Carl Sagan não faria melhor para desmistificar e popularizar a ciência, a tecnologia e a inovação, certamente diria Albert Einstein. Estamos diante de Brian L. Silver, autor do clássico A Escalada da Ciência (The Ascent of Science), traduzido pelo pesquisador Arno Blass e cuja segunda edição (772 pg. R$80,00.) acaba de ser lançado pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC). O engenheiro mecânico Blass inaugura, com a empreitada, um novo tempo na divulgação da ciência, contribuindo com os desafios do chamado jornalismo científico.
O livro, nas palavras do autor, “é um relatório sobre a campanha científica” até os dias atuais. “Não é uma história da Ciência”, e sim, “uma descrição de suas maiores batalhas, de seus generais freqüentemente excêntricos e das maneiras como a ciência influenciou profundamente a visão que o homem tem do mundo e de si mesmo”. Silver escreve com graça extraordinária e humor esfuziante, e com uma “compreensibilidade” sem paralelo em escritos científicos. Navega com maestria pelas descobertas científicas da humanidade, informando, em linguagem para o povo entender, a escalada da ciência ao longo dos tempos. Na sua obra, por exemplo, “é a ciência como ápice da razão humana, e a razão como o melhor guia para o conhecimento, que animam a história de nossa emergência da ignorância e da superstição, rumo à capacidade de desvendar os mais profundos mistérios da natureza”.
Os editores lembram que o autor, falecido em 97, um pouco antes da publicação do livro, “tem consciência de que a ciência pode ter conseqüências desastrosas e insiste num diálogo mais frutífero entre a ciência e a filosofia, insistência que assume maior urgência dados os atuais avanços em genética” (clonagem, por exemplo).
O tradutor, professor Arno Blass, ex-membro do Conselho Editorial da EdUFSC, sublinha que para qualquer pessoa interessada, mas intimidada pelo empreendimento científico, o livro prevê uma convidativa visão da disciplina em 772 páginas escritas de forma atraente e acessível. O fato de Brian ter produzido o livro sem diminuir a complexidade ou o poder aterrorizador da ciência, na opinião de Blass, é um feito admirável, que abre a porta à maior aventura intelectual da humanidade, e que revela as muitas maneiras em que a ciência modificou o modo como vemos o mundo e a nós mesmos.
A Escalada da Ciência, esclarece o tradutor, é um misto de história e de filosofia de ciência”. Misto quente.
Quem quer divulgar a ciência, a tecnologia e a inovação tem obrigação de ler Brian L. Silver, por quem o tradutor teve, conforme confessa, uma “identificação à primeira leitura”. Ambos têm algo raro em comum: são cientistas que escrevem. E como diz o ganhador do Prêmio José Reis Marcelo Leite, jornalista que edita Ciência e milita no jornalismo científico, literatura científica não precisa ser um troço chato e tedioso.
Quem é quem
Brian L. Silver
Segundo dados colhidos ao longo da obra, o autor é inglês de nascimento, e de origem judaica. Graduado em Físico-Química, trabalhou em universidades inglesas e americanas. Posteriormente emigrou para Israel, assumindo o posto de Professor (equivalente a professor titular em nossa estrutura de carreira) no Technion – Instituto Israelense de Tecnologia, situado em Haifa, no norte de Jerusalém, e uma das mais respeitadas instituições do gênero no mundo. Faleceu em 1997, pouco antes da publicação da obra em pauta.
Arno Blass – Tradutor
Engenheiro mecânico, tendo obtido seu doutorado (PhD) no Imperial College of Science and Technology, de Londres, em 1976. Professor titular da UFSC, foi, por doze anos, Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica (Dean of Graduate Studies, Mechanical Engeneering) e, por oito anos, membro do Conselho Editorial da EdUFSC. Foi (e, em alguns casos, continua sendo) assessor de diversos órgãos e programas governamentais de fomento (CAPES, CNEN, CNPq, FINEP, PADCT, PRONEX, SESu/MEC).
