Hospital Universitário é Centro de Referência em Saúde Auditiva

18/12/2006 15:21

“Hoje, nós estamos acordando de um sonho”. Com estas palavras, o chefe do Serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Universitário (HU), Waldir Carreirão Filho, definiu o significado da inauguração do Laboratório de Estudos da Voz e Audição (LEVA), que iniciou oficialmente os seus trabalhos nessa última quinta-feira, 14 de dezembro. Através do laboratório, o HU se tornou um dos dois Centros de Referência em Saúde Auditiva em Alta Complexidade de Santa Catarina.

“É um momento de satisfação ímpar, nós nos sentimos muito orgulhosos com a inauguração do laboratório”, completou Carreirão. Segundo ele, a principal inovação do laboratório será o seu caráter multidisciplinar, reunindo, em um mesmo ambiente, profissionais de diferentes especialidades no tratamento de problemas relacionados à voz e à audição. Inicialmente, o LEVA vai dividir os seus trabalhos em duas frentes: a Triagem Auditiva Neonatal e a Alta Complexidade em Próteses Auditivas.

A Triagem Auditiva Neonatal, também conhecida como “teste da orelhinha”, é um exame feito em recém-nascidos com mais de 24 horas de vida. Através dele, é possível detectar se a criança possui algum problema auditivo. Segundo a coordenadora do Grupo de Fonoaudiologia do Laboratório, Luciana Ferreira Cardoso, quanto mais precocemente for identificada e tratada a deficiência auditiva, maiores serão as chances da criança ter um correto desenvolvimento da audição, da fala e da linguagem.

A Alta Complexidade em Próteses Auditivas, por sua vez, vai verificar o tipo e o grau das perdas auditivas de pacientes encaminhados pela Secretaria de Estado da Saúde. Após uma pequena bateria de exames, o otorrinolaringologista vai apontar o tratamento que deve ser aplicado a cada paciente. Como na Triagem Auditiva Neonatal, o tratamento pode ser clínico, cirúrgico ou a colocação de uma prótese. No HU, serão colocadas cerca de 100 próteses gratuitas por mês.

O Reitor Lúcio Botelho, presente à cerimônia de inauguração, destacou que a concretização do LEVA é um fato histórico, tanto pelos serviços que o laboratório vai oferecer à população quanto pela parceria que o tornou possível. “A parceria já é um símbolo”, afirmou Botelho, referindo-se aos esforços conjuntos dos parlamentares catarinenses, do Governo do Estado, do Governo Federal e da UFSC. O Reitor também falou da luta pela ampliação do HU que, segundo ele, dentro de poucos anos, se tornará o melhor hospital universitário do país. “Mas nada disso tem sentido se a gente não continuar tendo, aqui dentro, aluno, que é a essência de uma universidade. Nós defendemos, então, a proposta de que o Hospital Universitário faça ensino, pesquisa e extensão. E por isso ele seja uma unidade de ensino que presta assistência e não o contrário, uma unidade de assistência que recebe aluno. Parece ser sutil, mas essa é a diferença.”

Futuro

Para o futuro, Carreirão explica que o laboratório já tem projetos montados e encaminhados para a Secretaria de Saúde e que apenas esperam a edição da portaria do Ministério da Saúde para que possam ser desenvolvidos. Entre esses projetos está o da Alta Complexidade em Via Aéreas e Digestivas Superiores da Face e do Pescoço. Este é um projeto mais amplo, englobando sete grandes serviços em alta complexidade, envolvendo a participação de otorrinolaringologistas, cirurgiões da cabeça e pescoço, neurocirurgiões, peneumologistas, cirurgiões plásticos, cirurgiões ortodonticos e cirurgiões buco-maxilo-faciais.

Todas essas especialidades já existem dentro da universidade e terão participação multidisciplinar no tratamento. Casos de fendas labio-palatais, por exemplo, serão tratados dentro dessa Alta Complexidade.

O implante cocliar, que é a colocação de uma prótese dentro do ouvido do paciente e que ainda não é feito no estado, também está entre os projetos futuros e de curto prazo. “O cirurgião otorrinolaringologista implanta no paciente a prótese em centro cirúrgico e essa prótese é ativada e controlada pela fonoaudióloga dentro do Laboratório de Estudos da Voz e Audição”, explica Carreirão. Disfônias, problemas de ronco, apnéia e distúrbios de equilíbrio também serão futuramente tratados no Hospital Universitário.

Mais informações:

Laboratório de Estudos da Voz e Audição / Hospital Universitário – 3331-9118

Por Daniel Ludwich/ bolsista de jornalismo da Agecom