Universidade propõe soluções para melhorar a segurança no campus

09/10/2008 10:32

Termina hoje(9)no auditório do Centro de Convivência, o Seminário da Comunidade sobre Segurança na UFSC, promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (Sintufsc) em parceria com o Departamento de Segurança (DESEG). O evento visa debater entre a comunidade universitária propostas que serão apresentadas no 18º Seminário Nacional sobre Segurança nas IFES, que acontecerá na UFSC de 10 a 14 de fevereiro de 2009, no Auditório da Reitoria. Até às 12 horas, o capitão Flávio Roberto Ivanoski, comandante da 40ª Companhia da PM e o deputado Amauri Soares discutem “Violência na Comunidade, Saúde e Educação para a Vida”.

Ontem (8),o diretor do DESEG, Leandro Luiz de Oliveira, iniciou o seminário fazendo uma exposição do funcionamento do setor. Detalhando as características do Campus, Leandro expôs as dificuldades enfrentadas pela equipe: são 40 mil pessoas por dia circulando na UFSC, utilizando 10 mil veículos. Relatou que de 8 a 10 carros por dia são encontrados abertos nos estacionamentos. O quadro de funcionários torna-se insuficiente. Desde 1993 sem concurso público para vigilante, considerada uma categoria em extinção no serviço público, apenas 74 servidores prestam serviço no setor, contra cem trabalhadores terceirizados. Oliveira projeta que nos próximos oito anos restarão somente vinte trabalhadores do quadro.

Fazendo um comparativo com outras universidades, Leandro Oliveira relatou que em 32 instituições os vigilantes possuem porte de arma e convênios com a Polícia Militar, experiências que não acontecem na UFSC. Um grande aliado para combater a criminalidade no campus da UFSC é o monitoramento eletrônico, pois 560 câmaras filmadoras e 260 sistemas de alarme ajudam no controle do patrimônio.

A Associação dos Alunos de Pós-Graduação (APG) esteve representada no evento pela acadêmica Mara Catarina, que iniciou sua fala criticando a terceirização no serviço público: “uma forma de transferência de dinheiro público para a iniciativa privada”. Catarina reclamou que contratam pessoas sem compromisso com a vida universitária. Criticou o uso excessivo das filmagens como forma de criminalização dos movimentos sociais: “são verdadeiros Big Brothers”. A estudante citou exemplos da Universidade Federal da Bahia onde a presença da polícia muitas vezes instala um clima de guerra no campus. Finalizou questionando: “Quem estamos protegendo? Qual patrimônio?”

Pela Associação dos Professores (Apufsc), falou a professora aposentada Albertina Dutra, defendendo campanhas de conscientização para a comunidade universitária. A reitoria esteve representada pelo diretor do Departamento de Gestão, Programação e Acompanhamento, Jair Napoleão Filho, que relatou os investimentos que estão sendo feitos no setor de segurança, com recursos anuais na média de R$ 117 mil. Foram adquiridos dois veículos, rádios comunicadores e novos uniformes para os vigilantes. Napoleão comentou o empenho da administração na retirada dos “flanelinhas” do campus, no cadastro dos artesãos e lavadores de carros, como medidas de controle interno.

Mais informações: www.sintufsc.ufsc.br ou 37219220.

Paulo Fernando Liedtke/Agecom

Foto: Ricardo Casarini