A Escalada da Ciência – 2ª edição
Brian L. Silver (autor)
Arno Blass (tradutor)
Editora da UFSC – EdUFSC
772 pg. (16cm x 23cm), R$ 80,00
(O livro original, em inglês tem 536 pg., no tamanho 17,5cm por 25cm).
Contatos com o tradutor Arno Blass:
Fone: 3233-0394
e-mail: ablass@uol.com.br
Entrevista com o tradutor Arno Blass
O que levou um professor aposentado, que deveria estar curtindo o ócio e o lazer, a assumir o desafio de traduzir um livro com tantas páginas?
Lazer é o tempo dispendido em atividades prazerosas. Tanto o ler quanto o traduzir este livro constituíram, justamente, exercícios de lazer, consubstanciados em fazer algo ao mesmo tempo criativo e prazeroso. Como tantos aposentados fazem, cultivo meu jardim. Mas o faço em um sentido voltaireano, evidentemente. Outrossim, como constatei durante o trabalho, com os recursos eletrônicos hoje disponíveis, uma tradução pode ser feita com muito menor esforço, em comparação com experiências que eu tinha, de vinte a trinta anos atrás.
Em poucas palavras, qual é o conteúdo de A Escalada da Ciência? O título exprime, ou melhor, dá uma idéia da literatura que o leitor vai encontrar?
A Escalada da Ciência é um livro voltado para o cidadão comum, aquele que é governado por seus sentidos, por suas paixões, mais que pelo seu conhecimento. Busca o livro estabelecer compreensão e boa vontade em relação à ciência, escoimando os preconceitos e as interpretações simplistas que vicejam, de tempos em tempos, tornando as fronteiras difusas. Silver faz isto situando os grandes momentos da ciência no seu contexto histórico, filosófico e sociológico, e mostrando que, a seu modo, também os grandes cientistas foram homens comuns. O livro faz para a compreensão da ciência aquilo que A Escalada do Homem, de Jacob Bronowski, um clássico da década de setenta, fez em relação ao Homem. Se o livro de Bronowski foi mais rico em ilustrações, isto se deveu exclusivamente ao fato de ter sido concebido, originalmente, como um documentário para a televisão. O termo escalada, em ambos os casos, exprime muito bem a idéia de evolução, de algo que se transforma com o tempo, que caracteriza os dois livros.
Quem foi Brian L. Silver? Fale um pouco da sua obra e das qualidades do escritor/cientista?
A informação sobre o autor, contida na orelha da edição original, é muito reduzida: lecionava Físico-química no Technion (Instituto Israelense de Tecnologia), e faleceu em 1997, pouco antes da publicação deste livro. Mas ele fala e diz mais de si no corpo do livro. Nasceu na Inglaterra, de uma família judaica de classe média, foi motivado por seu pai para as coisas práticas da vida, e por sua mãe, para as artes. Formou-se em Química, ainda na Inglaterra, e ali começou a trabalhar. Casou-se com uma artista plástica e teve um filho portador da síndrome de Down. Passou por universidades americanas, vindo a terminar sua vida profissional no Technion, em Israel. Da leitura de A Escalada da Ciência é possível constatar, ainda, o considerável lastro cultural de Silver, seu conhecimento de literatura, história, filosofia, ciências sociais e artes, seu interesse por esportes. Visitando sites de grandes livrarias, descobri, ainda, que ele também é autor de um texto muito bem conceituado em Físico-química, intitulado Physical Chemistry of Membranes: an Introduction to the Structure and Dynamics of Biological Membranes. Muito da sensibilidade que Silver mostra possuir ao longo de A Escalada da Ciência é, possivelmente, influência da mãe, da esposa e do filho excepcional, em função do qual redirecionou sua vida.
Quem é Arno Blass? O tradutor parece nutrir uma paixão pelo texto de Silver. Ocorreu aí uma “identificação à primeira leitura”? (Ambos são homens das ciências exatas e dominam o verbo…).
