UFSC apresenta estratégias contra aquecimento global na Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão

11/05/2007 16:44

Casa Eficiente demonstra eficiência energética

Casa Eficiente demonstra eficiência energética

A terceira parte do relatório de 2007 do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), cujo conteúdo foi divulgado no início desse mês (4/5), em Bangcoc (Tailândia), mostra que a eficiência energética tem um papel central na redução do aquecimento global. O documento defende que é mais econômico investir na melhoria da eficiência do que no aumento da oferta de energia.

Na UFSC, essa idéia é cultiva há anos nas pesquisas do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEEE), ligado ao Departamento de Engenharia Civil. Exemplo do trabalho do grupo será apresentado na 6a Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFSC, de 16 a 19 de maio. Em um dos estandes será exposta uma maquete da Casa Eficiente, construída em Florianópolis por meio de uma parceria entre Eletrosul, Eletrobrás/Procel e o LabEEE/UFSC.

Além de uma maquete física, o visitante poderá interagir com uma maquete eletrônica, que permite visita virtual à construção. O público também poderá navegar em um desenho animado interativo, contendo as principais estratégias adotadas no projeto. Pesquisadores do LabEEE e integrantes da Eletrosul estarão ainda agendando visitas guiadas à edificação, visinha ao campus universitário.

Uso racional de energia

A Casa Eficiente foi construída com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de soluções inovadoras e eficientes na construção civil, visando o uso racional da energia elétrica e menor impacto ambiental. Pó isso, é uma vitrine de tecnologias de ponta em eficiência energética e conforto ambiental para residências.

A casa conta com geração de energia fotovoltaica interligada à rede elétrica, estratégias passivas de condicionamento de ar e aquecimento solar de água. Também foram usadas estratégias para o uso eficiente da água, como aproveitamento da chuva, reuso de águas e utilização de equipamentos que proporcionam baixo consumo.

O laboratório

O Laboratório de Eficiência Energética em Edificações está vinculado ao Núcleo de Pesquisa em Construção do Departamento de Engenharia Civil da UFSC. Seus integrantes desenvolvem pesquisas com o objetivo de reduzir o consumo de energia em edificações novas ou já existentes, através da implantação de novas tecnologias de iluminação, condicionamento de ar e isolamento térmico sem, no entanto, reduzir os níveis de conforto. O LabEEE atua também na área de geração de eletricidade através de painéis fotovoltaicos integrados a edificações urbanas e à rede elétrica pública. Os trabalhos são realizados em parceria com outros laboratórios da UFSC: Laboratório de Conforto Ambiental (Labcon/Departamento de Arquitetura e Urbanismo), Laboratório de Meios Porosos e Propriedades Termofísicas dos Materiais (LMPT/Departamento de Engenharia Mecânica) e Laboratório de Energia Solar (Labsolar/Departamento de Engenharia Mecânica).

Conquistas

Uma das conquistas recentes do grupo é a´Regulamentação para Etiquetagem Voluntária de Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais e de Serviços e Públicos’ . O documento foi construído pelo grupo em parceria com a Eletrobrás, por meio do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). O texto contém os requisitos técnicos necessários para a classificação do nível de eficiência energética de edifícios. “Essa regulamentação é voltada à aplicação voluntária em prédios comerciais, de serviços e públicos. No futuro, a classificação deve tornar-se obrigatória e também ser ampliada a edifícios residenciais”, explica o coordenador do LabEEE, professor Roberto Lamberts.

A regulamentação inclui três requisitos principais para classificar o nível de eficiência energética de um edifício: o sistema de iluminação, o sistema de condicionamento de ar e o desempenho térmico da envoltória do prédio. A análise da eficiência de cada um desses itens vai determinar a etiqueta a ser recebida, que pode variar de “A” (mais eficiente) a “E” (menos eficiente).

De acordo com Lamberts, assim como aconteceu no caso dos eletrodomésticos, a regulamentação deve beneficiar os usuários. “As pessoas terão a liberdade de optar por prédios eficientes no consumo de energia, gerando economia e menor impacto ambiental”, afirma. Além do professor, estudantes de graduação e pós-graduação da UFSC participaram da elaboração das normas, que levou cerca de dois anos para ser concluída.

A regulamentação completa está disponível no site do LabEEE (www.labeee.ufsc.br). A equipe também é responsável pelas primeiras normas de Conforto Ambiental para Edificações, concretizadas a partir de projeto integrado ao Programa de Tecnologia de Habitação (Habitare), financiado pela Finep. Os textos normativos serão referências para que arquitetos, engenheiros, projetistas e planejadores tirem proveito das condições naturais do clima e da iluminação, escolhendo mais criteriosamente materiais e componentes.

Mais informações com o professor Roberto Lamberts, e-mail: lamberts@ecv.ufsc.br, fone 48 3721 5193

Arley Reis / Agecom