Cresce a busca por estágios na UFSC

16/04/2003 17:11

Foto: Paulo Noronha/Agecom

Foto: Paulo Noronha/Agecom

Em busca de uma experiência profissional durante a vida acadêmica, um número cada vez maior de estudantes vêm procurando oportunidades de estágio. Entre o início de dezembro de 2002 e o final de fevereiro deste ano, a Central de Estágios da UFSC regulamentou cerca de 350 novos estágios e aproximadamente 100 foram prorrogados. Desde outubro de 2000, quando a Central passou a atender ao lado da Reitoria, a procura por estágios tem crescido mês a mês.

Atualmente são registrados quase 150 novos estágios mensais. O número de acessos ao site também aumentou. A demanda é atribuída a maior divulgação e aos estudantes que retornam à Central após o fim do período de estágio. Para atender os interessados e agilizar os serviços prestados, está prevista para os próximos meses a criação de um banco de dados único. O novo sistema vai tornar mais rápida a assinatura dos termos de estágio, após a aprovação dos programas encaminhados pelas empresas.

Na UFSC os estágios são descentralizados e cada curso assume a responsabilidade de fazer o contato com as empresas interessadas em contratar estagiários. A função da Central de Estágio é ajudar a conseguir vagas para os estudantes. Para os interessados, a primeira coisa a fazer é procurar o coordenador de estágios do próprio curso, ou na falta deste, o presidente do colegiado. Eles darão orientação sobre a carreira que o aluno pretende seguir.

Existem dois tipos de estágio: o ‘curricular’ obrigatório, tido como disciplina, e o estágio não-obrigatório, que é uma opção do aluno. “Antes de entrar na universidade, o estudante precisa escolher uma profissão. Durante o curso, ele tem mais uma vez que decidir por uma carreira entre os vários campos oferecidos pela profissão. A função do estágio não obrigatório é ajudar nessa escolha”, explica Romeu Trauer, assessor de estágios da Central. “O estágio não-obrigatório oferece a oportunidade de o estudante fazer um ajuste de carreira, aprofundar os conhecimentos em determinada área, operar equipamentos que a universidade não dispõe, além de ser um recurso financeiro e promover a adaptação do futuro profissional à sociedade”.

O sistema de estágio existe na UFSC desde 1965, mas foi entre os anos de 1970 e 1974, com a reforma da educação, que a legislação incorporou os estágios ao currículo. Os primeiros estágios foram implantados por meio de um projeto piloto do governo Federal, nos cursos de Engenharia Mecânica da UFSC e da Universidade de São Carlos, e de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Pernambuco. Nesta última o piloto não vingou e foi extinto. No início o projeto tinha o nome de Cursos Integrados de Engenharia, porque integrava o ensino com a prática na comunidade.

Existem dois modelos de formação profissional. O modelo corporativo, que envolve a prática nos laboratórios da universidade e o modelo cooperativo, realizado em parceria com a sociedade e que tem como exemplo as empresas incubadoras. Um dos cursos da UFSC que se destaca como modelo de curso cooperativo é o de Engenharia de Materiais.

Romeu Trauer não recomenda o estágio na 1ª fase, pois é um período de adaptação, em que o aluno deve se dedicar ao curso e procurar conhecer tudo o que a universidade oferece. Alguns cursos têm restrições quanto a fase que o aluno deve estar freqüentando para se candidatar a uma vaga. Para os graduandos de Biblioteconomia, o estágio pode ser feito só a partir da 5ª fase, para outros a partir da 2ª fase já é permitido. Esse é o caso do curso de Sistemas de Informação.

Num workshop sobre estágios realizado em julho do ano passado, na UNICAMP, um dos problemas levantados pelo Ministério Público do Trabalho foi o grande número de empresas que estão substituindo mão-de-obra por estagiários. O Ministério não é contra o estágio, mas combate os casos em que o estudante realiza tarefas não relacionadas ao curso.

Informações pelo fone 331-9301, com o professor Romeu Trauer ou www.reitoria.ufsc.br/estagio