Pré-estréia do curta “Um tiro na asa” acontece neste sábado no CIC

01/06/2006 09:47

A diretora do filme em momento da produção

A diretora do filme em momento da produção

O filme “Um Tiro na Asa”, de Maria Emília de Azevedo, tem pré-estréia marcada para o dia 3 de junho, sábado, às 19h, no Centro Integrado de Cultura, com entrada franca, como convidado especial do 10º FAM – Florianópolis Audiovisual Mercosul.

O curta-metragem – 35mm/16 minutos/cor/dolby 5.1 – relata a história de Antônio, assediado pelo algoz de seu pai, depois que tê-lo torturado e morto nos porões da ditadura militar. A obsessiva perseguição inicia-se virtualmente. As mensagens no computador torturam-no pela freqüência e pelos cruéis enigmas que reproduzem a perseguição ao seu pai. Angústia multiplicada em razão da frieza calculada do carrasco que envia mapas e frases inacabadas repetindo o passado e os labirintos que sugerem a presença do pai desaparecido. O Minotauro persegue suas vítimas pelo labirinto, alimenta-se de suas carnes. “Os touros percorrem as ruas das cidades hispânicas…”

O protagonista imbrica-se com o herói mitológico Ícaro que, na tentativa de alçar aos céus com as asas que o pai Dédalus lhe oferecera em busca da liberdade, não a encontra. Minos vence mais uma vez?

O ator Sérgio Bellozupko

O ator Sérgio Bellozupko

O filme propõe a discussão sobre os sistemas ditatoriais constituídos de tempos em tempos, sem relatar fatos históricos, preocupando-se com as suas conseqüências sobre o homem de hoje. Esmiúça dolorosamente a alma obscura dos que se beneficiam com o sofrimento alheio. Busca entender a passividade diante da perversidade.

O homem pós-ditadura é acéfalo. Consome ludicamente as barbáries impostas pelos sistemas modernos, reverencia impensadamente os dogmas tecnológicos, condenando à morte a leitura e o pensamento. O que somos hoje? Por que não alçamos vôos? O que nos resta, além de assistirmos a queda vertiginosa do homem pós-moderno, nas profundidades do ardiloso sistema?

O curta metragem foi rodado na Ilha de Santa Catarina, nos porões do Teatro Álvaro de Carvalho, Faculdade de Educação, Torre da Catedral Metropolitana e, em Palhoça, nos estúdios da Unisul.

Maria Emília de Azevedo, a diretora do filme, assina o roteiro com Marcelo Esteves. Em seu terceiro curta autoral, concluindo a Trilogia da Dor (Alva Paixão e Roda dos Expostos), Maria Emília leva para a tela, resultado de narrativa, estética e produção elaborados minuciosamente, um longo trabalho de direção de atores e uma equipe afinada pelos princípios da ética profissional e do companheirismo, marcas da diretora. No elenco Sérgio Bellozupko e Reynaldo Grankow. O “texto do pai”, escrito por Dennis Radünz, é apropriado pela voz de Antônio Celso dos Santos. Produção Executiva de Zeca Pires.

A direção de Fotografia de Charles Cesconetto utilizou-se do efeito “no bleach”, que, eliminando as tonalidades intermediárias, torna a imagem fria e com uma luz “dura”. Direção de Arte de Macé Di Bernardi, cuja equipe nos estúdios da Pedra Branca (Unisul) construiu os cenários, produziu documentos de época e um ‘fake’ gabinete de pc para a necessária tela plana. Figurinos de Lou Hamad (profissional do DAC/UFSC) contribuíram para a indeterminação de tempo e espaço sugeridos pela direção. Maquiagem de Antônia Oliveira. Música original, Geheena, de Daniel Guimarães, André Pitta, César Hack e Ana Terra Vignes. Captação e edição de som de Leo Gomes. Montagem de Tiago dos Santos.

REALIZAÇÃO: Mundo Imaginário Produções Cinematográficas Ltda.

PATROCÍNIO: Celesc – Centrais Elétricas S.A (via Lei Estadual de Incentivo a Cultura e Fundação Catarinense de Cultura )

CO-PRODUÇÃO: Casa de Cultura Estácio de Sá e Aquafreda Cine Vídeo

APOIO INSTITUCIONAL: Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)/DAC (Departamento Artístico Cultural), Fundação Franklin Cascaes, Reunidas

APOIO CULTURAL: Água Mineral Fontana Di Fahdo, Infoshop, Set Produções, Komeco e Nova Schin.

Maiores informações: mundoimaginário@brturbo.com.br

Mundo Imaginário Produções Cinematográficas: 3028-6006

Zeca Pires – Produtor Executivo: 9971-7951 ou 9984-6008 zecapires@brturbo.com.br

Maria Emilia de Azevedo – Diretora: 9902-3378 ou 9984-5997

projetoscinematograficos@gmail.com

FAM COMEMORA UMA DÉCADA EM 2006 (*)

Cinco mostras, oito dias, 130 filmes, muitos encontros. Uma verdadeira maratona. Florianópolis tem a honra de sediar o 10º FAM, um dos mais importantes eventos de audiovisual da região sul e a principal tribuna para discussões políticas do setor no Mercosul. O Centro Integrado de Cultura (CIC) está de portas abertas ao público de 2 a 9 de junho, todas as sessões são gratuitas. Na noite de abertura será exibido o super recente longa-metragem de João Batista de Andrade, Veias & Vinhos, às 21h30. As mostras competitivas começam no sábado.

Para receber o Festival, o teatro do Centro Integrado de Cultura vira um grande sala de cinema, como quase não existe mais no Brasil. Nas sessões mais concorridas, as 900 poltronas às vezes são insuficientes. A última edição computou mais de 20 mil expectadores, e este número cresce a cada ano. O FAM veio pra ficar. Seja bem vindo!

(*) Veja mais sobre o FAM no site www.panvision.com.br

Fonte: [CW] DAC-PRCE-UFSC, com material recebido do Produtor Executivo e do site do FAM.