REUNIÃO ANUAL DA SBPC: UFSC mostra estudos para conservação de espécies nativas

18/07/2006 20:50

Pesquisadores e alunos do Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e Genética Vegetal (LFDGV) estão apresentando seus trabalhos na ExpoT&C – a exposição de tecnologia e ciência da 58ª SBPC. Fundado em 1985, o laboratório é vinculado ao Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias (CCA) e abrange as áreas de biologia celular, biologia e genética molecular. Atualmente suas atividades vão da cultura de tecidos e micropropagação de plantas ao sequenciamento genético.

A Araucária angustifólia, popularmente conhecida como ‘pinheiro do Paraná’, é uma das plantas que merece atenção especial. Devido ao corte indiscriminado – hoje resta menos de 2% da cobertura inicial das coníferas, que se estendia por 80mil quilômetros quadrados no Paraná e em Santa Catarina – é de grande importância que se encontrem maneiras de conservar e recompor as florestas de pinheiro.

O laboratório coleta embriões de cones imaturos de Araucária angustifólia na mata nativa. Em seguida induz a formação de calos em meio de cultura. Os calos são agrupamentos desordenados de células que, por serem indiferenciadas, podem desenvolver qualquer tecido, dependendo dos fatores e estímulos aos quais são submetidos. As pesquisas devem conduzir a um estágio em que, a partir desses calos, seja possível chegar a uma planta adulta, possibilitando assim, o reflorestamento. Atualmente o laboratório concentra suas pesquisas nesta proposta, buscando criar um protocolo (conjunto de processos laboratoriais) eficaz.

Hoje, a principal utilidade está relacionada à conservação. Os calos podem ser conservados em sua forma natural, o que implica na sua reprodução (réplica) assistida constantemente, ou serem criopreservados.

A criopreservação, realizada com nitrogênio liquido em temperaturas baixíssimas, por volta de –160C°, é uma solução para guardar amostras de material celular por um longo período. Todavia, uma série de procedimentos deve ser realizada para desidratar as células e adequá-las ao procedimento. O conjunto de procedimentos se inscreve no protocolo de conservação, desenvolvido pelo laboratório durante os últimos anos.

Devido à ameaça da extinção, a composição e conservação do material genético funcionam como uma espécie de ‘reserva genética’. No futuro, poderá ser necessário recorrer a esses bancos para o reflorestar o pinheiro do Paraná. Além da conífera, o laboratório estuda uma série de outras plantas nativas, como Euterpe edulis (palmito), Acca sellowiana (goiaba serrana), e bromélias. Espécies exóticas de frutíferas, como a Malus domestica (maçã) e a Prunos domestica (ameixa) também são estudadas. O stand do LFDGV fica no Ginásio1 do Centro de Desportos.

Informações: 3331-5336

Por Manfred Mattos / Bolsista de jornalismo na Agecom