Sou engenheiro mecânico e matemático. Professor, aposentado. Estudioso da história, lógico por formação, apreciador da literatura e da boa música. Fui atraído para o livro de Brian Silver ao ler uma sinopse e uma resenha sobre ele no site da Barnes and Noble. Falar em “identificação à primeira leitura” é pertinente. Gostei muito da maneira franca como Silver aborda a questão, bem como da leveza de seu estilo. Por isto sugeri a tradução à Editora da UFSC, e me dispus a fazê-la.
A obra pode ser entendida por qualquer pessoa alfabetizada. Mas, na sua opinião, quem não pode deixar de ler A Escalada da Ciência?
Falar apenas em pessoa alfabetizada é simplificar demais. Penso que A Escalada da Ciência pode – e deve – ser lido por qualquer estudante universitário de nossos dias, para ter uma visão de conjunto da evolução da ciência e do pensamento científico, desde o Iluminismo até nossos dias. É claro, a leitura se recomenda também a seus professores. Mas o livro deveria ser lido mormente por aqueles que costumam teorizar e generalizar sobre o assunto.
A Escalada da Ciência não é uma espécie de História da Ciência?
Na verdade, é um misto de história e de filosofia da ciência. Em ambos os casos, o autor não busca exaurir o assunto, nem aprofundá-lo. Ao invés, sua preocupação está concentrada em situar momentos relevantes em que alguma nova concepção ou alguma nova descoberta causou impacto e teve implicações perceptíveis ao homem comum.
Comente teorias que seguem na linha do “fim da história”, do “fim da Ciência” etc.
Há mais de quinze anos li um livro que se intitulava, justamente, O Fim da Ciência. O autor (John Horgan, se a memória não me falha) argumentava que as ciências, de um modo geral, haviam atingido um estágio tal, que pouco se deveria esperar, a partir de então, em termos de descobertas científicas. O que se passou de lá para cá, especialmente na biologia, mostra, de per si, que esta tese foi uma grande tolice. Os desenvolvimentos havidos na compreensão dos mecanismos de atuação do DNA e a preocupação que hoje domina os médicos face ao surgimento de novas doenças, em decorrência justamente do domínio alcançado sobre as que conhecíamos, mostram que muito já se caminhou depois do pretenso “fim da ciência”, e que muito ainda está por ser descoberto e dominado. O mais recente livro de Stephen Hawking, por outro lado, mostra que a Cosmologia ainda nos surpreenderá bastante, e que as inovações que aí se visualizam irão requerer, para sua descrição, um ferramental matemático ainda não disponível. Não acredito em um “fim da ciência”.
Silver, ao apresentar um texto claro e bem humorado, não estaria apontando uma luz à divulgação científica e ao chamado jornalismo científico?
O texto de Silver por certo se enquadra como uma boa amostra de trabalho de divulgação, que se poderia chamar de jornalismo científico. Ele é leve e acessível na forma de explicar conceitos difíceis, e se socorre, em momentos estratégicos, de exemplos triviais ou de eventos singelos da vida dos grandes cientistas para esclarecer ou ilustrar aquilo de que fala. Assim sendo, o leigo, mesmo sem deter o conhecimento científico envolvido, consegue acompanhar a linha de argumentação do autor.
O livro aproxima a Ciência do cidadão, derrubando preconceitos e mitos? Daria para oferecer exemplos?
A imagem do cientista como um ser alienado e insensível, no modelo do Dr. Strangelove do filme de Stanley Kubrick e Peter Sellers, é recorrente no imaginário popular. A impropriedade desta generalização é um dos pontos sobre que Silver concentra seu discurso. Outrossim, ele procura também deixar claro que são atribuídas à ciência mazelas que não lhe são pertinentes. Ele se debruça particularmente sobre a questão do chamado Darwinismo social, que poderia ser, e é, usado para justificar a exclusão social (a sobrevivência do mais apto…), mas que nada tem de científico. Ele também questiona a destinação de recursos vultosos para pesquisas de escasso interesse social, em detrimento daquelas mais urgentemente requeridas (a vacina contra a AIDS, por exemplo).
