Grupo Pet/Nutrição apresenta trabalho com a comunidade do Morro da Penitenciária
Despertar em uma comunidade carente, com problemas de desnutrição e sobrepeso, o interesse por hábitos alimentares saudáveis. O desafio de um trabalho que se propôs a este desafio foi apresentado pelo Grupo Pet/Nutrição da UFSC na Reunião Anual da SBPC, que está acontecendo na Universidade Estadual do Ceará, em Fortaleza. O grupo foi representado pela estudante Raquel Canuto, que explicou o trabalho na sessão de pôsters realizada na tarde de ontem (18/7).
“O projeto nos trouxe uma experiência muito rica, pois trabalhamos dentro da idéia de construir o conhecimento junto com os moradores, não apenas repassando informações”, avaliou a estudante que participa também do evento que reúne Grupos Pet de todo o país. Segundo ela, o projeto “Construindo saúde na Comunidade do Morro da Penitenciária – Florianópolis – SC”, contou com a colaboração de 12 estudantes e foi desenvolvido no período 2003/2004.
O trabalho permitiu a realização da análise nutricional de crianças da comunidade do Morro da Penitenciária e mostrou dados importantes. Ao mesmo tempo que 60% das crianças tinham peso normal, 13% se apresentaram desnutridos, 6% tinham risco de desnutrição, 7% sobrepeso e 14% risco de sobrepeso. “Esse é um quadro que pode se verificado em diversas regiões do país, pois nem sempre a baixa renda leva apenas à desnutrição. Como alimentos mais gordurosos e doces podem ser adquiridos por preços mais baixos, temos como resultado este problema com pesos acima do indicado”, explicou a estudante. Os levantamentos junto à comunidade também mostraram que a comunidade utiliza muito os serviços de saúde oferecidos na localidade, no entanto menos de 10% se interessa pelos serviços nutricionais oferecidos.
A estudante explica que, como o objetivo do trabalho não foi apenas diagnosticar a situação nutricional da comunidade, mas propor encaminhamentos para minimizar os problemas, uma série de ações foram desenvolvidas. Entre elas, a realização de cursos sobre alimentos saudáveis, em que os moradores foram estimulados a aproveitar mais apropriadamente alguns alimentos, além de variar os componentes do cardápio. Foram também realizadas oficinas com merendeiras de escolas da região. “Aprendemos muito e estamos colaborando com o desenvolvimento de novas metodologias para o trabalho com a comunidade”, considera a estudante. Ela informou ainda que a experiência será documentada em um livro.
Por Arley Reis
Jornalista da Agecom/UFSC