Jovens pesquisadores: estudo busca diversificar as espécies de ostras cultivadas em grande escala na Ilha

22/10/2008 17:02

Florianópolis é por excelência um centro produtor de ostras, responsável por mais de 70% da produção brasileira destes moluscos. Uma pesquisa desenvolvida pelo Núcleo de Estudos de Patologia Aqüícola (Nepaq), do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFSC, visa diversificar as espécies de ostras cultivadas em grande escala na Ilha.

Desde 2006, o núcleo pesquisa o potencial de cultivo de uma espécie de ostra nativa de Santa Catarina, mas que ainda não é fornecida no mercado: a Pteria hirundo. O projeto tem conclusão prevista para os próximos anos, mas os primeiros resultados serão apresentados no 18º Seminário de Iniciação Científica da Universidade, nos dias 22 e 23 de outubro.

Durante um ano, o doutorando em Aqüicultura Rafael Alves e estudantes do curso de Engenharia de Aqüicultura retiravam quinzenalmente do cultivo experimental da UFSC, localizado na Praia da Ponta do Sambaqui, 20 exemplares de ostras. Os moluscos eram enviados ao Laboratório de Mexilhões (Lamex) para serem feitas a análise do tamanho, do sexo e do estágio de vida. O projeto também contou com a parceria de outro laboratório da Universidade, o Laboratório de Moluscos Marinhos (LMM), responsável pela produção de sementes e desenvolvimento da estrutura de cultivo para as ostras.

Ana Carolina Volpato Zandrea, estudante da 5ª fase de Engenharia de Aqüicultura, trabalha no projeto desde janeiro de 2007, e explica a importância de conhecer o ciclo reprodutivo da Pteria hirundo. “É imprescindível que se entenda a fisiologia desse molusco para o cultivo em larga escala, e que se possa determinar quais seriam as etapas dessa produção”, ressalta.

Entre as conclusões do grupo, a principal é a influência da temperatura no ciclo reprodutivo do animal, e a sua taxa de crescimento. As ostras analisadas apresentaram crescimento de 53% ao ano ou 4,8% ao mês, o que segundo Ana Carolina torna viável o cultivo. Estes dados serão apresentados pela estudante durante o Seminário de Iniciação Científica, em forma de gráficos, que foram construídos mensalmente durante o ano em que foram feitas as análises.

A participação da aluna no projeto foi viabilizada pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica (Pibic) do CNPq, através do qual os alunos de graduação participantes de projetos científicos recebem uma bolsa de estudos mensal. Para ela, a importância desse incentivo vai muito além do recurso financeiro, pois faz com que o estudante participe de várias etapas da vida acadêmica e aprenda a guiar um projeto na graduação. “Entre erros e acertos você consegue colocar em prática aquilo que é visto em sala de aula”, conclui.

O projeto vem ganhando visibilidade em Florianópolis. Rafael e Ana Carolina já participaram de um programa de televisão e deram mais detalhes sobre o andamento da pesquisa, que em breve começará o cultivo. A variedade estudada está na terceira geração e para que o plantio seja comercial, é necessário o cultivo de mais cinco ou seis gerações. Rafael explica que também há intenção de incluir a comunidade e os produtores de ostras do Estado nas próximas fases do projeto. “Não adianta produzir em grande escala se não tem ninguém interessado”, relata o pesquisador.

Outras informações pelos telefones (48) 3721-9358 (Lamex) e 8849-0323 (Ana) ou pelo e-mail aninhazana@hotmail.com.

Por Gabriela Bazzo / Bolsista de Jornalismo na Agecom

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