Comente o estágio científico e tecnológico do Brasil? Qual a explicação para a forte dependência científica do País? Aponte alternativas.
O Brasil avançou muito nos últimos quarenta anos em termos de seu crescimento nos campos científico e tecnológico. A institucionalização da pós-graduação trouxe resultados que já são de há muito perceptíveis, seja pelos veículos de divulgação que se criaram ao longo do tempo, seja pela participação de trabalhos de autores brasileiros divulgados no exterior. Mas o mundo externo não está parado, de maneira que o encurtamento das distâncias em relação aos países ditos desenvolvidos não parece ocorrer. É importante que universidades e institutos de pesquisa busquem e mantenham sistematicamente parcerias no exterior, que as ajudem a alcançar novos patamares. Mais recursos são, obviamente, necessários, mas também se faz mister que os recursos disponíveis sejam aplicados com critério. Outrossim, também aqui a academia se beneficia das amplas possibilidades de intercâmbio de informações abertas pela internet, mas se ressente de alguns aspectos negativos envolvidos: a ausência de um crivo, dando margem à divulgação de material não corroborado, quando não fraudulento; e o plágio puro e simples.
Para onde caminha a universidade pública brasileira?
Gostando-se ou não, é mister admitir que a Reforma Universitária dos governos militares e o subseqüente direcionamento de recursos efetivamente criou a universidade brasileira, substituindo os modelos copiados e mal-assimilados de antes. É claro que o modelo imposto manu militare tem seus aspectos questionáveis, e está em nós, agora, fazer as correções cabíveis, além daquelas que decorrem da própria evolução da conjuntura. Entretanto, não creio que a universidade pública possa ganhar o respeito da população, que – em última análise – a sustenta, enquanto estiver dominada pelo corporativismo irresponsável, cuja inteligência não consegue ir além da proposição das greves periódicas, subsidiadas em troca de uma mal definida promessa de recuperação posterior, e da defesa de direitos socialmente questionáveis (como agora se observa nas discussões acerca da reforma da Previdência). Tal tipo de procedimento, a longo prazo, apenas reforçará e justificará os argumentos em favor da privatização.
A Ciência conseguirá impedir a destruição do Planeta, preservando, assim, a vida? A Ciência não está demorando demais, por exemplo, para descobrir uma vacina contra a AIDS?
O Clube de Roma, num estudo divulgado ao início da década de 70, portanto há cerca de uma geração, apresentava um argumento relativamente simples: a Terra tem um volume finito, definido e conhecido, e chegará o dia em que dela se extrairá o último punhado de ferro, de manganês, ou do que quer que seja necessário à manutenção da vida e ao alojamento dos viventes. O aumento populacional demandará mais espaço para moradias e áreas de lazer, e isto se dará à custa das áreas agricultáveis ou de preservação. Se não conseguirmos chegar a um equilíbrio a este respeito, o conceito de vida, ou de qualidade de vida, terá de mudar – e para pior. Há sessenta anos, em sua Geografia da Fome, Josué de Castro argumentava que a possível solução para o problema da fome estava no mar; hoje o mar está sendo poluído como nunca… O combate à degradação ambiental, a contenção da explosão populacional e a busca de alternativas mais eficientes de produção de alimentos, obviamente, portanto, tornar-se-ão cada vez mais prementes e imprescindíveis. Quanto à dificuldade na obtenção da cura da AIDS, ou das novas doenças que se prenunciam, encontra explicação no conhecimento que já temos, de que os novos vírus e bactérias com que nos defrontamos são mutantes sobreviventes, resistentes às medicações e tratamentos que ora conhecemos, e que se multiplicam com extrema rapidez. Assim, a pergunta mais preocupante não é quando chegaremos à vacina contra a AIDS, mas o que virá depois.
