O Laboratório de Moluscos Marinhos e a Ostreicultura em SC

13/10/2003 19:24

Neste mês de outubro, em que realizamos a V FenaOstra na cidade de Florianópolis, o Laboratório de Moluscos Marinhos (LMM) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) inicia também mais um período de produção de larvas e sementes de moluscos, que deverá encerrar-se, apenas, em julho de 2004, com todos os produtores reabastecidos para mais uma nova safra.

O LMM, por ser o único produtor nacional relevante dessas que são o principal insumo da atividade ostreícola, possui a enorme responsabilidade de garantir uma oferta regular e compatível com o nível de produção dos nossos ostreicultores, tanto qualitativa, quanto quantitativamente. Em primeira instância, é esta produção de sementes que irá determinar ou garantir uma boa produção de ostras.

Esta é uma responsabilidade que não tem nos intimidado, pois desde que começamos a operar, em 1991, temos batido recordes sucessivos de produção. A única exceção ocorreu em 2002, quando houve uma baixa geral na atividade econômica do país. De 1999 para 2003 a produção foi triplicada, passando de 9,85 milhões de sementes para 30,72 milhões. Sendo que este último resultado é parcial, pois o ano ainda não encerrou.

Cumpre-nos esclarecer que nestes dois últimos anos (2002/2003), tanto o Governo Federal, através da FINEP, órgão do MCT, quanto o Governo Estadual, através do FUNCITEC, sensibilizados com a missão do LMM e a sua importância para o desenvolvimento do setor, disponibilizaram recursos da ordem de R$ 820.000, para que fizéssemos os investimentos necessários que permitissem um alívio na pressão sobre o setor, originada pela possibilidade, sempre eminente, de falta de sementes, e garantissem seu crescimento por mais um período.

Os resultados destes investimentos já se fizeram sentir. Além da produção em quantidade recorde, a entrega obedeceu a um cronograma mais adequado para o produtor, que prefere receber as sementes em um espaço de tempo menor, entre o outono e início do inverno, melhorando o aproveitamento das águas frias e ricas do período, que permitem um crescimento rápido dos animais.

Estes resultados são frutos, basicamente, da melhora que obtivemos no fluxograma de produção do LMM, através dos investimentos realizados e a novas tecnologias, que após testes feitos em conjunto com a EPAGRI, nossos parceiros em todas estas atividades, permitiu aos produtores trabalharem com sementes menores que o habitual e, com isso, reduzirem o tempo destas sob a responsabilidade do Laboratório.

Muitos dos resultados dos investimentos, que hoje estão sendo realizados no LMM, ainda estão para serem alcançados. Por isso, temos a certeza de um futuro de crescimento, com muitos recordes de produção a serem quebrados.

Claudio Blacher

Gerente Operacional do Laboratório de Moluscos Marinhos