INICIAÇÃO CIENTÍFICA: Pesquisa aborda sexualidade e paternidade na adolescência
“Sexualidade e Paternidade na adolescência: concepções de adolescentes do sexo masculino no município de Florianópolis” foi um dos projetos apresentados ontem durante o XII Seminário de Iniciação Científica, que acontece na UFSC até esta sexta-feira, dia 22. O objetivo do trabalho é estudar as concepções e práticas que os adolescentes do sexo masculino têm sobre sexualidade. A pesquisa mostra que os adolescentes mantêm uma posição conservadora no que se refere ao papel do homem e da mulher na sociedade e aponta a família como referência para a vida.
Foram entrevistados 12 adolescentes do sexo masculino, com idades entre 16 e 17 anos, divididos entre a rede particular e a rede pública de ensino de Florianópolis. As afirmações dos jovens coincidiram em vários assuntos, como a gravidez na adolescência, a diferenciação entre o ficar e o namorar, o uso de preservativo e as relações entre o homem e a mulher.
A maioria dos entrevistados afirmou já ter iniciado sua vida sexual. Todos manifestaram se importar com o prazer da parceira durante a relação. Questionados sobre a diferença entre o ficar e o namorar, eles disseram que o ficar é efêmero e sem compromisso, enquanto que o namoro é algo mais sério, envolve fidelidade, confiança e aprovação da família. Sobre o uso de camisinha, os adolescentes abordaram a questão da confiança na companheira para justificar o não uso do preservativo após um tempo de namoro. Muitos deixam de usar não por desconhecimento ou falta de dinheiro para comprar, mas porque confiam na namorada.
O estudo também revela que as mães são a principal fonte de informação sobre sexualidade e doenças sexualmente transmissíveis, seguidas pelos amigos, televisão e escola. Sobre gravidez na adolescência, os entrevistados da escola particular destacaram a importância da independência e da estabilidade financeira para ter um filho. Eles relacionaram a gravidez na adolescência com perda, trabalho e ignorância. Os adolescentes da escola pública disseram que a gravidez na adolescência é uma irresponsabilidade e que adolescentes não têm experiência suficiente para vivenciá-la. A questão da homossexualidade foi abordada apenas na escola pública, onde quatro dos seis entrevistados acreditam que ela seja negativa.
A pesquisa foi desenvolvida pelas alunas Mariana Vavassori e Thais Guedes, do Curso de Psicologia, sob orientação da professora Maria Juracy Siqueira. Durante o estudo, as jovens pesquisadoras constataram que há pouca diferença do nível de instrução sexual entre os entrevistados do ensino público e do privado.
Informações: pipa@ufsc.com.br