O discurso científico é otimista e dá a impressão que a Ciência já conseguiu a solução para quase todos os problemas. Por que, na prática, não é bem assim? (Aqui entram, certamente, fatores ligados ao poder, ao lucro, enfim, interesses outros que não exatamente humanitários…).
Acho que o discurso otimista já não é tão eloqüente, justamente por causa das dificuldades encontradas no caminho. Começa a manifestar-se a lei dos rendimentos decrescentes: cada nova descoberta revolucionária demandará investimentos cada vez maiores. O laboratório de fundo de quintal já era. E, obviamente, quando se requerem investimentos de grande porte, considerações de poder, de lucro e de interesses não ficam de foram… Mas acredito firmemente que a ciência, a seu tempo, sempre achará solução para os problemas.
Por que publicar A Escalada da Ciência no Brasil? Neste sentido aborde a função de uma editora universitária.
Por que não? O Brasil faz parte de nosso mundo, quer ser respeitado na comunidade das nações, quer poder alimentar seu povo, não é mesmo? Então tem de destacar-se, também, no terreno científico. E a compreensão de como a ciência evoluiu até nossos dias é parte do processo que conduz a estes fins. Por outro lado, quem melhor do que uma editora universitária, respeitada no ambiente universitário, e não apenas de sua própria universidade, para dar credibilidade a uma empreitada como esta? Acho que o papel de uma editora universitária reside justamente aí, em publicar o que é necessário, na esfera de ação da universidade, sem uma preocupação excessiva com o retorno financeiro.
Comente outras questões relevantes sobre a obra que deveriam ser de conhecimento dos leitores.
Acho que a mensagem não estritamente enunciada, mas que permeia o discurso de Silver, é que o cientista não pode mais se encastelar em sua torre de marfim; o homem comum pode não entender, mas quer saber – e tem esse direito – como será afetado pelas invenções e engenhocas que os cientistas desenvolvem e, em certos casos, como e em quê o seu dinheiro está sendo empregado. Por isto mesmo, é importante que ele, homem comum, seja instado a se precaver, identificando o discurso falacioso de pseudo-cientistas.
Qual a importância da existência de fundações como a Fapesp, a Fapesc, a Fapemig, a Faperj, etc., para o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado e do País? Quais as sugestões para melhorá-las?
Elas se justificam por propiciarem uma ação supletiva à do CNPq, concentrada num âmbito regional. Através delas, os próprios Estados da Federação podem mobilizar-se, aportando recursos próprios ou adrede viabilizados, na busca de seu desenvolvimento e de soluções para seus problemas específicos. Elas também podem ser acionadas para atuar setorialmente, em áreas circunstancialmente definidas como prioritárias. Para seu bom funcionamento é mister que sejam dotadas de relativa independência em relação às flutuações do ambiente político, expressa em termos de garantias mínimas de orçamento e de impermeabilidade às pressões políticas. Por isso mesmo, uma vez definidas as prioridades de sua área de atuação, devem elas valorizar a prática da avaliação e julgamento por pares (“peer evaluation”), calcados em critérios objetivos definidos de antemão, e de pleno conhecimento da comunidade que a elas recorre. Acho que, no país, a Fapesp – como conseqüência natural de ser a mais antiga e, por isso, por contar com maior experiência, de contar como garantias orçamentárias e liberdade de ação, e, finalmente, de atuar em um estado comparativamente mais rico do que os demais – apresenta uma estrutura modelar que deve servir de referencial para todas as demais. Mas isto não quer dizer que outras não estejam bem estruturadas, e cito particularmente a Fapergs, do Rio Grande do Sul, como exemplo de fundação que se estruturou para atuar de forma eficiente, tendo em vista as características do Estado. Não diria que a Fapesc esteja inadequadamente concebida, mas a verdade é que ela teve muito pouco tempo para atuar com a independência requerida para um desempenho mais satisfatório.
Por Moacir Loth/jornalista na Agecom