Semana Ousada: sete peças de teatro marcam a sexta-feira

24/09/2009 11:34

Espetáculo baseado noem poema maia-quiché da Guatemala

Espetáculo baseado noem poema maia-quiché da Guatemala

Livro sagrado dos maias quichés da Guatemala, o “Popol Vuh” serviu de inspiração para o ato performático que o grupo O’Gia apresenta às 21h30 de sexta-feira, dia 25, no espaço alternativo do Departamento Artístico-Cultural da UFSC, no bairro Trindade, dentro da programação da 2ª Semana Ousada de Artes.

De autor anônimo, a obra, escrita em meados do século XVI sobre a pele de um veado, é uma tentativa de explicar simultaneamente a origem do mundo, a história dos reis e dos povos da América Central e a catástrofe da conquista espanhola. No Popol Vuh, os deuses criadores recorrem ao casal de adivinhos Ixpiyacoc e Ixmucane para realizar a criação, lançando a sorte dos humanos que serão preparados por seus formadores e progenitores.

O recorte preparado pelo O’Gia focaliza o aspecto da origem das quatro criações, que parte da vontade dos deuses de serem adorados, tendo início a concepção da Terra e dos animais. Depois de várias tentativas frustradas, os deuses buscam o conselho de seus sábios anciões para criar o humano ideal, que é feito à base dos nutrientes do milho misturados a outros ingredientes.

Com grande inteligência e beleza, o recém-nascido homem de milho causa espanto aos seus criadores, que temem ser por ele igualados. Desta maneira, os deuses condenam sua bela cria a viver na Terra com uma visão limitada que só percebe a matéria bruta ao seu redor. A direção é de Maris Viana e os ingressos, gratuitos, podem ser retirados no próprio DAC e na Secretaria de Cultura e Arte da UFSC (SecArte).

A programação cênica da sexta-feira na Semana Ousada, no entanto, prevê a apresentação de outras seis peças e leituras dramáticas, na UFSC e na UDESC. Uma delas é a montagem A galinha degolada, da Persona Companhia de Teatro e Teatro em Trâmite, que vem de uma temporada de sucesso em diferentes espaços da Capital. Com direção de Jefferson Bittencourt, a peça baseada em texto do escritor uruguaio Horacio Quiroga aborda, de forma ao mesmo tempo sensível e perturbadora, as relações conflituosas de um casal que tem quatro filhos com doença mental incurável. O espetáculo será apresentado no DAC/UFSC, às 20h.

Outro destaque do dia será a leitura dramática de “A cantora careca”, do dramaturgo romeno Eugène Ionesco, que estará na sala 402 do curso de Artes Cênicas da UFSC, às 14h. Texto que inaugurou o chamado “teatro do absurdo”, a peça estreou sem grande sucesso em Paris, em maio de 1950, mas com o tempo foi ganhando notoriedade e hoje é um clássico do teatro universal. A trama se passa na casa de uma família inglesa, mas o alcance da sua crítica à “impossibilidade da comunicação” extrapola esse universo restrito, discutindo o isolamento do homem quando imerso na banalidade do dia-a-dia.

Complementam a programação teatral de sexta-feira a peça “Ímpeto”, um exercício cênico dirigido por Pedro Bennaton que será mostrado às 12h no hall da Faed/UDESC; a montagem “Luísa”, que poderá ser vista às 19h no laboratório 2 do Ceart/UDESC; a peça “A ponte”, programada para às 20h30 no CFH/UFSC; e o espetáculo-solo de dança contemporânea “Rito de passagem”, que estará às 21h no Teatro Pedro Ivo.

Há mais dados e a programação completa da Semana no site www.semanaousada.ufsc.udesc.br.

Mais informações sobre a 2ª Semana Ousada podem obtidas na SecArte/UFSC, pelos fones 3721-8329 e 3721-9279, e no Núcleo de Comunicação do Ceart/UDESC, pelo fone 3321-8350. Contatos com a secretária de Cultura e Arte da UFSC, Maria de Lourdes Borges, podem ser feitos pelo telefone 9969-3464, e com a professora Claudia Maria Messores, na UDESC, pelo fone 9912-3521.

Por Paulo Clóvis Schmitz / Jornalista na Agecom