Contemplada no programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, a Universidade Federal de Santa Catarina vai colaborar com o fortalecimento dos estudos antropológicos no Brasil. Entre as quatro propostas da UFSC aprovadas neste programa está o Instituto Nacional de Pesquisa Brasil Plural, que terá coordenação da professora Esther Jean Langdon, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social.
Povos indígenas, populações rurais, comunidades afro-descendentes, caboclos e agrupamentos religiosos estão entre os focos da entidade que receberá, nos próximos três anos, R$ 2,4 milhões para colaborar com a realização de estudos sobre a Amazônia e o Sul do Brasil. Os recursos são provenientes da CNPq, da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). De acordo com a professora Esther, a proposta contempla um amplo campo de pesquisas, de formação, de extensão e de intervenção, prevendo estudos comparativos entre as duas realidades.
Parceiros
O Instituto Nacional de Pesquisa Brasil Plural congrega inicialmente duas instituições universitárias, tendo como sede a Universidade Federal de Santa Catarina, por meio do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, seus diversos núcleos de pesquisa, professores e pesquisadores, além do Museu Universitário. A outra instituição é a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), incluindo o campus avançado de Benjamin Constant e o Museu Amazônico.
Também compõem a rede de pesquisadores o Mestrado Profissional em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Sócio-Ambiental (MPPT), da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), e o Mestrado Profissionalizante em Gestão de Políticas Públicas, da Universidade do Vale de Itajaí (Univali). Haverá ainda colaboração com a Universidade Federal do Acre (onde a UFSC participa da construção de um Programa Interinstitucional de Mestrado e Doutorado) e com o Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane, da Fiocruz-AM, entre outros grupos de universidades de Santa Catarina, do Paraná e da Região Amazônica.
Pesquisa, capacitação de recursos humanos e extensão
As equipes integradas ao Instituto Nacional de Pesquisa Brasil Plural atuarão com três objetivos principais. Um deles é desenvolver um programa articulado de pesquisas comparativas na Região Amazônica e no Sul do País. Outra meta é a formação de recursos humanos e o apoio a novos grupos de pesquisa e programas de pós-graduação. O terceiro objetivo é o fortalecimento do Programa de Pós-Graduação do Amazonas, recém-formado.
A transferência de conhecimento para a sociedade é outro desafio das equipes. “Vamos trabalhar em sete temas transversais, com a expectativa de gerar conhecimento para subsidiar políticas públicas, qualificar e instrumentalizar ações governamentais e demandas das próprias comunidades”, explica a coordenadora. Os estudos irão permitir também a prestação de assessoria para populações locais e órgãos públicos.
De acordo com a professora Jean, o aporte financeiro vai permitir a realização de pesquisas de campo prolongadas. “Raramente os financiamentos são suficientes para os altos gastos de pesquisas no interior de Santa Catarina ou na Região Amazônica, principalmente aquelas de longa duração, requerimento importante para uma parte significativa das pesquisas realizadas por alunos de mestrado e, particularmente, do doutorado, e fundamentais para as pesquisas que levam à formação em nível de doutorado”, explica.
Serão prioritários estudos comparativos, contemplando temáticas transversais como ´Saúde e diversidade: práticas corporais, atenção à saúde e práticas terapêuticas`; ´Comunidades tradicionais e modos alternativos de sociabilidade`; ´Patrimônios culturais materiais e imateriais, práticas rituais e performances`; ´Novos movimentos sociais, reivindicações identitárias e políticas de reconhecimento`; ´Gênero, sexualidades e cidadania`; ´Violências, conflitualidade, segurança pública, cidadania e direitos humanos` e ´Educação e diversidade cultural`.
Segundo a professora, a contrapartida da Fapesc foi fundamental para que a proposta da UFSC fosse aceita. O apoio local levou também a uma reformulação do projeto inicial, que focava especificamente a Amazônia, e agora contempla as populações do Sul do Brasil.
“O objetivo maior do instituto é desenvolver, em ambas as regiões, um programa comparativo de pesquisas que permita sustentar, por um lado, atividades de formação avançada de cientistas sociais com uma visão mais ampla e articulada das várias realidades brasileiras, e por outro lado um conjunto de ações de divulgação e extensão e de subsídios para ações de intervenção e de políticas públicas”, detalha a professora.
Mais informações com a professora Esther Jean Langdon, e-mail: jean@cfh.ufsc.br, Telefone: 48 3721-9714 – ramal 26
Por Arley Reis / Jornalista da Agecom
Saiba Mais:
Propostas da UFSC aprovadas no programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia
– Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Catálise em Sistemas Moleculares e Nanoestruturados (INCT-CMN)
Faruk José Nome Aguilera – Coordenador (48) 3721-6844 ramal 227
Maria da Graça Pereira Hoeller – Secretária Executiva (48) 3721-6849
– Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Convergência Digital (INCoD)
LAPIX – Laboratório de Processamento de Imagens e Computação Gráfica
Fones: (48) 3721-9516-R17 (LAPIX)/ (48)3721-9117/8158 (Telemedicina)/ (48) 3721-6594/6605 (NTDI)
– Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Refrigeração e Termofísica
Polo Laboratórios / Fone: (48) 3721-9397
– Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Brasil Plural
Esther J. Langdon – Coordenadora – e-mail: jean@cfh.ufsc.br / Fone (48) 3721-9714 – ramal 26