
O espetáculo: vida e obra do pai da ciência moderna
O espetáculo teatral ´As Luas de Galileu Galileu` será apresentado em nova temporada no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC) neste fim de semana, dia 22/10 (sexta) às 21 horas e dias 23 e 24 (sábado e domingo) às 20 horas. A peça foi produzida em 2009 para comemorar o Ano Internacional da Astronomia.
As apresentações no TAC contam com o apoio da Fundação Catarinense de Cultura. Os ingressos podem ser adquiridos nas bilheterias do TAC, CIC e Teatro Pedro Ivo.
O espetáculo
A peça é uma encenação do Grupo Pesquisa Teatro Novo, do Departamento Artístico Cultural da UFSC, com roteiro e direção de Carmen Fossari. A Regência do Madrigal da UFSC é da Maestrina Miriam Moritz. Assessoria do professor Adolfo Stotz Neto, Astrônomo e diretor do Grupo de Estudos de Astronomia, ligado ao Planetário da UFSC.
O espetáculo aborda aspectos da vida e obra do pai da ciência moderna Galileu Galilei, com grande elenco e o ator Nei Perin no papel de Galileu Galilei.
A produção envolve 40 pessoas entre atores, atrizes, cantores líricos e técnicos. Dirigida por Carmen Fossari, a encenção inicia no foyer do TAC, no meio do público, com parte do elenco representando uma Cia. de Comédia Dell Arte: Bambolina Andatiina”. A seguir, adentra no teatro o público que acompanha a Cia. Bambolina Andattina.
Dentro dos preceitos pós-dramáticos, em livre adaptação, Galileu Galilei tem, incluído em seu roteiro, trechos de obras de Galileu Galilei (Sidereus Nuncius -Mensageiro das Estrelas) e da obra que o condenou (Diálogo di Galileo sopra i due Massimi Sistemi Del Mondo Tolemaico e Copernicano (abreviado o título para Diálogo sobre os dois Sistemas do Mundo).
Trechos das Cartas da Filha de Galileu Galilei, Trecho do Processo Inquisitório no Santo Ofício: A Inquisição, versos de Camus e adaptação livre de três cenas da obra de Brecht são incorporados na encenação e costurados na dramaturgia pela diretora do espetáculo que assina o roteiro.
Carmen Fossari assinala ainda as observações e notas do astrônomo Adolfo Stotz Neto, cuja presença garantiu os aspectos mais científicos da encenação, o que, por último, torna o espetáculo algo inusitado, servindo ao mesmo tempo à ciência e à arte .
A montagem levou dois anos e meio de preparação, somando o tempo das pesquisas históricas, num trabalho que une a arte popular e erudita no mesmo espetáculo.
A peça já realizou duas temporadas no Teatro da Igrejinha da UFSC e, segundo a diretora da montagem, deverá alçar outros vôos no ano de 2011, segundo pré-contatos já estabelecidos e que motivaram esta nova e curta temporada no TAC.
Quem foi Galileu:
Um ser humano que ousou olhar o nunca visto. Grande físico, matemático e astrônomo, Galileu Galilei nasceu na Itália no ano de 1564. Durante sua juventude escreveu obras sobre Dante e Tasso. Ainda nesta fase, fez a descoberta da Lei dos Corpos e enunciou o princípio da inércia. Foi um dos principais representantes do Renascimento Científico dos séculos XVI e XVII.
Nasceu no ano de 1564 e foi ele quem pela primeira vez apontou a luneta para o céu. Conseguiu comprovar as teorias heliocêntricas de Copérnico, que se opunham às teorias aristotélicas do geocentrismo e que coadunavam com os preceitos bíblicos. Parte da Igreja à sua época e astrônomos concordavam com os seus estudos, e mesmo proibida pelo Index a teoria copernicana, Galileu, por desfrutar do convívio com o alto clero, conseguiu dar vasão aos seus escritos.
Cardeal Barberini, de uma influente família italiana, que foi sagrado papa Urbano VIII, era amigo de Galileu e deixou que ele continuasse seus estudos, desde que não comprometesse os ditos bíblicos. Mas Galileu, de temperamento igualmente forte, edita a sua obra que o levou à Iquisição : ´Diálogos`, sobre os dois maiores sistemas do mundo – Ptolomeu e Copérnico.
