas prateleiras dos supermercados europeus. E hoje o Centro de Microscopia Eletrônica da UFSC está no nível dos melhores congêneres da Alemanha por causa dessa relação consolidada da Universidade Federal com seus parceiros germânicos.

De acordo com o professor Louis Roberto Westphal, da Secretaria de Relações Institucionais e Internacionais (Sinter), estão em vigor 28 convênios e acordos de cooperação técnica entre a UFSC e instituições alemãs. Sete estudantes da Alemanha estudam em Florianópolis e seis catarinenses fazem o mesmo na Europa. No momento, destaca Westphal, estão em construção projetos importantes nas áreas de biônica, transplantes e nanotecnologia, baseados na transferência de tecnologia. A UFSC tem atualmente mais projetos de produção científica fundamentados nessa parceria do que a Universidade de São Paulo (USP).

Segundo a coordenadora geral da cooperação internacional da Fapesc, Sônia Pereira Laus, um convênio entre a Fapesc e a DAAD vem permitindo o intercâmbio nas áreas da Ciência da Computação, Ciências Agrárias, Farmacologia e Educação. O contrato deve ser renovado este ano, assegurando a manutenção dos processos cooperativos entre Santa Catarina e a República Federal da Alemanha.

Mais informações na Coordenadoria Geral de Cooperação Internacional da Fapesc, com Sonia Laus, no telefone (48) 3215-1232 ou no e-mail sonialaus@fapesc.sc.gov.br.

Por Paulo Clóvis Schmitz / Jornalista na Agecom

Foto: Jones João Bastos