Espaço Estético do Colégio de Aplicação recebe exposição ´Ranhuras do Branco`
Caminhando por entre as paredes brancas do Colégio de Aplicação da UFSC, uma mudança. No corredor que dá acesso às salas de aula do ensino infantil e fundamental, há impressões de dedo em pó de grafite. São ao todo quatro paredes animadas com o material e que fazem parte da exposição ´Ranhuras do Branco – Texto quase visual, entre a resistência e o abandono`, da artista plástica Marília de Borba. É a primeira vez neste ano que o local, chamado de Espaço Estético, expõe trabalhos artísticos.
As marcas de dedo provocadas pelo grafite dão origem a formas diversas, que despertam outros significados através do contato visual com as paredes brancas. As ondulações e a leveza das ranhuras pretas fazem transparecer a idéia da artista, que afirma o desejo do pó de grafite em se tornar vento. E é esse mineral que percorre as paredes em direção ao pátio, quase como uma tentativa de avisar ao expectador a sua vontade de fugir. Com esse trabalho, Marília de Borba também pretende fugir da arte tradicional, que desconsidera as paredes um local capaz de sustentar as expressões artísticas.
O Espaço Estético surgiu de um projeto desenvolvido pela professora Fabíola Costa em 1997 para, no ano seguinte, ser colocado em prática no Colégio de Aplicação. Fabíola, que também é a coordenadora do local, explica que para uma mostra ser exposta no colégio, deve-se prevalecer a questão estética e visual, porém não existe uma seleção de trabalhos.
Uma pesquisa concluída em 2004 pela coordenadora apontou a necessidade dos alunos estarem em contato com experiências artísticas para a melhoria do diálogo com o outro e percepção de valores culturais, estéticos e éticos. E as ações vão além da visitação das mostras. “Eles farão atividades relacionadas à exposição e participarão do encontro com a artista. A partir desse projeto, são feitas, em todas as turmas, reflexões em torno das obras e algumas vezes propostos trabalhos práticos relacionados à exposição”, conta Fabíola.
No dia 1º de abril, às 9h, Marília de Borba estará no auditório do Colégio de Aplicação para comentar seu trabalho. A mostra ainda ficará exposta até o dia 17 do mesmo mês, e é gratuita e aberta ao público.
SERVIÇO:
O QUÊ: Exposição “Ranhuras do Branco – Texto quase visual, entre a resistência e o abandono”
QUANDO: Até 17 de abril, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h30
ONDE: Espaço Estético do Colégio Aplicação da UFSC
QUANTO: Gratuito, aberto ao público
CONTATO: Fabíola e Ketryn (48) 3721-9691 ou fabiola@ca.ufsc.br
Por Cláudia Mebs Nunes/ Bolsista de Jornalismo na Agecom
Fotos: Carolina Dantas/ Bolsista de Jornalismo na Agecom