2ªSEPEX: Presidente da SBPC faz palestra na UFSC

Fotos: Jones Bastos/Agecom
Por quase duas horas, Glaci levantou questionamentos sobre o papel da ciência e da tecnologia, lembrando que nenhuma nação pode ser soberana fazendo a importação de conhecimento. Segundo ela, é compromisso da universidade produzir um saber que tenha relação direta com a população do seu país. E, para mostrar os males que a política de ciência e tecnologia adotada pelo Brasil tem feito ao país, apresentou alguns dados como o de que o Brasil é o penúltimo no mundo no índice de tecnologia e desenvolvimento humano. Além disso, prouz duas patentes por residente, enquanto países como o Canadá produzem 32.
A professora ainda falou sobre as mudanças que estão acontecendo na área da educação em que a proposta agora não é mais a simples transmissão de conhecimento mas, a idéia de `aprender a aprender`. Lembrou que, mesmo em países ricos, esse processo ainda é precário. “Há a necessidade de uma mudança planetária de mentalidade”.
A presidente da SBPC frisou que a universidade precisa retomar sua aliança com a maioria da população, coisa que não faz com competência. “A prova foi a última greve. A gente ficou quatro meses parado e a sociedade não se manifestou. Se a universidade estivesse ao lado da sociedade ela teria saído na defesa da instituição”.
Para Glaci, um dos trabalhos mais importantes dos pesquisadores e produtores de conhecimento é justamente preparar a população para fazer o debate científico. “Estamos vendo aí a discussão do clone, dos transgêncicos, mas as pessoas não sabem lidar com os conceitos. Esse é o nosso papel. Fazer a população saber”. A pesquisadora encerrou a palestra dizendo que está mais do que na hora da universidade assumir a responsabilidade social que lhe cabe, senão estará promovendo a malversação de recursos públicos, já que quem a mantém é a população.