Neste livro ele estabelece um diálogo entre três personagens: um com características atoleimadas em negar a teoria heliocêntrica, um defensor das novas descobertas e um que passa da dúvida ao reconhecimento. Reza a História, que o papa Urbano VIII sentiu-se ridicularizado por tal obra e concordou com o inquisidor que, aliás, foi o mesmo que anos anteriores havia condenado Giordano Bruno.
Depois da Inquisição, Galileu se dedicou a importantes estudos da física. Morava perto de um convento, San Mateo, onde suas duas filhas eram freiras. Uma delas, Virgínia, o auxiliava escrevendo seus estudos. Galileu teve três filhos. O filho homem ele o entregou a um nobre amigo para que fosse adotado e ingressasse na faculdade. Nunca se casou com Marina Gamba, com quem teve os três filhos. Moravam em casas separadas. Mesmo na prisão domiciliar, recebia seus amigos e estudiosos, até o fim de sua vida, quando estava cego.
O telescópio e a astronomia
Em 1609 tivemos uma das datas mais marcantes da história da Astronomia. Foi quando pela primeira vez o homem olhou o céu com um telescópio, instrumento que ajudou a revolucionar a ciência e em especial a Astronomia. Esse instrumento foi aperfeiçoado por Galileu, mas não foi construído por ele como alguns pensam. Galileu teve o mérito de desenvolvê-lo e principalmente de ter a idéia de usá-lo para ver o céu e não para observar navios ou inimigos à distância.
Com o telescópio, Galileu Galilei observou a lua como nunca antes, viu suas montanhas e imensas crateras. Com esse instrumento ótico contatou que em Júpiter há quatro corpos, as grandes luas Europa, Ganímedes (ou Ganimedes), Io e Calisto. Hoje sabe-se que existem outros satélites naturais em Júpiter. Essa observação corrobora para a retomada do heliocentrismo (Copérnico 1554) com a afirmação de que, se é possível haver outros corpos girando em torno de outros sem ser da própria Terra, então por que a terra não poderia também ela estar girando em torno de outro corpo como o Sol.
Carmem Fossari
Natural de Florianópolis, Carmem Lúcia Fossari é mestre em Literatura Brasileira pela UFSC, com opção em Teatro; diretora de espetáculos do Departamento Artístico Cultural – DAC/SeCArte/UFSC, coordenadora e professora da Oficina Permanente de Teatro da UFSC e diretora e fundadora do Grupo Pesquisa Teatro Novo/UFSC.
Recebeu inúmeros prêmios estaduais e nacionais, bem como representou o Brasil com espetáculos que dirigiu, escreveu e atuou em países como Porto Rico, México, Paraguai, Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e Uruguai. Esteve com espetáculos no Chile por sete vezes, onde mantém convênio através do Grupo Pesquisa Teatro Novo com a Cia. La Carreta que coordena, naquele país, o Encontro de Teatro Popular Latino-Americano (Entepola).
Ficha Técnica
Elenco: Nei Perin como Galileu Galilei. Mariana Lapolli, Ivana Fossari, Bruno Lapolli, Marcelo Cidral, Adriano de Brito, Rhamsés Camisão, Ana Paula Lemos, Julião Goulart, Bruno Leite , Gabriel Ortega, Augusto Sopran, Eliana Bär, Rubia Medeiros, Muriel Martins, Jeanne Siqueira, Gabriel Orcajo e Patrícia Medeiros.
Participação do Madrigal da UFSC
Direção Musical e Regência do Madrigal: Miriam Moritz
Assessoria: Astrônomo Adolfo Stotz Neto
Figurino: José Alfredo Beirão Filho
Cenário: Márcio Tessmann
Iluminação: Ivo Godoi e Calu
Técnico Luz: Nilson Só
Cartaz: Michele Millis
Programa: Bruno Leite
Relações Públicas: Julião Goulart
Produção: Grupo Pesquisa Teatro Novo – UFSC
Promoção: Departamento Artístico Cultural (DAC), Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Serviço:
O QUÊ: Espetáculo teatral As Luas de Galileu Galilei
QUANDO: Dia 22/10 (sexta) às 21 horas e dias 23 e 24 (sábado e domingo) às 20 horas
ONDE: Teatro Álvaro de Carvalho – TAC, Rua Marechal Guilherme, 26 – Centro, Florianópolis / SC. Site: www.tac.sc.gov.br – Telefone: (48) 3028-8071 e (48) 3028-8070
INGRESSOS: À venda na bilheteria do TAC, CIC e Teatro Pedro Ivo
Fonte: [CW] DAC. SECARTE. UFSC, com material da produção.