Intercâmbio transnacional é nova tendência estudantil

Estudantes estrangeiros na UFSC - foto Luciana Filippa
Os intercâmbios geralmente compreendem um semestre ou um ano acadêmico. Para isso criaram-se, em diferentes partes do mundo, organizações promotoras, que contam com uma estrutura de recursos humanos responsáveis pela coordenação e a planejamento das atividades. As universidades dispõem de fundos para programas de intercâmbio, proporcionando um convívio agradável e enriquecedor aos estudantes na universidade de destino, não somente do ponto de vista acadêmico, mas também social.
Um aspecto importante para muitos programas de intercâmbio é o fator econômico. As universidades, por dispor de recursos tentam minimizar as dificuldades que pudessem ser originadas pela condição financeira dos estudantes.
Uma das organizações que promove este tipo de atividades é a Associação de Universidades Grupo Montevideo (AUGM), uma rede de universidades da América do Sul, através do Programa Escala Estudantil. Este programa movimenta em cada semestre aproximadamente duzentos estudantes da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Na UFSC o Programa Escala Estudantil é coordenado pelo Escritório de Assuntos Internacionais (ESAI).
Os dois níveis do intercâmbio: acadêmico e cultural
A experiência adquirida pelo intercâmbio proporciona um crescimento tanto humano como profissional. Ao mesmo tempo, mediante a interação e a convivência entre alunos e docentes de diferentes universidades e países, promove-se o intercâmbio de conhecimentos acadêmicos e culturais. Torna-se possível assim, conhecimento de diferentes sistemas de educação e a participação de novas gerações de acadêmicos buscando soluções para problemas sociais.
Paralelamente, os programas de intercâmbio permitem que as universidades de origem e as de destino se integrem; construindo assim laços sociais e educativos, nem sempre visíveis, mas muitas vezes fortes e duradouros.
Experiências
Caminhando pelas ruas do campus da UFSC, uma universidade que até então só conhecia através do site na internet, Magali, estudante de Ciências Sociais, olhava quase assombrada para todos os lados, seu olho parecia não pestanejar nunca. Tudo parecia novo, diferente, de fato mesmo, porque nunca tinha caminhado por esse lugar. De repente, um pouco perdida, ela pergunta “Onde fica o curso de Ciências Sociales?”, seu interlocutor compreendendo seu sotaque indica logo o caminho. Um “pasmar-se” constante, esta talvez seja uma das impressões que predominam para os estudantes que assumem o desafio de um intercâmbio.
O Brasil é anualmente o destino de milhares de intercambistas de diferentes partes do mundo. Acompanhando esta tendência, Florianópolis é receptora de estudantes que chegam da Argentina, Chile, Estados Unidos, Inglaterra, Uruguai, entre outros paises. Os lugares de origem de cada intercambista são diferentes, mas as razões que motivam o intercâmbio são similares.
Depois de conversar com alguns estudantes que estão em programas de intercâmbio é possível dizer que suas motivações vão desde conhecer culturas e realidades diferentes, freqüentar outra universidade, e sistema educacional até aventurar-se em um novo desafio.

Estudantes brasileiros em Córdoba - foto Mayara Rinaldi
Mayara Rinaldi, estudante do Curso de Jornalismo da UFSC, que participou do programa de intercâmbio em Córdoba, Argentina, diz “acho que conhecer realidades diferentes às nossas nos torna menos preconceituosos, coisa fundamental, especialmente para jornalistas. Essa foi a principal razão que me motivou”.
Magali Alloatti, estudante do Curso das Ciências Sócias, da Argentina, comenta “A partir das outras viagens que fiz, acho que um elemento fundamental que diferencia esta oportunidade é me encontrar inserida numa rede institucional, onde se abrem canais para um indivíduo poder desenvolver relações de índole singular. Um aspecto central é entender o marco cultural no qual o aperfeiçoamento acadêmico evolui”.
Entre os intercambistas predomina a idéia de que esta experiência, além de ser fundamental para a formação acadêmica, é também importante para sua vida pessoal.
Mayara Rinaldi destaca a experiência de viver em outro país e conhecer outra cultura, “abre a cabeça dos jovens para novos horizontes”. Acrescenta “são muitos os amigos que fiz”.
Para Magali Allioti, o intercâmbio estudantil deve ser uma prioridade. “Acho que como experiência qualquer oportunidade de morar num outro país durante um período de tempo enriquece a pessoa, independentemente do aspecto acadêmico ou profissional”.
Pode-se dizer que o intercâmbio de estudos é muito atraente para os estudantes, trazendo-lhes muitas vantagens, novas possibilidades, ganhando cada vez mais terreno entre as aspirações dos jovens, tornando-se realmente uma nova tendência no meio acadêmico.
Para saber mais sobre o programa AUGM e outros programas de intercâmbio:www.esai.ufsc.br
Por Luciana Filippa/ estudante de jornalismo – intercambista argentina do programa AUGM – especial para a Agecom