INICIAÇÃO CIENTÍFICA: Sobrepeso e obesidade em escolares
A estudante do Curso de Nutrição da UFSC Camila Elizandra Rossi, bolsista de Iniciação Científica sob orientação do professor Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos realizou um estudo com o objetivo de analisar a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de 7 a 10 anos do município de Florianópolis, matriculados em duas instituições de ensino fundamental (uma pública e outra privada). Foram utilizados três parâmetros de diagnóstico nutricional: Must et al. (1991), percentis de IMC do Center for Disease Control and Prevention (CDC) e pontos de corte de IMC do International Obesity Task Force (IOTF. Camila, que apresentou a pesquisa no XIII Seminário de Iniciação Científica da UFSC, realizou exame antropométrico em 381 escolares, tomando medidas de peso, estatura, idade e gênero, tendo tido como colaboradores colegas do curso.
Os índices percentuais de obesidade entre os escolares da rede particular totalizaram valores duas vezes maiores que os encontrados na rede pública, nos três critérios utilizados. Os índices de sobrepeso e obesidade revelaram valores semelhantes aos encontrados em outros estudos realizados no Brasil e no exterior.
Estes dados obtidos mesmo após a implantação da Lei das Cantinas Escolares, que determinou os alimentos que podem ou não ser vendidos nas Cantinas Escolares, demonstram, segundo Camila, que é preciso uma Política de Alimentação Escolar mais atuante, a exemplo dos programas desenvolvidos em escolas francesas e nos EUA. Programas que abarquem mais refeições evitando que as crianças tragam de suas casas para as merendas. alimentos desaconselhados em termos nutricionais (prevalência de alimentos calóricos como biscoitos industrializados, entre outros). ‘As ações devem ser delineadas nas escolas em conjunto com pais e professores, possibilitando maior eficácia aos programas comunitários’, que sem o envolvimento dos pais e/ou responsáveis pelas crianças, não têm êxito na mudança e implementação de novos hábitos alimentares. Segundo Camila constatou a merenda da rede estadual ainda é bem precária em relação à municipal, em que a prefeitura complementa a merenda com vários elementos. Outro hábito que deveria ser incentivado é o de maior atividade física na escola, já que as novas gerações têm aumentado cada vez mais seu tempo de sedentarismo, envolvidas com computadores, videogames e televisão.
Saiba mais: ‘Lei das Cantinas’
A regulamentação das Cantinas Escolares nas escolas da cidade de Florianópolis se originou a partir da discussão de dados apresentados no Conselho de Alimentação Escolar (COMAE) a partir de pesquisa realizada pelo Departamento de Nutrição da UFSC. A pesquisa relacionava o consumo habitual de alimentos e estado nutricional de escolares municipais. Após vários debates foi aprovada como Lei nº 5853/2001 de 4 de junho de 2001, lei municipal para educação básica. A lei inédita que proíbe a venda de refrigerantes, frituras, chocolates e outros produtos industrializados nas cantinas escolares teve imensa divulgação na mídia nacional o debate se estendeu visando atingir um milhão e quinhentos mil escolares no estado, gerando a promulgação da Lei 12.061 em 18/12/2001. O debate, incentivado pela Lei das Cantinas, continua, tendo repercutido até no Japão.
Maiores Informações: camerossi@yahoo.com.br
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