Lançamento do documentário catarinense selecionado para o DOCTV será nesta terça -feira na Assembléia Legislativa

09/06/2004 18:57

A partir do dia 26 de junho, a TV Cultura irá exibir 26 documentários produzidos em diferentes regiões do país. Os vídeos são resultado da primeira etapa do Programa de Fomento à Produção e Teledifusão do Documentário Brasileiro (DOCTV), que em Santa Catarina será encerrada nesta terça-feira, dia 15, às 19h, na Assembléia Legislativa. Os vídeos, que serão exibidos todos os sábados às 21 horas, foram realizados com recursos do Ministério da Cultura, TV Cultura e Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec).

“Mbyá Guarani- Guerreiros da Liberdade” foi o único documentário catarinense selecionado pelo projeto e será exibido no dia 19 de outubro. Dirigido por cineasta Charles Cesconetto. Co-produção Charles Cesconetto/TVI/TV Cultura SC/Fundação Padre Anchieta- Tv Cultura, o vídeo foi realizado a partir de uma pesquisa sobre os costumes e a cultura dos índios guarani, que está sendo desenvolvida há 15 anos pelo antropólogo da UFSC, Aldo Litaif.

De acordo com a pesquisa de Litaif, as populações Guarani vêm sofrendo violento e acelerado processo de descaracterização e destruição, sendo que grupos inteiros foram dizimados. Dos estados do sul e sudeste do Brasil, Santa Catarina é o que possui a menor quantidade de terras exclusivas para esta etnia, e as que existem são inadequadas. A falta de terras e de recursos naturais (provocados pela colonização branca e pelo acelerado processo de destruição das florestas brasileiras) pode gerar grandes períodos de fome, que continua matando a escassa população que restou do Guarani.

Tanto os Mbyá, quanto à maioria do Guarani de Santa Catarina, encontram-se hoje em situação de miséria. É comum encontrar mulheres e crianças pedindo esmola nas ruas de Florianópolis. As doenças, a subnutrição e o alcoolismo também são fatores que têm reduzido de forma dramática seu contingente populacional. Para os índios, a terra é como um ser vivo, dotado de alma e vontade, devendo eles, respeitá-la e venerá-la. Assim, entre eles, a exploração ostensiva da terra, a extração de madeira e palmito é proibida.

A comercialização do artesanato e a agricultura são atualmente as principais fontes de subsistência dos Mbyá. “Acreditamos que este documentário servirá como contribuição para a preservação da identidade étnica dos índios Mbyá, assim como para sensibilizar as autoridades para a necessidade de estabelecer dispositivos que permitam a auto sustentabilidade destas comunidades” explica Cesconetto.

Mais informações pelos telefones (48) 334-3161 e 331-9793

Por Gutieres Baron/bolsista de jornalismo da Agecom